sábado, 23 de maio de 2009

Chovendo em nossa cabeça (Gabeira, chuva e Petrópolis)

Chovendo em nossa cabeça

Fernando Gabeira

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As chuvas que castigam o norte-nordeste castigam nossa reputação. Quando caíram, em Santa Catarina, fizemos inúmeros debates nas cidades do estado, para aprender as lições. Trouxemos o debate para Brasilia, nacionalizando-o. Pouco adiantou todo o esforço; as chuvas reproduzem os problemas e não há soluções no horizonte.

Tanto em Santa Catarina como no norte do Rio, constatamos que a ajuda do governo sempre chega tarde. Em alguns casos, só chega no próximo desastre. Saída? A sugestão é um fundo de prevenção de desastres que possa ser acionado no momento da crise.

Muitas cidades não têm defesa civil organizada. Os governos ficam sem um interlocutor local para iniciar os trabalhos. Esta é uma tarefa de todos. Temos levado a idéia de cursos sobre defesa civil nas escolas. As crianças podem ajudar a preparar os pais.

Assim como não há uma pressão sobre os prefeitos para que organizem a defesa civil, não há também projetos de adaptação às chuvas. Há algum tempo, tento levar a Petrópolis a idéia de um projeto que possa ser levado ao Brasil, respeitadas as diferenças.

O que mais dói não é a preparação estratégica, mas o silêncio da política. Estamos com um quase um milhão de atingidos. O presidente fez um sobrevôo, prometeu ajuda. Não há sequência, além do socorro básico.

Nas chuvas do norte do Rio , obtivemos certa coordenação com o Banco do Brasil que abriu linha de crédito para pequenos empresários . Agora, era preciso uma sala de crise:mapas, gráficos, dados novos,tudo deveria estar sobre a mesa.

Ou avançamos agora, ou perderemos cidades inteiras para as águas. O governo precisa pedir socorro à ciência (Bush não acreditou em Nova Orleans) e à sociedade. Em época de gripe e chuva, que tal ler Os Três Porquinhos?

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