sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cuidando do Ambientalista


(Em tempo de Natal é sempre bom lembrar algumas palavras sábias do budismo. Aliás Thich Nhat Hanh tem um livro traduzido em português (entre 0utros) que se chama "Vivendo Buda, vivendo Cristo")



Traduzido do livro "The World We Have", de Thich Nhat Hanh,
por Samuel Cavalcante


Um estudante me perguntou “Existem tantas problemas urgentes, o que devemos fazer?” e eu disse “Escolha uma coisa, faça-a muito profundamente e com muito cuidado, então você estará fazendo tudo ao mesmo tempo”.

Muitas pessoas estão cientes do sofrimento da Terra e seus corações estão cheios de solidariedade. Eles sabem o que é necessário fazer e se engajam em atividades políticas, sociais e ambientais para mudar as coisas. Mas, depois de um período de intenso envolvimento, frequentemente muitos se sentem desencorajados por que lhes falta a força necessária para sustentar uma vida de ação. O intelecto sozinho não é suficiente para guiar uma vida de ação solidária. Para efetivamente influenciar o futuro de nosso mundo, precisamos de mais. A verdadeira força não pode ser encontrada no poder, dinheiro ou nas armas, mas em uma profunda paz interior. Quando temos insight suficiente, não nos deixamos apanhar mais pelas muitas situações difíceis. Podemos sair dessas situações muito facilmente. Quando mudamos as nossas vidas cotidianas – a maneira que pensamos, falamos e agimos – mudamos também o mundo. É importante para nós viver de modo a que, em cada momento, estejamos profundamente nele com nossa verdadeira presença, sempre vivos e alimentando o insight do interser. Sem paz e felicidade, não poderemos tomar conta de nós, nem das outras espécies e nem do planeta. Por isso a melhor maneira de cuidar do meio ambiente é cuidar do ambientalista.

Existem muitos ensinamentos budistas que podem nos ajudar a compreender nossa interconectividade com a Mãe Terra. Um dos mais importantes é o Sutra do Diamante, escrito sob a forma de um diálogo entre o Buda e um de seus mais importantes discípulos, Subhuti. O Sutra do Diamante é o texto mais antigo relativo á ecologia profunda. Começa com uma pergunta de Subhuti: “Se filhas e filhos de boas famílias quiserem gerar a mente mais desperta e realizada, em que eles devem se basear e o que eles deveriam fazer para dominar seus pensamentos?”.

Isto é o mesmo que perguntar “Se eu quiser usar todo o meu ser para proteger a vida, que métodos e princípios eu devo usar?”.

O Buda respondeu “Devemos fazer o melhor possível para ajudar a cada ser vivo a cruzar o oceano do sofrimento. Mas, depois de todos terem chegado às margens da libertação, nenhum ser em absoluto foi carregado até o outro lado. Se você se deixar apanhar pelas idéias de eu, pessoa, ser viv ou tempo de vida, você não será um autêntico bodhisattva”.

Eu, pessoa, ser vivo e tempo de vida são as quatro noções que nos impedem de ver a realidade.

A vida é uma unidade, não precisamos cortá-la em pedaços e chamar este pedaço de “eu”. O que chamamos de eu é feito de elementos não-eu. Quando olhamos uma flor, por exemplo, podemos pensar que ela é diferente das coisas que são “não-flor”. Mas se olharmos com mais profundidade, poderemos ver que tudo no cosmos está na flor. Sem algum dos elementos não-flor – sol, nuvens, terra, jardineiro, minerais, rios e consciência – uma flor não pode existir. É por isto que o Buda ensina que o eu não existe. Temos que descartar todas distinções entre eu e não-eu. Como é que alguém pode proteger o meio-ambiente sem este insight?

A segunda noção do Sutra do Diamante nos recomenda jogar fora é a noção de pessoa, de ser humano. Isto também não é difícil. Ao olharmos para o ser humano, poderemos ver os ancestrais humanos, os ancestrais animais, os ancestrais vegetais e os ancestrais minerais. Poderemos ver que o humano é feito de elementos não-humanos. Usualmente, costumamos discriminar entre humanos e não-humanos, pensando que somos mais importantes que as outras espécies. Mas já que somos feitos de elementos não-humanos, para protegermos a nós mesmos temos que proteger todos os elementos não-humanos. Não existe outro jeito. Se você pensar que Deus criou os seres humanos à sua imagem e semelhança e que Ele criou todos os outros seres para uso deles, então você já está discriminando e tornando as pessoas mais importantes que os outros seres. Ao vermos que os seres humanos são desprovidos de eu, vemos também que ao cuidar do meio-ambiente (dos elementos não-humanos) cuidamos da humanidade. Temos que respeitar e proteger as outras espécies para podermos ter uma chance. A melhor maneira de tomar conta dos seres humanos de modo a que eles fiquem verdadeiramente saudáveis e felizes é tomar conta dos outros seres e do meio-ambiente.

Conheço ecologistas que não estão felizes com suas famílias. Eles trabalham duro para melhorar o meio-ambiente parcialmente por que querem escapar de sua vidas familiares infelizes. Mas se alguém não é feliz consigo mesmo, como poderá ajudar o meio-ambiente? Proteger os elementos não-humanos é proteger os seres humanos e proteger os seres humanos é proteger os elementos não-humanos.

A terceira noção que devemos quebrar é a noção de ser vivo. Pensamos que os seres vivos são diferentes dos objetos inanimados, mas , de acordo com o princípio do interser, seres vivos são compostos de seres não-vivos. Quando olhamos para dentro de nós, podemos ver os minerais e outros seres não-vivos. Por que discriminar contra aquilo a que chamamos de inanimado? Para proteger os seres vivos temos que proteger as pedras, o solo, os oceanos. Antes da bomba ser jogada sbre Hiroshima, existiam muitas bancos de pedra nos parques. Quando os japoneses estavam reconstruindo a cidade eles tiveram a sensação de que aquelas pedras estavam mortas. Então eles as levaram embora e enterraram-nas e trocaram-nas por pedras vivas. Não pense que essas coisas não são vivas. Os átomos estão sempre se movimentando. Elétrons se movem quase à velocidade da luz. De acordo com o ensinamento do budismo, átomos e consciência são eles mesmos a própria consciência. É por isso que essa discriminação entre seres vivos e não-vivos deve ser descartada.

A última noção é a de tempo de vida. Costumamos pensar que nossa vida começa num determinado ponto do tempo e que antes deste momento nossa ela não existia. Esta distinção entre vida e não-vida não é correta. A vida é feita de morte e a morte é feita de vida. Temos que aceitar a morte; ela torna a vida possível. As células do nosso corpo estão morrendo todos os dias, mas nunca pensamos em organizar um funeral para elas. A morte de uma célula permite o nascimento de outra. Vida e morte são dois aspectos da mesma realidade. Precisamos aprender a morrer em paz para que outros possam viver. Esta profunda meditação produz o não-medo, a não-raiva, o não-desespero, as forças que precisamos para nosso trabalho. Nau ausência do medo, mesmo que o problema seja grande não perderemos o controle. Saberemos dar pequenos e firmes passos.

Se aqueles que trabalham para proteger o meio-ambiente olharem profundamente para essas quatro noções, eles saberão como continuar e como agir. Eles terão energia suficiente e insight para ser um bodhisattva no caminho da ação.

Existe muito sofrimento no mundo e é importante que nós estejamos em contato com esse sofrimento para sermos solidários. Mas para sermos fortes, também precisamos abraçar os elementos positivos. Quando vemos um grupo de pessoas vivendo de maneira consciente, sorrindo e se comportando com amor, ganhamos confiança no futuro. Quando praticamos a respiraçao, o descanso, o caminhar e o trabalho conscientes, nós mesmos nos tornamos um elemento positivo na sociedade e inspiraremos confiança em todos que estão à nossa volta. Esta é a maneira de evitar que o desespero tome conta de nós. Também é uma maneira de ajudar as jovens gerações a não perderem a esperança. É muito importante que possamos viver o dia-a-dia de nossas vidas de tal modo a demonstrar que o futuro é possível.

Para produzir uma mudança real na situação ecológica global, nossos esforços devem ser harmoniosos e coletivos, baseados no amor e no respeito por nós mesmos e pelos outros, e pelos nossos ancestrais e futuras gerações. Se a raiva causada pela injustiça é a fonte de nossa energia, iremos provocar mais danos, coisas que iremos nos arrepender depois. De acordo com o budismo, a solidariedade (Karuna, NT) é a única fonte de energia que é útil e segura. Com a solidariedade, nossa energia nasce do insight; não é uma energia cega. Somente sentir compaixão, não é suficiente, temos que aprender a expressá-la. É por isso que o amor tem andar sempre junto com a compreensão. Compreensão e insight nos mostram como agir.

O termo “budismo engajado” foi criado para restaurar o verdadeiro significado do budismo. Budismo engajado é simplesmente o budismo aplicado em nosso dia-a-dia. Se não é engajado, não pode ser chamado budismo. As práticas budistas não devem ser feitas somente nos monastérios, centros de meditação e institutos budistas, mas em qualquer situação na qual nos encontremos. Budismo engajado significa atividades do dia-a-dia combinadas com a prática da plena consciência.

Existe uma real necessidade de levarmos o budismo para a sociedade, especialmente quando você se encontra em uma situação de guerra ou injustiça social. Durante a guerra do vietnã se tornou muito claro que deveríamos praticar o budismo engajado, para que a solidariedade e a compreensão pudessem se tornar parte da vida do povo. Quando sua vila é bombardeada e destruída e quando seus vizinhos se tornam refugiados, você não pode simplesmente continuar a praticar a meditação sentada na sala de meditação. Mesmo que o templo não tenha sido bombardeado e a sua sala de meditação esteja intacta, ainda assim você poderá ouvir os gritos das crianças feridase poderá ver a dor dos adultos que perderam suas casas. Como é que você pode continuar a se sentar lá de manhã cedo, à tarde e à noite? É por isso que você tem que encontrar um jeito de levar a sua prática para a vida cotidiana e sair para ajudar as outras pessoas. Você pode fazer tudo o que você puder para aliviar o sofrimento. Mesmo que você saiba que se abandonar a prática de sentar-se e caminhar com plena consciência, você não será capaz de retomá-la por um longo tempo.

É importante que ao mesmo tempo em que nos tornemos voluntários ou tomemos parte no ativismo ambiental, encontremos uma maneira de continuar nossa prática de respirar, caminhar e falar com plena consciência. Não nos deixemos cair na raiva ou no desespero ao refletir sobre o estado atual do mundo, ou quando confrontados com aqueles que se engajam no desperdício dos recursos naturais. Pelo contrário, podemos fazer de nossa vida um exemplo de vida simples. A escuta profunda e a fala amorosa podem nos ajudar a apoiar a transformação dos indivíduos e da sociedade e nutrir o despertar coletivo que irá salvar nosso planeta e nossa civilização.

Se quisermos ter sucesso na prática da fala amorosa, precisamos saber como lidar com nossas emoções quando elas nos chegam à superfície. Toda vez que a raiva, a frustração ou a tristeza sugirem, temos que ter a capacidade de lidar com elas. Isso não significa lutar com elas, suprimí-las ou expulsá-las. Nossa raiva e nosso desapontamento são parte de nós, não devemos fazer isso. Quando oprimimos a nós mesmos, cometemos um ato de violência contra nós mesmos. Se soubermos como retornar à respiração consciente, criaremos um ambiente de verdadeira presença e geraremos a energia do contato. Com essa energia reconheceremos e abraçaremos nossa tristeza, raiva ou desapontamento com bondade e amor.

Trabalho social e de ajuda realizados sem a prática da plena consciência não podem ser descritos como budismo engajado. Todos os que fazem esse trabalho correm o risco de se perder no desespero, na raiva ou na frustração. Se você estiver realmente praticando o budismo engajado, então você saberá preservar-se a si próprio como praticante, ao mesmo tempo em que faz coisas para ajudar as pessoas no mundo. Budismo verdadeiramente engajado é, antes de tudo, a prática da plena consciência em tudo o que fizermos.

A prática da plena consciência nos ajuda a ficarmos vigilantes sobre o que está acontecendo. Uma vez sejamos capazes de olhar profundamente no sofrimento e reconhecer sua raízes, seremos motivados a agir e a praticar. A energia que precisamos não é o medo ou a raiva ou mas a energia da compreensão e da solidariedade. Não há necessidade de culpar ou condenar. Aqueles que estão destruindo a si mesmos, a sociedade e o planeta não o fazem intencionalmente. A dor e a solidão deles é avassaladora e eles querem escapar. Eles precisam de ajuda e não de punição. Somente a compreensão e a solidariedade no nível coletivo pode nos libertar.

Budismo e Meio Ambiente (do blog Thich Nhat Hanh)


O Budismo é um Humanismo

O budismo é a mais forte forma de humanismo que temos. Ele nos ajuda a aprender a viver com responsabilidade, solidariedade e amor. Cada praticante budista deveria ser um protetor do meio ambiente. Temos o poder de decidir o destino de nosso planeta. Se acordamos para nossa situação, haverá uma mudança na nossa consciência coletiva. Temos que fazer algo para despertar as pessoas. Temos que ajudar o Buda a despertar as pessoas que estão vivendo em um sonho.

Feliz Natal


Natal não é consumo
Natal não é ruído
Natal não é comilança FELIZ NATAL!
Natal é nascimento
Natal é harmonia
Natal é consciência

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Uma década de tragédias ambientais (eco4planet)


Além de estarmos chegando ao fim do ano, chegamos também ao final da década. Uma década marcada por diversas tragédias ambientais.

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2001 – O ano testemunhou uma dura batalha da guerra que vem sendo travada há cerca de meio século entre ecologia e economia: em março, os Estados Unidos se recusaram a ratificar o Protocolo de Kyoto – o tratado internacional para limitar a emissão de gases que agravam o efeito estufa. Na foto, manifestação de estudantes americanos a favor da decisão do presidente George W. Bush.

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2002 – Dez anos após a realização da ECO 92, no Rio de Janeiro, novo fórum internacional se reuniu na Rio + 10m, em Johanesburgo, na África do Sul, para tentar chegar a um acordo sobre a interferência do ser humano sobre o meio ambiente, de modo a evitar uma catástrofe. Na foto, ativistas do Greenpeace estendem uma faixa na estátua do Cristo Redentor em protesto contra o fracasso da cúpula.

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2003 – Nas duas primeiras semanas de agosto, uma onda de calor assolou a Europa, com temperaturas superiores a 40 graus C em países onde a média é bem menor do que essa. O fenômeno teve graves consequências, especialmente para a França, a Itália e Portugal. Na foto, idosos franceses são atendidos em hospital parisiense

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2004 – No último fim de semana do ano, a natureza deu uma demonstração de seu poder de destruição no Sudeste Asiático. Um terremoto de mais de 8 graus na escala Richter ocorrido a 10 km abaixo do nível do mar, provocou um tsunami com ondas gigantes (entre 15 e 30 metros de altura). A tragédia atingiu oito países da Ásia: Bangladesh, Índia, Indonésia, Malásia, Maldivas, Mianmar, Sri Lanka e Tailândia, além da costa nordeste da África. Na foto, onda atinge resort na Tailândia.

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2005 – O ano em que o Protocolo de Kyoto entrou em vigor foi marcado por uma catástrofe: o furacão Katrina, que se deslocou pelo Caribe e região sudeste dos Estados Unidos, em agosto. Em virtude da falha de seus sistemas de proteção contra enchentes, 80% da cidade de Nova Orleans foram inundados, com a consequência de seis mortes diretas, a evacuação de 1 milhão de pessoas.

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2006 – Um alerta sobre a gravidade do aquecimento global ganhou as telas de todo o mundo com o documentário ?Uma verdade inconveniente?, dirigido por Davis Guggenheim, que aborda a campanha do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore para conscientizar os cidadãos sobre o problema. No ano seguinte, Gore recebeu o Nobel da Paz.

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2007 – A divulgação de novo relatório do IPCC (sigla em Inglês de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) trouxe previsões assustadoras. Informou, por exemplo, que mais de 1 bilhão de pessoas podem vir a sofrer com a falta de água a partir de 2020 e alertou para a devastação da Amazônia. Na foto, Rajendra Pachauri, climatologista-chefe do IPCC.

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2008: O Brasil foi alvo de catástrofes ambientais: em abril, as chuvas torrenciais provocaram transbordamento de rios e inundações no Nordeste e, em novembro, foi a vez de Santa Catarina, onde as enchentes causaram mortes e deixaram milhares de desabrigados. Na foto, a comunidade de Volta por Cima, entre Ilhota e Itajaí (SC).

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2009 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante sessão plenária na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague (Dinamarca). A reunião, que começou sob a alcunha de “Hopenhagen”, terminou em clima de fracasso. O Brasil, porém, anunciou o compromisso de reduzir suas emissões de 36% a 39% até 2020.

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2010- A explosão de uma plataforma petrolífera da British Petroleum, em abril, no Golfo do México, produziu uma mancha negra 11 vezes maior do que a cidade do Rio de Janeiro e afetou milhares de animais, como esta gaivota na Louisiana. O ano terminou com duas conferências sobre meio ambiente. Uma foi a de Nagoia, que resultou em um acordo bem-sucedido sobre biodiversidade.

A outra foi a COP-16, em Cancún, que termina com a esperança de um final feliz em 2011. Quem viver, verá. [EnergiaEficiente]

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dalai Lama afirma que meio ambiente é mais urgente que a crise política


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Segundo o documento, o Lama acredita que os tibetanos pode esperar alguns anos, a natureza não / Foto: kris krüg

Um documento publicado no site WikiLeaks e divulgados na última sexta-feira, 17 de dezembro, pelo jornal britânico The Guardian, revela que o Dalai Lama afirmou a diplomatas norte-americanos que a comunidade internacional deveria focar nas mudanças climáticas, em vez de nos problemas políticos do Tibet.

Na declaração feita em 2009, o líder espiritual diz que os problemas ambientais são mais urgentes.

O budista falou ao embaixador americano na Índia, Timothy Roemer, que “agenda política deveria ficar à margem por cinco ou dez anos e a comunidade internacional deveria mudar seu foco para a mudança climática no planalto tibetano”.

“A fusão das geleiras, o desmatamento e o aumento dos casos de água contaminada pelas mineradoras são problemas que não podem esperar. No entanto, os tibetanos podem aguardar cinco ou dez anos por uma solução política”, diz a mensagem diplomática.

Apesar de já ter levantado a bandeira ambiental diversas vezes, Dalai Lama nunca havia sugerido que as questões políticas poderiam ficar em segundo lugar, nem falou de qualquer escala de tempo com tanta precisão.

Ainda de acordo com o The Guardian, durante o encontro com o embaixador americano, o Lama criticou a política energética da China ao lembrar que a construção de uma represa no Tibete deslocou milhares de pessoas e deixou templos e mosteiros embaixo d’água.

Ao final do encontro, o monge ainda fez um apelo a Roemer, afirmando que o Tibet é uma nação que está morrendo, e que precisa da ajuda dos Estados Unidos. [EcoD]

sábado, 18 de dezembro de 2010

Formatura

Hoje, 18 de dezembro, estão de parabéns os alunos das turmas 3001, 3002, 3003 e 3004.
É o fim de um ciclo, a conclusão do ensino médio. O blog estará presente à solenidade e depois faremos aqui os comentários. Até lá e mais uma vez: PARABÉNS FORMANDOS!!!!!!!!!!!

Por favor, mandem fotos da formatura para postarmos aqui neste espaço.
Temos dois endereços para que vocês possam enviar as fotos:
herciliamoret@gmail.com
sylviocf@gmail.com

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Declaração Oficial da Delegação Brasileira na COP-16

COP 16 - Cancún

ruim regular bom ótimo excelente





14/12/2010 - Fonte: Redação MMA

O Brasil tem a honra de ter participado deste esforço bem sucedido em Cancun no impulso global na luta contra as mudanças climáticas. O trabalho árduo de todos os participantes da COP-16 demonstrou que uma abordagem multilateral pode dar certo quando há transparência, inclusão e compromisso.

Depois de muitos anos de esforços e duas semanas intensas de negociações, o Brasil está especialmente satisfeito com o fato de a comunidade internacional ter encontrado uma solução para as profundas divergências em relação a uma segunda fase de compromissos do Protocolo de Quioto. Foi uma honra para nós ter trabalhado em parceria com o Reino Unido na co-presidência das negociações desse contencioso a pedido da presidência mexicana. Acreditamos que o Protocolo é essencial para que o impacto sobre as mudanças climáticas seja significativo, e apoiaremos a prossecução dos esforços para o estabelecimento de um compromisso legalmente vinculante.

Problemas globais demandam soluções globais, e o Brasil está comprometido em fazer sua parte a fim de garantir a construção de uma economia de baixo carbono no futuro.

Conferência do Clima da ONU, em Cancún, termina sem grandes avanços

13/12/2010 - 10:44

fonte: G1/ Greenpeace

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Como já era previsto, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 16), em Cancún, no México, terminou sem grandes avanços. Após 12 dias de negociações, ainda não se sabe qual será o substituto para o Protocolo de Kyoto, que termina em 2012 (e, diga-se, é o único instrumento legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório), em que países desenvolvidos se comprometem a reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa).


Também não se definiu como serão distribuídos os recursos financeiros prometidos na COP15, em Copenhague, para que os países em desenvolvimento se adaptem às mudanças climáticas. Sabia-se, antecipadamente, que um segundo período do Protocolo de Kyoto não seria acordado em Cancún (já que o rascunho não prevê isso).


O grupo que negociava a segunda fase de compromisso era liderado pelo Brasil e o Reino Unido. O texto apresentado reafirmava a necessidade da renovação do protocolo, a tempo de não permitir que os países desenvolvidos ficassem sem metas de redução de emissão de gases-estufa. Ficou para a próxima COP. Para o negociador-chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, "quando está num momento ruim de uma negociação, você não a termina; você adia para dar mais tempo para buscar uma saída melhor", disse.


A COP 16 do México aprovou um pacote de decisões sobre ações para enfrentar as causas e efeitos das mudanças climáticas, apesar de a Bolívia ter rejeitado os rascunhos propostos. Entre as principais medidas aprovadas está a da criação de um Fundo Verde, um mecanismo para que os países ricos ajudem financeiramente os mais pobres na luta contra as mudanças climáticas. "Criou-se o mecanismo de adaptação (dos países em desenvolvimento às mudanças climáticas); o REDD (mecanismo de pagamento por conservação de florestas) está colocado; o comitê do fundo de adaptação foi criado", exemplificou a ministra brasileira do meio Ambiente, Izabella Teixeira.


A chanceler mexicana Patricia Espinosa, presidente da COP, foi aplaudida durante a reunião final, após a decisão de convidar pares de países, sempre um desenvolvido com um em desenvolvimento, para liderar a resolução dos pontos mais complicados das negociações.

COP 16 CANCÚN


- O Estado de S.Paulo

O que salvou a décima sexta conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, concluída na madrugada de domingo no balneário mexicano de Cancún, foi o fracasso da reunião anterior, em Copenhague, há um ano. Da COP-15, conforme a terminologia oficial, se esperava que os quase 200 países participantes - a começar dos que mais lançam na atmosfera dióxido de carbono (CO2) e outras substâncias causadoras do aquecimento global, como os Estados Unidos e a China - enfim se comprometessem com metas obrigatórias de redução dos chamados gases estufa.

Para que o aumento da temperatura terrestre não ultrapasse o limite considerado manejável de 2°C no fim do século, os cientistas convencionaram que o ponto de partida seria diminuir em 9 milhões de toneladas de CO2 o volume de emissões previsto para 2020. Mas o diálogo de surdos entre as potências industrializadas e as economias emergentes sobre o que deveria tocar a cada qual para se chegar a esse objetivo conduziu Copenhague a um fiasco desalentador. O desastre colocou em xeque o próprio princípio da ação conjunta da comunidade internacional, sob a égide de ONU, para o combate à degradação do clima.

Cancún serviu para dar uma sobrevida ao processo. Dali não saiu nenhuma decisão com resultados palpáveis para a contenção das emissões nem tampouco os grandes poluidores mudaram de atitude diante do problema global pelo qual são os principais responsáveis. Os Estados Unidos, pior ainda, retrocederam. Com a hegemonia republicana no Congresso, conseguida nas recentes eleições de meio de mandato, não há hipótese de passar a Lei do Clima apresentada pelo presidente Barack Obama no início do seu governo. É uma situação que convém à China, onde o desenvolvimento a qualquer preço ainda é a regra.

No entanto, notadamente graças à chanceler mexicana Patricia Espinosa, presidente da COP-16, a conferência acabou aprovando um "pacote de intenções" - os Acordos de Cancún - cuja principal virtude é a tentativa de romper a inércia de Copenhague, restabelecendo assim a confiança na abordagem multilateral da crise climática. "É um novo começo", resumiu a diplomata costa-riquenha Christiana Figueres, secretária executiva do evento. Quanto ao alcance do que se decidiu, melhor falar em intenções do que em fatos consumados, porque do papel à prática haverá léguas a percorrer.

Tome-se, por exemplo, o Fundo Verde do Clima, resgatado dos escombros da COP-15, pelo qual os países ricos foram "convidados" a ajudar os mais pobres a se defender do efeito estufa - os termos usados pela ONU são mitigação e adaptação. Seria algo como US$ 30 bilhões a serem desembolsados nos próximos dois anos, aumentando gradativamente até o patamar de US$ 100 bilhões anuais em 2020. Nada se resolveu sobre o montante esperado das potências industriais, individualmente nem sobre os mecanismos de transferência. Ficou definido apenas que parcela "significativa" desses recursos será gerida "provisoriamente" pelo Banco Mundial, sob o controle de uma comissão de 24 países.

Outra intenção auspiciosa foi a de reanimar o programa chamado Redução nas Emissões de Desmatamento e Degradação Florestal (Redd). Trata-se de pagar para manter árvores em pé - o desmate representa 15% do aquecimento global. E o mundo terá ainda um ano para decidir, na COP-17, em Durban, África do Sul, se prorroga o Protocolo de Kyoto, de 1977, que expira em 2012. O acordo, rejeitado pelos Estados Unidos, estipula que os desenvolvidos devem fazer mais e gastar mais pela redução das emissões de CO2.

Por vias tortas, Cancún relativizou um dos maiores entraves a medidas de proteção climática - a exigência de que sejam aprovadas por consenso. Baseada nisso, a Bolívia, solitariamente, tentou abater o Redd, sob a alucinada alegação de que, ao pagar para preservar as florestas, a humanidade estaria subsidiando a "perenização do capitalismo". A tentativa de bloquear o programa foi fulminada pela presidente Patricia Espinosa. Sob aplausos unânimes ela estabeleceu que "consenso não significa unanimidade". Os delegados dos países mais pobres e vulneráveis foram os que mais aplaudiram.

2010 Retrospectiva em flashes 1(C. E. Hercília Moret)

































2010 foi mesmo um marco divisório na história do Colégio Hercília Henriques Moret,muitas coisas aconteceram: a nossa sala de leitura, a criação do grupo "Os Leitores", o laboratório de informática, a reorganização da biblioteca, as caminhadas ecológicas com a Profª Adriana, de Educação Física, a festa junina, a comemoração do dia do estudante, o tênis de mesa, o totó, o halloween com a profª Etelvina, a criatividade e dedicação do Prof. Paulo, de química, da Profª Taís, de Língua portuguesa, a olimpíada, o trabalho com fotografia da profª Regina Lustosa e seus alunos, a criação das obras de arte dos alunos da Profª Adriana (artes), que agora alegram as dependências do colégio, a implantação dos vários cursos do "Mais Educação"... e tantas outras atividades... Mas o mais importante é que nossa autoestima elevou-se, o "astral" está mais alto!!! Estamos encerrando o ano com a alegria da missão cumprida e a promessa de um próximo ano ainda melhor! Parabéns a todos e todas, perdão pela omissão de tantos nomes, mas toda a equipe está de parabéns, diretoras, funcionários, merendeiras (hummm) que fizeram a alegria com a delícia dos seus pratos e dos cheirinhos que vinham lá do refeitório nos convidando...e principalmente PARABÉNS AOS ALUNOS QUE SÃO A CAUSA DA NOSSA EXISTÊNCIA!!!

A partir de agora, vamos fazer uma retrospectiva com imagens de nossa convivência em 2010.

Profª Regina e as fotos da turma 1004








O projeto se chamou PHOTOFLASHES e foi feito com a turma 1004. Muitos termos usados em fotografia são em inglês: close, zoom, pinhole, flash etc., daí a relacão com as aulas. Noções básicas foram dadas na sala e outras práticas em outros lugares e ao ar livre. Todas as fotos são dos alunos que também redigiram as legendas em inglês para uma exposição no final do ano.
Regina Lustosa

Comentário do blog: Maravilha de trabalho! É isso aí Regina e turma 1004! Assim é que se faz uma escola viva e criativa. Essa iniciativa foi mais uma das boas coisas deste ano de 2010 que foi um ano que marcou a história da evolução do nosso colégio. Parabéns para vocês!!!