terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cop-15 frustrou

foto: ricardo stuckert/pr

Uma vergonha. Líderes de 193 países não foram capazes de definir um novo acordo climático global, nem metas eficazes de redução da emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo. Mesmo sendo o centro das atenções globais durante duas semanas (7 a 18 de dezembro), na cidade de Copenhague, Dinamarca, em meio a holofotes, manifestações e reivindicações agressivas, os chefes de Estado não abriram mão do jogo político e estratégias comerciais em prol de um bem maior para toda a humanidade.

As negociações da 15ª Conferência da Mudança do Clima da ONU (COP-15) terminaram na sexta-feira (18) sem acordo oficial entre países ricos e emergentes. Um novo encontro deve ocorrer no próximo semestre.

A última reunião da conferência foi realizada entre Brasil, China, Estados Unidos, África do Sul e Índia que decidiram apresentar uma declaração de metas que ainda será aprovado na plenária da COP-15. O resultado desta reunião foi criticado por países em desenvolvimento, mas saudada por líderes europeus como o primeiro passo para novas negociações.

Brasil, África do Sul, Índia, China e Estados Unidos decidiram limitar o aumento da temperatura global a 2ºC, sem prever metas para países desenvolvidos. Também ficou definido um fundo bilionário para ajudar países pobres com as mudanças climáticas.

“O que nós fizemos, foi procurar resgatar alguma coisa daqui, desbloquear essa questão do MRV (“mensurável, reportável e verificável”, no jargão), que estava bloqueando qualquer entendimento”, afirmou o embaixador extraordinário para mudança climática do Itamaraty, Sérgio Serra, acrescentando que Lulateve papel protagonista nas negociações.

lula

Em discurso em plenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar “frustrado” com o resultado e prometeu ajuda financeira para os países no combate à mudança climática. O tom de crítica dominou a fala de Lula. “Confesso que estou um pouco frustrado porque discutimos a questão do clima e cada vez mais constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar”.

O presidente brasileiro afirmou que vai cumprir, de qualquer forma, com as metas voluntárias de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% e emissões de gases do efeito estufa de 36,1% a 38,9%, até 2020.
Foram os EUA que propuseram o fundo bilionário, mas condicionaram a contribuição a uma “transparência” dos países envolvidos e uma possível vigilância. Sobre isso, o presidente Lula disse que o fundo não podia ser usado como “desculpa” para intromissão nos países ajudados. A China também rechaçou um possível controle.

Nesta sexta, antes da última reunião sobre as metas, o premiê chinês faltou aos dois encontros improvisados pelos EUA e enviou um emissário –a atitude enfureceu líderes europeus e Barack Obama.

Uma nova reunião, em seis meses, deve ser realizada em Bonn, na Alemanha, para preparar a próxima conferência sobre o clima, no México, no fim de 2010. O anúncio foi feito pela chanceler alemã, Angela Merkel. As informações são da agência de notícias portuguesa Lusa.

De acordo com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, todos os países industrializados “aceitaram informar por escrito” seus compromissos para a redução das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa até 2020.

Segundo Sarkozy, a ausência de objetivos de redução das emissões mundiais em 50% até 2050, necessária para limitar o aumento da temperatura do planeta em 2 graus Celsius, é uma “decepção”.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lula: esta é a sua chance de Salvar Copenhague

Lula: esta é a sua chance de Salvar Copenhague

Com menos de 24 horas para acabar, a Conferência de Copenhague está falhando.

Estamos nas horas finais das negociações e a coragem de cada um será colocada à prova, assumindo a liderança ou decepcionando todos nós. Vamos desafiar o Presidente Lula a assumir o papel de líder global.

Um movimento massivo vem se preparando para este momento. Agora é a hora do empurrão final - vamos erguer nossas vozes pedindo para o Presidente Lula defender um Acordo pra Valer em Copenhague. A petição será entregue para a delegação brasileira nestes momentos finais da Conferência de Copenhague. Assine abaixo e divulgue para todos os seus amigos:


Petição para o Presidente Lula e os 110 Chefes de Estado negociando em Copenhague:

Apelamos para que Vossa Excelência demonstre coragem, levando todos os líderes globais a fazerem as concessões necessárias para cumprir com a sua responsabilidade histórica nesta crise. Os países ricos devem oferecer financiamento justo e todos os países devem estabelecer metas ambiciosas de corte de emissões. Não saia de Copenhague sem um acordo justo, ambicioso e vinculante que garanta a segurança do planeta frente ao aquecimento global catastrófico de 2 graus.

Assine o Acordo pra Valer abaixo

Assine a Petição
Você já é um apoiador da Avaaz? Então só precisa preencher seu email e clicar Enviar.


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A Avaaz faz parte da Campanha Tic Tac Tic Tac - uma aliança global trabalhando por um tratado climático forte no encontro da ONU em Copenhague.
13,352,730

13,352,730 assinaram a petição. Nos ajude a conseguir 15,000,000


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Prof. Flávio Brasil e a calculadora de CO2

Zaratustra disse...

Olá a todos. Aqui é o Professor Flávio Brasil, de Filosofia. Gostaria de sugerir a inserção no blog, se é que ela já não ocorreu sem que eu a tivesse percebido, desta calculadora de CO2:

http://www2.fas-amazonas.org/contribua/?fuseaction=calculadora

Aproveitando a oportunidade, sugiro ainda que seja dado destaque ao trabalho do pessoal da FUNDAÇÃO AMAZONAS SUSTENTÁVEL:

http://www.fas-amazonas.org/pt/secao/envolva_se

Um forte abraço a todos os amigos do planeta!

Conferência de Copenhague mantém impasse no penúltimo dia

17/12 - 09:22 - Reuters

Logo Reuters

Por Gerard Wynn e Emma Graham-Harrison COPENHAGUE (Reuters) - Ficou mais remota nesta quinta-feira a perspectiva de um acordo robusto na conferência sobre mudanças climáticas da ONU em Copenhague, que chega ao penúltimo dia, após dois anos de negociações, ainda sob o impasse entre países ricos e pobres a respeito de quem pagará a conta pelo combate ao aquecimento global.

Dezenas de chefes de Estado e governo estão chegando à capital dinamarquesa para participar do evento, que começou no dia 7. Eles têm até sexta-feira para assinar um novo pacto climático, mas os ministros que os representam não conseguiram redigir um texto coerente, porque permanecem as discordâncias sobre até que ponto os países em desenvolvimento devem seguir as nações industrializadas na redução das emissões de carbono.

Uma proposta da anfitriã Dinamarca para que as negociações fossem divididas entre grupos ministeriais menores enfrentou forte oposição dos países em desenvolvimento, liderados pela China, maior emissor global de gases do efeito estufa. Esses países temiam que, no sistema proposto pela Dinamarca, sua voz não seria ouvida. Não houve avanços durante a noite.

"Temos uma situação séria. Desperdiçamos um dia inteiro", disse o ministro alemão do Meio Ambiente, Norbert Roettgen, à Reuters.

A China disse aos participantes que não vê mais chances de chegar a um acordo detalhado, relatou na manhã de quinta-feira um funcionário de outro governo, pedindo anonimato. De acordo com essa fonte, os chineses propuseram que a conferência se limite a "uma curta declaração política de algum tipo."

O embaixador chinês para mudanças climáticas, Yu Qingtai, disse à Reuters posteriormente que seu país não desistiu de chegar a um acordo firme sobre o clima em Copenhague.

"Não sei de onde saiu esse rumor, mas posso garantir a vocês que a delegação chinesa veio a Copenhague com esperança e que não desistiu... Copenhague é importante demais para fracassar", afirmou.

Alguns ministros de países desenvolvidos queixaram-se de que as negociações podem ser sufocadas sob questões regimentais. "Temos uma situação seriíssima", disse o ministro sueco do Meio Ambiente, Andreas Carlgren, à Reuters.

O objetivo da reunião de Copenhague é definir um novo acordo climático que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2013. Há meses se sabe, no entanto, que dificilmente haverá um tratado juridicamente vinculante, e que o mais provável é a adoção de um acordo político, que será transformado em texto de cumprimento obrigatório em algum momento em 2010.

A quinta e sexta-feira são os dias reservados à participação dos chefes de Estado e governo. O presidente dos EUA, Barack Obama, chega na manhã de sexta-feira.

Os oradores estão inscritos para falar até o começo da madrugada, o que inclui pesos-pesados da política, como os presidentes do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel.

(Com reportagem adicional de Anna Ringstrom, Alister Doyle, Krittivas Mukherjee e Karin Jensen)

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Propostas de Copenhague superam limite de aquecimento recomendado pela ONU


17/12 - 18:11, atualizada às 18:23 17/12 - iG São Paulo


COPENHAGUE - Uma análise confidencial da ONU revela que os cortes de emissão oferecidos até agora na 15ª Cúpula da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague, farão com que as temperaturas globais aumentem a uma média de 3ºC, revelou nesta quinta-feira o jornal britânico "Guardian".

O índice supera a sugestão do IPCC (painel do clima da ONU) de que o aquecimento global seja limitado a menos de 2ºC até o fim do século. Segundo o IPCC, um aumento superior dificultaria a adaptação da humanidade e dos ecossistemas. Para isso, as emissões globais precisariam cair entre 20% e 45%.

A análise seriamente põe por terra as declarações dos governos de que seu objetivo é limitar as emissões a um nível que impeça um aumento superior, até 2100, de não mais de 2ºC.

Um aumento de 3ºC significaria que mais 170 milhões de pessoas sofreriam com inundações nas regiões costeiras e 550 milhões estariam sob risco de passar fome, de acordo com dados do governo britânico. O índice também deixaria 50% das espécies sob risco de extinção.

O documento confidencial da ONU, com data de terça-feira, foi elaborado durante a Conferência de Copenhague. Nele havia carimbos de "não distribua" e "esboço inicial".

Leia mais sobre Conferência de Copenhague

Como fica a responsabilidade socioambiental na hora de comprar roupas? blog eco4planet


Roupa ecológica. Não era bem nisso que eu estava pensando...

Você já pensou sobre o impacto que suas roupas e calçados podem ter gerado na Natureza, seja através de processos químicos aplicados aos materiais, mão de obra irregular ou a emissão de poluentes devido ao transporte das matérias primas e, depois, do produto acabado até a loja?

A proposta é nos questionar: de onde vem a roupa e o calçado que utilizo? Será que segue preceitos ecológicos? Será que as pessoas envolvidas no processo de fabricação tem condições “humanas” de vida e trabalho?

Se você é daqueles que transformou penso, logo existo de René Descartes em “consumo, logo existo”, está na hora de sentar-se como aquela famosa estátua grega “O pensador” , colocar a mão na consciência e mudar alguns hábitos.

Algumas dicas para vestir-se com responsabilidade socioambiental:

  • Se questione sobre a real necessidade de adquirir mais uma peça de roupa ou calçado; ou se está comprando por impulso, ou só “para ficar na moda”
  • Opte por produtos brasileiros, melhor ainda se forem da sua região, não apenas para promover o crescimento regional mas porque menos combustível foi queimado para levar o produto até o ponto de venda, ou seja, até suas mãos;
  • Opte por produtos com selos ambientais e sociais como amigo da criança, orgânico, comércio justo (fair trade);
  • Se a roupa não serve mais doe para familiares, amigos, ou instituições de caridade. Com esse gesto você aumenta o tempo de vida de uma peça, reduz a geração de lixo e a demanda por algodão convencional;
  • Se tiver criatividade e o dom da costura, ou conhecer alguém que o tenha, transforme a peça de roupa usada em uma “nova”;
  • Não tenha receio de comprar e vender roupas em um brechó, você pode encontrar lindas peças nesses locais por um preço ótimo.
  • Se o colégio onde você ou seus filhos estudam exige o uso de uniforme, promova junto a diretoria uma feira de trocas no final do ano, para que os alunos possam trocar seu uniforme que ficou pequeno, por um maior. Havendo a troca anual, todos cuidarão melhor de suas roupas.
  • Desconfie: o produto está muito barato? Hum… ele pode ter sido produzido por mão de obra irregular (crianças, trabalho escravo, ou qualquer outra possibilidade). Tente se informar sobre a origem do produto, políticas de responsabilidade e existência de fiscalização ou auditoria. Lembre-se, o que está na moda é ser responsável e não a nova “bermuda-frisada-em-verde-bandeira.”
  • Você sabia que a Internet é um ótimo lugar para trocar roupas? Existem vários brechós online, dê uma olhada.
  • Lembre-se dos famosos 3 Rs: Reduzir (é mesmo necessário comprar?); Reutilizar (posso reaproveitar a peça com um reparo ou uma mudança que a torne interessante novamente?) Reciclar (troque, doe, venda, faça a peça circular – de nada adianta mantê-la no armário acumulando poeira, faça a energia circular!). E quando não houver mais jeito? Ainda existe uma opção: que ela vire então, um belo pano de chão.

Para saber mais:

  • ecotece.org.br – Aborda cadeia produtiva, ciclo de vida do vestuário e matérias-primas sustentáveis;
  • cemporcentocerrado.com.br – A 100% Cerrado é uma associação formada por artesãs, costureiras e bordadeiras residentes em diversas cidades satélites do Distrito Federal, coordenada pelas estilistas Sandra Maria e Sônia Reis. Elas buscam a identidade da moda de Brasília e procuram valorizar e divulgar os recursos naturais do cerrado, além de promover a comunidade local. Existem muitas comunidades similares pelo país, procure a mais próxima!
  • buscabrecho.com.br agrupa uma rede de brechós virtuais de venda e troca de roupas.
  • sindicato-brechos.blogspot.com sindicato dos brechós online

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Este é o primeiro post de Carolina Idalino, uma das novas colaboradoras do blog eco4planet. Karolidalmo “possui graduação em Ecologia e mestrado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem trabalhado nos últimos anos com permacultura, horta orgânica, recomposição de mata ciliar e cadastro de matérias e artigos científicos ambientais no site Ciência a Mão.”. Seja bem-vinda!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Copenhague dominada pela tensão em um ambiente de caos

Copenhague dominada pela tensão em um ambiente de caos

16/12 - 11:39 - AFP

Logo AFP

A tensão aumentou nesta quarta-feira em Copenhague, onde os ministros trabalham num ambiente caótico para esboçar um acordo mundial contra o aquecimento climático.

No reinício das conversações em sessão plenária, a Índia denunciou o clima de caos reinante, Tuvalu comparou a conferência ao Titanic e o Brasil protestou à presidência dinamarquesa porque o chefe de sua delegação ficou preso nos controles de segurança.

Pelo menos 170 pessoas foram detidas durante a manhã nos arredores do Bella Center, sede da Conferência da ONU.

A estação de metrô junto ao centro de conferências está fechada e restrições foram impostas à entrada de representantes das ONGs.

Também foi decidido que o primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Loekke Rasmussen, assumiria a presidência das negociações do clima, em substituição à ministra do Meio Ambiente Connie Hedegaard, que passará a coordenar as conversações informais.

Rasmussen será o presidente da fase final das negociações, que serão concluídas na sexta-feira com um encontro de quase 120 chefes de Estado e de Governo, anunciou Yvo de Boer, principal funcionário da ONU para a questão climática.

Uma reunião ministerial restrita de 25 ministros escolhidos pela presidência dinamarquesa está marcada para o início da tarde para começar a redigir um acordo que deverá ser adotado na sexta-feira pelos 120 chefes de Estado e de Governo, como o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, ou o primeiro-ministro britânico Gordon Brown, que já chegaram.

Esta reunião, anunciada na noite de terça-feira, já havia sido adiada em duas ocasiões.

Rudd já deu o tom do dilema ao declarar, ao chegar, que "não existem garantias de êxito". Brown também expressou seu pessimismo à BBC ao considerar muito difícil a obtenção de um acordo.

Os negociadores também mostraram sua preocupação depois de uma noite de consultas que, a princípio, deveria permitir a Hedegaard redigir um projeto de acordo a partir desta quarta.

Na segunda, o grupo de países africanos obrigou à suspensão das conversações e os negociadores perderam um dia e meio de trabalho.

No momento, o único consenso que parece haver é o de uma ajuda imediata de 10 bilhões de dólares anuais durante três anos a partir de 2010 aos países mais pobres para fazer frente aos impactos do aquecimento global.

Enquanto isso, do lado de fora do plenário, mais de 150 ativistas foram detidos nesta quarta-feira quando tentavam avançar em direção à sede da conferência sobre o clima em Copenhague (COP-15).

"Os ativistas foram detidos perto da estação de metrô Bella Center por policiais com cães", afirmou um porta-voz da polícia.

Eles integram um grupo de manifestantes que se reuniu perto do Bella Center, onde acontece o evento, para tentar entrar na parte de trás do local, cercado por mais de seis quilômetros de barreiras.

"Nosso objetivo é entrar no Bella Center por outras vias e sem violência", declarou Peter Nielsen, porta-voz dos ativistas.

Entre 700 e 800 pessoas, segundo cálculos da AFP, tentaram avançar da estação de metrô até o local de entrada da área da conferência, mas enfrentaram um grande dispositivo policial.

Os manifestantes se dispersaram para tentar desorganizar as forças oficiais, mas não alcançaram o objetivo.

Depois de uma rápida confusão e do uso de gás lacrimogêneo, os militantes foram detidos, algemados e colocados no chão.

A manifestação, ilegal segundo a polícia, aconteceu de maneira paralela a outra grande manifestação autorizada que seguia para o mesmo local.

Quase 1.500 manifestantes, segundo a polícia, iniciaram nesta quarta-feira uma passeata até o Bella Center após a convocação do grupo "Climate Justice Action".

Ao menos 230 são presos por tentar bloquear cúpula em Copenhague


16/12 - 10:15 -

Ao menos 230 são presos por tentar bloquear cúpula em Copenhague

16/12 - 10:15 -

EFE - v1

COPENHAGUE - A polícia dinamarquesa deteve nesta quarta-feira 230 pessoas que realizavam um ato de protesto para tentar entrar no centro de congressos Bella Center e tentar parar as sessões na cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15).

Milhares de policiais cercaram o Bella Center, onde a cúpula acontece até o dia 18, para impedir o acesso dos ativistas, em uma ação que convocou mais de 2,5 mil manifestantes, um número menor que os de 5 mil a 10 mil que a plataforma Climate Justice Action esperava.


Policiais observam manifestantes perto do Bella Center, em Copenhague / Reuters

A maior parte da manifestação, que contava com permissão legal, partiu de alguns quilômetros ao sul do centro de convenções, onde começaram a se concentrar centenas de pessoas desde as 8h (5h de Brasília).

Várias dezenas de ativistas foram detidos durante a passagem da manifestação por uma estação de metrô próxima.

Quando os ativistas chegaram às proximidades do Bella Center, após vários minutos de espera, a polícia deu por dissolvida a concentração por volta das 11h45 (8h45 de Brasília) e avançou em direção aos manifestantes.

No tumulto, os agentes recorreram ao uso de gás lacrimogêneo, cães e gás de pimenta, e detiveram mais várias dezenas de pessoas.


Presos aguardam para serem levados para centro de detenção em Copenhague / AFP

Os agentes detiveram também vários ciclistas que tentavam chegar ao Bella Center através de um campo de golfe adjacente, dentro do plano elaborado pela Climate Justice Action em sua ação de desobediência civil pacífica.

Dezenas de delegados de ONGs credenciados saíram do centro de convenções para mostrar seu apoio aos manifestantes, mas a tentativa dos dois grupos de se unir para convocar uma assembleia popular paralela dentro da cúpula foi frustrada pela presença policial.

Leia mais sobre Conferência de Copenhague


Premiê dinamarquês assume presidência da cúpula em Copenhague

Premiê dinamarquês assume presidência da cúpula em Copenhague

16/12 - 09:49 - EFE

COPENHAGUE - O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, substituirá a partir desta quarte-feira a ex-ministra do Meio Ambiente Connie Hedegaard na presidência da cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15), em Copenhague, que entrou na reta final com as negociações para um acordo estagnadas.

O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), Yvo de Boer - responsável pelos preparativos da conferência -, anunciou a mudança à frente da Presidência da reunião e explicou que Hedegaard tinha apresentado esta manhã uma carta de renúncia, ato considerado uma formalidade.

Hedegaard disse que, diante do grande número de líderes políticos presentes na cúpula, era "apropriado" que essa função fosse para o primeiro-ministro dinamarquês, e acrescentou que continuará realizando consultas informais em nome da presidência.

A ex-ministra foi designada "representante especial" de Rasmussen para continuar dirigindo as consultas informais que buscam alcançar um acordo em Copenhague, no momento em que as negociações estão em um ponto morto, segundo fontes oficiais e de diversas ONGs.

"Cerca de 115 chefes de Estado e de governo decidiram participar da cúpula de alto nínvel da COP15 para fechar um acordo em Copenhague. Esta histórica vontade de enfrentar o desafio do clima é o caminho mais forte para um acordo global. As negociações finais serão tensas e cansativas. Por isso, pedi que a ministra Connie Hedegaar continue a negociar informalmente com as delegações", afirmou o premiê dinamarquês Lokke Rasmussen.

Hedegaard anunciou que, em breve, será apresentada uma nova proposta de acordo na cúpula, baseada nas duas minutas que foram discutidas nos últimos dias.

A notícia da renúncia foi anunciada durante a suspensão da sessão plenária de hoje para dar lugar aos discursos dos chefes de Estado ou de governo, que já começaram a chegar à capital dinamarquesa para referendar um acordo ambiental.

Leia mais sobre acordo climático

Premiê dinamarquês assume presidência da cúpula em Copenhague

Premiê dinamarquês assume presidência da cúpula em Copenhague

16/12 - 09:49 - EFE

COPENHAGUE - O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, substituirá a partir desta quarte-feira a ex-ministra do Meio Ambiente Connie Hedegaard na presidência da cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15), em Copenhague, que entrou na reta final com as negociações para um acordo estagnadas.

O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), Yvo de Boer - responsável pelos preparativos da conferência -, anunciou a mudança à frente da Presidência da reunião e explicou que Hedegaard tinha apresentado esta manhã uma carta de renúncia, ato considerado uma formalidade.

Hedegaard disse que, diante do grande número de líderes políticos presentes na cúpula, era "apropriado" que essa função fosse para o primeiro-ministro dinamarquês, e acrescentou que continuará realizando consultas informais em nome da presidência.

A ex-ministra foi designada "representante especial" de Rasmussen para continuar dirigindo as consultas informais que buscam alcançar um acordo em Copenhague, no momento em que as negociações estão em um ponto morto, segundo fontes oficiais e de diversas ONGs.

"Cerca de 115 chefes de Estado e de governo decidiram participar da cúpula de alto nínvel da COP15 para fechar um acordo em Copenhague. Esta histórica vontade de enfrentar o desafio do clima é o caminho mais forte para um acordo global. As negociações finais serão tensas e cansativas. Por isso, pedi que a ministra Connie Hedegaar continue a negociar informalmente com as delegações", afirmou o premiê dinamarquês Lokke Rasmussen.

Hedegaard anunciou que, em breve, será apresentada uma nova proposta de acordo na cúpula, baseada nas duas minutas que foram discutidas nos últimos dias.

A notícia da renúncia foi anunciada durante a suspensão da sessão plenária de hoje para dar lugar aos discursos dos chefes de Estado ou de governo, que já começaram a chegar à capital dinamarquesa para referendar um acordo ambiental.

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domingo, 13 de dezembro de 2009

Almoço de confraternização no Hercília Moret









Aí vão umas fotos do nosso almoço. Boas férias para todos!

Resumo COP-15: primeira semana

participantes na expectativa da abertura da cop-15, no bella center
Participantes na expectativa da abertura da COP-15, no Bella Center
Foto: UN Climate Talks’ photostream

Depois de vários meses de reuniões preparatórias e muitas expectativas (otimistas e pessimistas) a 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15) teve início na segunda-feira, 7 de dezembro, em Copenhague, capital da Dinamarca. É lá que estão os representantes de 192 países, que tentam chegar a um acordo sobre as formas de combater as mudanças climáticas.

Os primeiros discursos no Bella Center buscaram pressionar os chamados líderes mundiais no que diz respeito à elaboração de um pacto climático global capaz de substituir o Protocolo de Kyoto. Em um dois momentos mais marcantes, o vídeo de abertura do evento procurou lembrar que “nós temos o poder de mudar o mundo”.

Enquanto o primeiro dia contou com reuniões técnicas e pouca emoção, o segundo ficou marcado por um texto que vazou para o jornal inglês The Guardian. A princípio, o esboço assinado pela Dinamarca, Reino Unido e Estados Unidos propunha mais poder para os países ricos, redução da influência da ONU nas negociações e o abandono total do Protocolo de Kyoto, mas horas depois as Nações Unidas esclareceram que o rascunho não passava de um “papel informal”.

Informações oficiais mesmo somente no quarto dia de COP-15, quando um esboço oficial foi divulgado na mesa da conferência. O texto propõe a limitação da temperatura do planeta entre 1,5ºC e 2ºC nas próximas décadas. Mais do que isso: cita que os países em desenvolvimento precisam se comprometer com metas de redução de emissões dos gases-estufa, a depender das quantias que receberão das nações ricas. O rascunho ainda será analisado.

Ações

A União Europeia (UE) informou que repassará US$ 3,5 bilhões (em três anos) aos países em desenvolvimento, no intuito de que eles possam combater às mudanças climáticas. Um dia antes, a ONG ambientalista WWF criticou publicamente a proposta da UE de reduzir em 20% suas emissões de CO2 até 2020. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, defende que um novo acordo climático deverá ter peso de lei no prazo de seis meses.

Quem surpreendeu em Copenhague foi à delegação de Tuvalu. Já ouviu falar? Pois é. Esse pequenino país-ilha da Oceania foi capaz de suspender as negociações durante algumas horas no dia 9. Na condição de um dos maiores afetados pelas mudanças climáticas, o país exige que um novo acordo mais restritivo do que o assinado em Kyoto seja estabelecido.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que a década 2000-2009 deverá ser a mais quente dos últimos 160 anos. Atualmente, o ano de 2009 é o quinto mais caloroso desde 1850, quando a entidade passou a monitorar o clima do planeta. Os dados detalhados serão apresentados na COP-15.

Em Copenhague, o setor de aviação se comprometeu a reduzir suas emissões de gases-estufa em 50% até 2050. A proposta também inclui melhorar a eficiência do combustível usado em aeronaves em 1,5% ao ano até 2020, por meio de investimentos em biocombustíveis.

E a postura dos países ricos na COP-15 está longe de agradar ao governo brasileiro. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, classificou as metas tímidas de algumas nações como um “jogo de cena”. A Câmara dos Deputados aprovou a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) – medida que deverá ser destacada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Dinamarca. A Presidência da República, por sua vez, lançou um site para divulgar a participação governamental no evento.

Já que o assunto é Brasil, o secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, afirmou que os governos ricos devem apoiar os projetos de mitigação das mudanças climáticas do país.

Também merecem destaque as manifestações da sociedade civil organizada por todo o mundo, com o objetivo de que os líderes mundiais sejam sensibilizados pela situação atual do planeta, e entrem num entendimento até o dia 18 deste mês, quando termina a COP-15.

Veja também:

sábado, 12 de dezembro de 2009

O Protocolo de Kyoto

O Protocolo de Kyoto e a Convenção-Qaudaro da ONU sobre o clima

04/12 - 12:49 - AFP

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O Protocolo de Kyoto atualmente é a ferramenta básica da comunidade internacional para lutar contra o aquecimento do planeta.



Clique aqui para ver o infográfico

Concluído em 11 de dezembro de 1997, em Kyoto, no Japão, o protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005 e impõe aos 36 países industrializados que o ratificaram a redução das emissões de seis gases causadores do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta.

São eles CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono), CH4 (metano), óxido nitroso (N20), e outros três gases fluorados (HFC, PFC, SF6).

As limitações dizem respeito essencialmente à combustão de energias fósseis - petróleo, gás e carvão -, responsáveis por dois terços das emissões mundiais de gases de efeito estufa. O desmatamento é considerado responsável por 17% dessas emissões e a agricultura de 15,5%.

O uso destes combustíveis fósseis aumenta com o crescimento econômico, razão pela qual o protocolo representa um esforço considerável para alguns países em relação ao aumento natural de suas emissões.

O protocolo de Kyoto conta atualmente com 175 Estados-membros mais a União Européia, com a notável exceção dos Estados Unidos - que se negou a ratificá-lo - e da Austrália, onde a nova maioria trabalhista promete, no entanto, uma iminente mudança de posição.

Leia mais sobre Protocolo de Kyoto

Manifestação pelo clima em Copenhague

Copenhague: pequenas concentrações antes da manifestação pelo clima

12/12 - 09:23 - AFP

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O centro de Copenhague é palco neste sábado pela manhã de pequenas concentrações pacíficas prévia à grande manifestação prevista para o início da tarde na capital dinamarquesa que reivindicará um acordo ambicioso contra o aquecimento global.

Quase 3.000 pessoas, segundo um jornalista da AFP no local, desafiaram o frio ao som dos tambores perto do Fórum Alternativo, em meio a um dispositivo policial ainda discreto.

Eles responderam assim a um chamado dos Amigos da Terra para pedir justiça para o clima. Esta associação protesta contra os mecanismos compensatórios que permitem os países ricos atuarem nos menos desenvolvidos para aliviar sua fatura de CO2.

"É uma questão de justiça: temos que reduzir nossas emissões em casa e não somente cobrando créditos de carbono", explica Susann Scherbarth, uma ativista alemã de 28 anos.

Sexta-feira, a polícia dinamarquesa disse que espera ao menos 50.000 pessoas nas ruas da capital neste sábado, nas manifestações convocadas pelas ONGs, para pressionar as autoridades que discutem o clima a assinarem um acordo ambicioso e igualitário.

Os organizadores anteciparam entre 60.000 e 80.000 participantes, que sairão do castelo de Christiansborg, sede do Parlamento, no centro da cidade, rumo ao Bella Center, local da conferência sobre o clima das Nações Unidas, por volta das 16h00 (12H00 de Brasília).

Ministros chegam à cúpula de Copenhague

Ministros chegam à cúpula de Copenhague

12/12 - 09:43 - Agência Estado

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Ministros de Meio Ambiente de todo o mundo estão chegando hoje à conferência em Copenhague sobre mudança climática, e terão alguns dias para trabalhar num acordo, antes que mais de 100 chefes de Estado e governo cheguem à capital dinamarquesa, o que deve ocorrer no final da próxima semana.

Enquanto isso, estão previstos mais protestos em favor de uma ação forte. Para as ruas ao redor do prédio onde ocorre a conferência, a polícia deslocou tropas extras, que observam milhares de manifestantes que se aglomeram para uma marcha em favor de uma ação imediata.

Por enquanto, as promessas de redução de gases de efeito estufa estão muito abaixo do que os cientistas dizem ser necessário para evitar que as temperaturas subam para níveis potencialmente catastróficos.

Um acordo preliminar foi apresentado na sexta-feira, mas ele não traz números específicos sobre o financiamento, diz apenas que todos os países juntos devem reduzir as emissões entre 50% e 95% até 2050, e que países ricos devem diminuir as emissões entre 25% e 40% até 2020, tomando como base, em ambos os casos, os níveis de 1990. O rascunho deixa em aberto a forma de acordo, que poderia vir sob a forma de um documento legal ou de uma declaração política.

Ian Fry, representante da pequena ilha de Tuvalu, localizada no Oceano Pacífico, fez um apelo emocionado em favor de um formato mais forte, que legalmente obrigue todos os países a se comprometerem com o controle das emissões.

Ele pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que aproveite o Prêmio Nobel da Paz recebido esta semana e assuma a luta contra a mudança climática, que chamou de "a maior ameaça para a humanidade".

Todd Stern, enviado especial dos EUA para a conferência, disse que o texto do acordo apresentado ontem é "construtivo", mas destacou que a seção sobre a ajuda aos países pobres é "desequilibrada". Ele disse que as exigências sobre os países industrializados são mais rígidas do que as dos países em desenvolvimento e que a seção "não é base para negociações".

Grupos ambientais saudaram o texto como um avanço, mas lamentaram a falta do que consideram elementos essenciais. O acordo preliminar, elaborado por Michael Zammit Cutajar, de Malta, afirma que as emissões globais de gases de efeito estufa devem atingir um pico "assim que possível", mas não chega a citar um ano como meta.

O texto pede novo financiamento nos próximos três anos dos países ricos para que os mais pobres se adaptem à mudança climática, mas não menciona números. Além disso, o texto não traz propostas específicas sobre a ajuda no longo prazo.


Protestos em diferentes países pedem ação contra mudança climática

Protestos em diferentes países pedem ação contra mudança climática

12/12 - 05:25 - iG São Paulo

Manifestações tomaram conta das ruas de cidades como Jacarta, na Indonésia, Manila, nas Filipinas, e Sydney, na Austrália, neste sábado, como forma de pedir aos líderes mundiais presentes à Conferência de Copenhague que tomem atitudes para proteger o meio ambiente.

AFP
Jovens estendem faixa durante protesto nas Filipinas

Jovens estendem faixa durante protesto nas Filipinas

Em Manila, milhares de manifestantes se reuniram em frente à prefeitura. O grupo de manifestantes era formado, principalmente, por estudantes universitários e ativistas do meio ambiente. Usando roupas vermelhas, eles estenderam uma grande faixa com os dizeres: "o tempo está acabando: ação climática já!".

Em Jacarta, manifestantes pintaram as mãos de tinta e deixaram marcas em uma parede, simbolizando seu comprometimento com o combate à mudança climática.

Também neste sábado, um protesto a favor do combate à mudança climática reuniu jovens ativistas em Hong Kong. Os manifestantes usavam óculos e seguravam cartazes que diziam: "a mudança climática mata" e "tomem uma atitude agora, salvem vidas".

AFP
Manifestante usa óculos com slogans em Hong Kong

Manifestante usa óculos com slogans em Hong Kong

Leia mais sobre aquecimento global

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A chegada a Copenhagen

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/12/091206_copenhague_prepara.shtml

Milhares de pessoas, entre cientistas, políticos e ambientalistas, já começaram a chegar a Copenhague, na Dinamarca, para participar da conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, que começa na segunda-feira.

Na sede do encontro, o movimento foi crescendo ao longo do final de semana, mas a organização do evento já avisou que muita gente deve ficar de fora.

Cerca de 34 mil pessoas pediram credenciamento para participar do encontro, mas o Bella Center, onde ocorre a conferência, tem capacidade para apenas 15 mil.

Durante a cúpula, as delegações de mais de 190 países irão discutir soluções para o aquecimento global.

Emissões têm que cair a partir de 2020

Meio Ambiente

Estudo alerta que emissões têm que cair a partir de 2020

Linfen, na China

Linfen, na China, é uma das cidades mais poluídas do mundo

Os níveis de gases que provocam o efeito estufa precisam começar a cair em 2020 para evitar consequências potencialmente desastrosas, alerta um estudo divulgado na reunião das Nações Unidas sobre clima em Copenhague por um dos mais respeitados centros de pesquisa sobre mudança climática, o Met Office, da Grã-Bretanha.

Para que o aumento de temperatura da Terra se limite a 2ºC, a meta recomendada pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) em seu relatório de 2007 e adotada pelos países do G8 em sua cúpula de julho, as emissões precisam atingir um pico dentro de dez anos.

A partir daí, elas teriam que cair cerca de 5% anualmente. Mesmo assim, a probabilidade de o aumento de temperatura ficar abaixo de 2ºC é de apenas 50%, de acordo com o Met Office.

O problema é que, até antes da crise econômica mundial, as emissões do planeta vinham crescendo cerca de 3% ao ano. Ou seja, para que em apenas dez anos elas comecem a cair, seriam necessárias ações drásticas.

Negociação difícil

Nos três primeiros dias da reunião em Copenhague, negociadores de 192 países enfrentaram muitos problemas para avançar no sentido de um acordo global que possibilite esse tipo de ações.

A desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento e até mesmo sinais de desgaste entre o segundo grupo parecem estar dificultando um entendimento.

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A reunião acaba no dia 18 de dezembro, depois da participação de cerca de 110 líderes mundiais.

Se as emissões continuarem a subir depois de 2020, o Met Office afirma que a única forma de manter o aumento da temperatura terrestre abaixo dos 2ºC seriam os chamados projetos de geoengenharia – para retirar o gás carbônico da atmosfera.

Entre essas propostas, estão algumas que soam como ficção científica: espelhos no espaço que refletiriam de volta os raios do sol, “árvores” artificiais que sugariam o dióxido de carbono do ar para compartimentos que poderiam ser enterrados ou ainda a criação de nuvens com sprays de água no ar.

Mesmo os projetos de geoengenharia já em teste, como Captura e Armazenamento de Carbono (CCS, na sigla em inglês) – que retira o gás produzido pela queima de carvão em usinas e o prepara para armazenamento – ainda estão longe de serem viáveis economicamente.

Pouco se sabe sobre os reais custos ambientais, sociais e financeiros deste tipo de operação. E muito menos as consequências que eles poderiam ter sobre a Terra.

Mudança climática causará 1 bi de migrações

Mudança climática causará 1 bi de migrações
Cubo simbólico de CO2 flutua no lago St. Jorgens, em Copenhague: Afeganistão,
Bangladesh, a maior parte da América Central e partes da África Ocidental e
do Sudeste Asiático são as áreas mais propensas às grandes migrações
por fatores climáticos.

A mudança climática deve levar até 1 bilhão de pessoas a deixarem suas casas nas próximas quatro décadas, disse um estudo divulgado ontem pela Organização Internacional para a Migração (OIM).

O relatório, lançado no segundo dia da conferência climática da ONU em Copenhague, estima que 20 milhões de pessoas já ficaram desabrigadas na semana passada por causa de desastres naturais, que devem se agravar devido à mudança climática.

O texto alerta que poucos “refugiados climáticos” têm condições de deixar seus países para tentar a vida em lugares mais ricos. O que ocorre, na verdade, é que eles se deslocam para cidades já superpopuladas, aumentando a pressão sobre países pobres.

“Além da luta imediata diante do desastre, a migração pode não ser uma opção para os grupos mais pobres e vulneráveis”, disse o texto.

“Em geral, os países esperam gerir internamente a migração ambiental, à exceção de pequenos Estados insulares, nos quais em alguns casos (o aquecimento) já levou ao desaparecimento de algumas ilhas sob a água, forçando a migração internacional.”

As estimativas sobre a migração decorrente de fenômenos climáticos variam de “25 milhões a 1 bilhão de pessoas nos próximos 40 anos”. O texto, no entanto, informa que a cifra mais baixa parece já estar ultrapassada.

O número de desastres naturais mais do que dobrou nos últimos 20 anos e a OIM disse que a desertificação, a poluição da água e outros problemas tendem a tornar áreas cada vez maiores do planeta inabitáveis conforme o efeito estufa se alastrar.

“Uma maior mudança climática, com temperaturas globais previsivelmente subindo entre 2C e 5C até o final deste século, pode ter um grande impacto sobre o movimento das pessoas”, disse o relatório, patrocinado pela Fundação Rockefeller.

O estudo aponta Afeganistão, Bangladesh, a maior parte da América Central e partes da África Ocidental e do Sudeste Asiático como as áreas mais propensas às grandes migrações por fatores climáticos.

Nesta semana, o alto comissário da ONU para refugiados, Antonio Guterres, alertou que metade dos refugiados do mundo já vive em cidades onde há aumento de tensões xenófobas, como Cabul, Bogotá, Abidjan e Damasco.

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