sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

sobre a solidariedade (fsm)

Oficina debate sobre a solidariedade na sociedade de classes


Atividade

Blog Brasil Autogestionário e Instituto de Desenvolvimento de Cidadania realizam oficina debate sobre a solidariedade na sociedade de classes

Organizado pelo Coletivo do Blog Brasil Autogestionário (www.brasilautogestionario.org) e Instituto de Desenvolvimento e Cidadania( IDESC), realizou-se na tarde do dia 26/01 no Território da Economia Solidária no Fórum Social Mundial em Canoas a oficina Solidariedade na Sociedade de Classes.

A atividade que reuniu um grande público teve como painelistas os professores Antonio David Cattani, Titular do Programa de Pós-Gradução em Sociologia da UFRGS e organizador do Dicionário Internacional da Outra Economia” e Paul Singer, Secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e um dos principais teóricos da Economia Solidária.

O objetivo da atividade foi discutir um tema central que representa um dos princípios e práticas do Outro mundo possível, que é a solidariedade, problematizando a contradição de um principio e valor da Economia Solidária que é absorvido pelo capitalismo.

O debate iniciou com o professor Cattani que discorreu sobre a apropriação do conceito de solidariedade pelas classes dominantes, que através da caridade com viés assistencialista, realizada por entidades patronais, inverte o sentido da solidariedade de classes, ao transforma-la em prática funcional ao sistema, ou seja, a solidariedade, ou “ação solidária” que busca a manutenção do sistema de reprodução da desigualdade.

Segundo Cattani para os capitalistas a “solidariedade é um negócio”, isto porque o capitalismo se manifesta como realização concreta, ou seja, organizar o trabalho, produzir mercadorias, dominar o Estado, mas ele se legitima, essencialmente, pelo discurso, pelos valores que propaga. São valores, portanto, que legitimam as práticas capitalistas. Dentre estes valores, dos últimos anos, duas noções aparecem com muita força: “ética econômica”, se falam em “empresas éticas”, e se fala de “empresas socialmente responsáveis”. Todas as grandes corporações estão discutindo estes pontos. Essas noções que são propagadas pelos meios de comunicação, nas escolas técnicas, nas escolas secundárias, nas universidades, sobre “ética Econômica”.

Em relação à ética capitalista que utiliza a solidariedade como estratégia de legitimação do processo de exploração intrínseco ao sistema, Cattani afirma que: Toda noção restrita, limitada e pessoal de ética, ela é uma redução é um empobrecimento de valores humanos. E é justamente disso que se fala em “ética econômica” Não é uma ética que vale para o conjunto da sociedade, mas sim atendendo interesses específicos de uma determinada empresa. No capitalismo a ética econômica deve ser entendida como um conjunto de princípios práticas e valores que parte da injustiça e que nela resulta.

O professor Paul Singer, em seu painel, aprofundou a análise sobre as práticas de solidariedade verdadeiras e aquelas orientadas por valores e interesses do capital, destacando a diversidade do chamado “Terceiro Setor” no Brasil. Conforme Singer “há uma enorme quantidade de ONGs. No ultimo censo de ONGs, de 2005, apontou que existem 335 mil ONGs no país. É um universo, é muito grande. Ninguém conseguiu ainda identificar totalmente.

Esse Universo das Não Governamentais por uma razão fundamental, ao meu ver é problemática pois, toda categoria que se desenvolve pela negação é alguma coisa extremamente heterogênea. Temos por isso, dentro do universo das ONGs provavelmente ONGs bandidas, criminosas falsas, até ONGs legítimas e que lutam até pela Economia Solidária a juventude, mulheres. Dentro do panorama da sociedade brasileira em que a injustiça não falta, existem ONGS que prestam efetivamente serviços variados. Uma parte dessas ONGs são financiadas por fundos de grandes empresas multinacionais.

A partir dessa realidade Singer discorreu sobre a solidariedade entre iguais, caracterizada pela ação coletiva dos explorados, cujo objetivo é a superação do status quo de opressão a partir de uma perspectiva emancipatória expressa na lutas dos movimentos sociais e nas iniciativas de auto-organização no campo político e econômico como a Economia Solidária.

Ao definir a Economia Solidária como essa prática de solidariedade verdadeira, na medida que é realizada entre iguais, Singer destacou o diferencial das relações entre os trabalhadores e trabalhadoras baseadas na solidariedade que surge fundamentalmente da necessidade, e se reforça a partir da ação coletiva da ajuda mútua.

É nas práticas dos Empreendimentos Econômicos Solidários que Singer identifica os elementos desta solidariedade verdadeira. “ Todos manifestam profunda felicidade , dizem “finalmente eu sou alguém, alguém que é ouvido, alguém que decide e que é respeitado. Não é só o ganho material, que é bom também, mas muitas vezes é esse resgate humano, onde na verdade a solidariedade é condição para que esse resgate humano possa acontecer“, salienta Singer.

Para Singer os Empreendimentos de Economia Solidária guardam semelhanças, em sua prática diária, com uma família: Eu costumo fazer esse paralelo, os Empreendimentos Econômicos Solidários são muito semelhante a uma família. Há muita solidariedade, muita generosidade. Há muita “mãe” dentro dos EES, que podem ser homens ou mulheres a cumprir esse papel.

Perguntado por uma das participantes como é possível multiplicar os valores da solidariedade transformadora, Singer respondeu:E é assim que a gente consegue, não através da propaganda, através da publicidade mas através de uma troca de sentimentos, conhecimentos e intenções entre iguais”.


O desafio humano para uma era sustentável (FSM)

O desafio humano para uma era sustentável


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A necessidade de mudança radical no comportamento humano para a constituição de uma verdadeira educação ambiental esteve em evidência na conferência “Educação Ambiental e o Desafio de Uma Era sustentável”, ocorrida na manhã desta quinta-feira (28/01) no Pavilhão Central Sapiranga do Fórum Social Mundial, que se encerra hoje na Cidade das Rosas e do Voo Livre – distante 59,5 quilômetro de Porto Alegre.

A mesa coordenada pelo professor universitário André Rafael Weyermüller, contou com a participação do ambientalista e economista político Ladislau Dowbor, que apresentou a evolução das águas, a situação das florestas mundiais, a extinção das espécies e a evolução do aquecimento global. Ele alertou que hoje o Planeta Terra soma 7 bilhões de pessoas, destacando a importância do controle de natalidade em todo o mundo.

Para o ambientalista de origem francesa, o maior problema do planeta é fruto do crescimento desordenado e rápido da população mundial. “Todos querem consumir mais carne, o que significa mais metano e mais aquecimento. A gente tem que repensar isso”, ressaltou.

Ladislau Dowbow também citou uma frase comum em seu país que diz: “Nada será legitimamente teu, enquanto a outrem faltar o necessário.” A citação veio em defesa de uma mudança radical no comportamento humano.

Para encerrar, ele preferiu resumir tudo o que disse ter escrito e teorizado em livros e em seu próprio site www.dowbor.org, com outra citação: “O sucesso não pode ser medido pelo que eu arranquei do planeta, mas pelo que eu contribui com ele.”

Outro palestrante da manhã, o assessor especial do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o jornalista Luís Antônio Carvalho, falou das prioridades do Governo Federal, sobretudo da defesa do Código Florestal Brasileiro.

Carvalho apontou a necessidade do trabalho integrado entre Governo Federal, estados e municípios. Salientou que campanhas ambientais bem-sucedidas não necessitam de muitos recursos, mas, sim, de apoio das comunidades. “A responsabilidade das diversas campanhas acaba sempre caindo sobre os ombros dos professores. Daí a necessidade de uma excelente formação para os quadros da educação”, defendeu o representante do Ministério do Meio Ambiente.

Cátia Cylene
Núcleo de Comunicação Social do FSM em Sapiranga
Fone: 9983 9633

Plenária do FSM debate conjuntura ambiental

Plenária do FSM debate conjuntura ambiental


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Foto: João Peres

João Peres

Fórum Social Mundial retoma discussão sobre o clima que guiará 2010 até encontro no México, em que se teme o mesmo fracasso de Copenhague.

Passou-se pouco mais de um mês desde o fim da COP-15, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, até que se começasse a discutir com profundidade o que será da COP-16.

A reunião, prevista para o fim deste ano, no México, ganhou extrema importância depois que o mundo saiu da Dinamarca sem nenhum acordo concreto sobre projetos para combater o aquecimento global e evitar que catástrofes naturais atinjam milhões de pessoas.

Agora, o Fórum Social Mundial de Porto Alegre discute a questão ambiental ainda em uma espécie de refluxo do que ocorreu em Copenhague. As divisões sobre os efeitos da discussão planetária de dezembro passado vão do mais exacerbado otimismo à mais profunda desesperança com relação a mudanças.

Na terça-feira (26), quem deu início ao assunto foi o sociólogo peruano Roberto Espinoza, que abriu o debate na Usina do Gasômetro sobre conjuntura ambiental. Ele acredita que a humanidade ingressou no reino da escuridão. “O fracasso da COP-15 significa o fracasso do sistema das Nações Unidas por completo. Depois de um ano de negociações e milhares de documentos, não se chegou a nada”, lamenta.

Posição mais otimista é nutrida por Nicola Bullard, pesquisadora da ONG Focus on the Global South. “Por causa de Copenhague, em que se mostraram todos os interesses egocêntricos de governos e das ligas globais, temos a oportunidade de construir um grande pacto de justiça climática”, afirma sobre a expectativa para a COP-16, destacando que agora se pode resistir às falsas soluções apresentadas por empresas poluidoras e governos a elas ligados.

Sobre o papel de liderança nas negociações assumido por Brasil, Rússia, Índia e China – os chamados Bric, as nações emergentes –, Bullard mostrou-se reticente quanto à possibilidade de uma efetiva mudança. “O modelo em jogo não é ideal. Os governos do Norte devem brigar com as nações emergentes do Sul que querem apenas manter seu direito ao crescimento. Precisam entender que o crescimento perpétuo é impossível”, criticou.

O sociólogo Espinoza lembrou que, neste ano, o governo da Bolívia pretende organizar em novembro uma conferência sobre crise civilizatória. Para ele, será o momento de garantir a articulação dos povos indígenas e dos movimentos sociais para chegar ao México com uma posição firme. “Se os povos indígenas são derrotados em suas lutas, toda a humanidade é derrotada”, concluiu.

Fonte: Rede Brasil Atual


Marina Silva e Boaventura Santos no Fórum Social

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“Não sou daqueles que se intimidam facilmente” diz Marina Silva


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Foto: Pedro Barreto/COORDCOM/ UFRJ

O professor de economia Boaventura Santos e a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva participaram nessa tarde de quinta-feira, 28 de janeiro, do debate sobre Novos Paramêtros para o Desenvolvimento. O auditório praticamente lotado ouviu com atenção, apesar do forte calor, os palestrantes concordarem que novos modelos são fundamentais.

Para Boaventura Santos é preciso criar um novo conceito para substituir a palavra desenvolvimento. “A palavra tem história e temos que pensar no conceito de viver bem, de felicidade”. Os próprios índices deveriam medir a “felicidade”. O professor explicou que para os índios é impossível mensurar o desenvolvimento nos termos tradicionais aplicados pelas teorias econômicas. “O conceito indígena de desenvolvimento é de viver bem, em harmonia. E não são utopias, esses conceitos estão hoje na Constituição da Bolívia e do Equador”. Boaventura citou o caso da Finlândia, em que a população tem acesso ao bem viver, mas, paradoxalmente, apresenta os maiores números de suicídio. O professor não apresentou sua teoria para o exemplo.

Outro exemplo, porém, que mostrou o ponto de vista do cátedro da Universidade de Coimbra sobre a necessidade de se mudar os paramêtros foi de uma aluna indígena que chorou na aula da universidade por que outro professor ignorou os conceitos plurais de economia solidária e coletiva. Além desse, Boaventura citou exemplos do Canadá, onde organizações de economia solidária substituiram serviços de atendimento aos idosos, de Porto Alegre mesmo, onde o Orçamento Participativo levou o controle dos recursos para a mão dos cidadãos, entre outros. Ele também falou da importância da mudança de visão da periferia para o centro. “O Fórum nasceu nas periferias. Com um olhar que não está no centro, podemos ver melhor os vários lados da cidade.”

Para a senadora Marina Silva os novos paramêtros de desenvolvimento estão surgindo em experiências embrionárias no Brasil o que é uma dinâmica nova. A ex-ministra do Meio Ambiente não pode deixar de abordar o tema do aquecimento global. “É o que eu chamo de Armagedon Ambiental, alguns indicadores mostram que se houver um aumento de 1,5° C vamos inviabilizar a vida no planeta”. Marina citou o fotógrafo Sebastião Salgado para ilustrar seu conceito de Armagedon. “20% da população fez uma uma fuga para o futuro e 80% estão sendo deixadas para trás.”Além disso, Marina lembrou que a economia de um país depende 50% de sua biodiversidade, plataforma que defende em sua pré canditatura a Presidente do Brasil.

Apesar de saber que seus ideais são difíceis de serem alcançados, a senadora não aceita que os termos idealista e sonhador sejam deturpados. “O conceito foi deturpado. Se você quer xingar alguém chama o de utópico. Eu não sou daqueles que se intimida facilmente” afirmou. Ao ser aplaudida, Marina Silva lembrou o exemplo de Mandella e da sua insistência.

Outro momento de admiração do público presente na sua apresentação foi quando a ex-ministra admitiu a falência tanto do modelo econômico capitalista quanto socialista. “As experiências socialistas não deixaram um legado diferente do modelo perverso capitalista” explicou ela sobre a destruição da biodiversidade em ambos os casos.

Natacha Marins

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial (Princípios)

Carta de Princípios


O Comitê de entidades brasileiras que idealizou e organizou o primeiro Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre de 25 a 30 de janeiro de 2001, considera necessário e legítimo, após avaliar os resultados desse Fórum e as expectativas que criou, estabelecer uma Carta de Princípios que oriente a continuidade dessa iniciativa. Os Princípios contidos na Carta, a ser respeitada por tod@s que queiram participar desse processo e organizar novas edições do Fórum Social Mundial, consolidam as decisões que presidiram a realização do Fórum de Porto Alegre e asseguraram seu êxito, e ampliam seu alcance, definindo orientações que decorrem da lógica dessas decisões.

1. O Fórum Social Mundial é um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de idéias, a formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, e estão empenhadas na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra.

2. O Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi um evento localizado no tempo e no espaço. A partir de agora, na certeza proclamada em Porto Alegre de que “um outro mundo é possível”, ele se torna um processo permanente de busca e construção de alternativas, que não se reduz aos eventos em que se apóie.

3. O Fórum Social Mundial é um processo de caráter mundial. Todos os encontros que se realizem como parte desse processo têm dimensão internacional.

4. As alternativas propostas no Fórum Social Mundial contrapõem-se a um processo de globalização comandado pelas grandes corporações multinacionais e pelos governos e instituições internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de governos nacionais. Elas visam fazer prevalecer, como uma nova etapa da história do mundo, uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais, bem como os de tod@s @s cidadãos e cidadãs em todas as nações e o meio ambiente, apoiada em sistemas e instituições internacionais democráticos a serviço da justiça social, da igualdade e da soberania dos povos.

5. O Fórum Social Mundial reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial.

6. Os encontros do Fórum Social Mundial não têm caráter deliberativo enquanto Fórum Social Mundial. Ninguém estará, portanto autorizado a exprimir, em nome do Fórum, em qualquer de suas edições, posições que pretenderiam ser de tod@s @s seus/suas participantes. @s participantes não devem ser chamad@s a tomar decisões, por voto ou aclamação, enquanto conjunto de participantes do Fórum, sobre declarações ou propostas de ação que @s engajem a tod@s ou à sua maioria e que se proponham a ser tomadas de posição do Fórum enquanto Fórum. Ele não se constitui portanto em instancia de poder, a ser disputado pelos participantes de seus encontros, nem pretende se constituir em única alternativa de articulação e ação das entidades e movimentos que dele participem.

7. Deve ser, no entanto, assegurada, a entidades ou conjuntos de entidades que participem dos encontros do Fórum, a liberdade de deliberar, durante os mesmos, sobre declarações e ações que decidam desenvolver, isoladamente ou de forma articulada com outros participantes. O Fórum Social Mundial se compromete a difundir amplamente essas decisões, pelos meios ao seu alcance, sem direcionamentos, hierarquizações, censuras e restrições, mas como deliberações das entidades ou conjuntos de entidades que as tenham assumido.

8. O Fórum Social Mundial é um espaço plural e diversificado, não confessional, não governamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo.

9. O Fórum Social Mundial será sempre um espaço aberto ao pluralismo e à diversidade de engajamentos e atuações das entidades e movimentos que dele decidam participar, bem como à diversidade de gênero, etnias, culturas, gerações e capacidades físicas, desde que respeitem esta Carta de Princípios. Não deverão participar do Fórum representações partidárias nem organizações militares. Poderão ser convidados a participar, em caráter pessoal, governantes e parlamentares que assumam os compromissos desta Carta.

10. O Fórum Social Mundial se opõe a toda visão totalitária e reducionista
da economia, do desenvolvimento e da história e ao uso da violência como meio de controle social pelo Estado. Propugna pelo respeito aos Direitos Humanos, pela prática de uma democracia verdadeira, participativa, por relações igualitárias, solidárias e pacíficas entre pessoas, etnias, gêneros e povos, condenando todas as formas de dominação assim como a sujeição de um ser humano pelo outro.

11. O Fórum Social Mundial, como espaço de debates, é um movimento de idéias que estimula a reflexão, e a disseminação transparente dos resultados dessa reflexão, sobre os mecanismos e instrumentos da dominação do capital, sobre os meios e ações de resistência e superação dessa dominação, sobre as alternativas propostas para resolver os problemas de exclusão e desigualdade social que o processo de globalização capitalista, com suas dimensões racistas, sexistas e destruidoras do meio ambiente está criando, internacionalmente e no interior dos países.

12. O Fórum Social Mundial, como espaço de troca de experiências, estimula o conhecimento e o reconhecimento mútuo das entidades e movimentos que dele participam, valorizando seu intercâmbio, especialmente o que a sociedade está construindo para centrar a atividade econômica e a ação política no atendimento das necessidades do ser humano e no respeito à natureza, no presente e para as futuras gerações.

13. O Fórum Social Mundial, como espaço de articulação, procura fortalecer e criar novas articulações nacionais e internacionais entre entidades e movimentos da sociedade, que aumentem, tanto na esfera da vida pública como da vida privada, a capacidade de resistência social não violenta ao processo de desumanização que o mundo está vivendo e à violência usada pelo Estado, e reforcem as iniciativas humanizadoras em curso pela ação desses movimentos e entidades.

14. O Fórum Social Mundial é um processo que estimula as entidades e movimentos que dele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional e buscando uma participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introduzindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.

Aprovada e adotada em São Paulo, em 9 de abril de 2001, pelas entidades que constituem o Comitê de Organização do Fórum Social Mundial, aprovada com modificações pelo Conselho Internacional do Fórum Social Mundial no dia 10 de junho de 2001.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial

Descentralizado, o Fórum Social Mundial volta hoje ao seu palco de origem mas com peso político e formato diferentes. O evento, que se encerra na sexta-feira, ocorrerá em Porto Alegre e mais seis cidades da Região Metropolitana.

Cinco anos depois de sua última edição em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial volta hoje à Capital com formato e peso político diferentes em relação ao evento de 2001 e 2005.

Em vez de figurar como palco central das discussões da esquerda internacional, desta vez os debates e palestras dividem atenções com eventos realizados em outras cidades do RS e do mundo. De atração principal, passou a ser um braço da descentralizada edição de 2010.

Confira a programação do evento:



Entre tantas discussões geograficamente dispersas, coube a Porto Alegre sediar os debates em torno do seu legado e futuro após um década de história. Tanto que o principal eixo da programação gaúcha do FSM, que vai de hoje até sexta-feira, é o seminário “10 Anos Depois: Desafio e propostas para um outro mundo possível”.

O clima de retrospectiva também está presente no ponto alto do FSM em Porto Alegre. Trata-se da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro em que será apresentado um balanço da trajetória do Fórum, amanhã, no Gigantinho. Para a ocasião, também são aguardadas as presenças, ainda não confirmadas, dos presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, e Evo Morales, da Bolívia, além do recém-eleito José Mujica, do Uruguai.

O dia anterior à abertura foi dedicado à montagem das estruturas de som e iluminação nos principais locais de seminários e palestras na Capital. Na Usina do Gasômetro, o movimento dos técnicos mexeu com a rotina do local e pegou de surpresa os visitantes que queriam aproveitar o domingo para visitar um dos principais pontos turísticos de Porto Alegre.

A todo instante, turistas eram barrados por seguranças que tentavam conciliar o movimento do público e dos instaladores de caixas de som.

– Não sabia que ia ter esse movimento – lamentou a arquiteta Isabel Kouzmine, que tinha levado parentes do Paraná ao Gasômetro.

A dezenas de metros dali, cerca de cinquenta trabalhadores ajustavam redes de computadores e decoravam palcos em dois auditórios montados em armazéns do cais do porto.

O barulho de martelos e furadeiras se misturava ao da conversa de um grupo de cerca de 30 pessoas que fazia um “debate pré-fórum” sobre comunicação colaborativa. Entre eles, o moçambicano Viriato Tamele, diretor executivo da Coligação para a Justiça Econômica. Participante do FSM desde 2001, Tamele fez o seu balanço dos 10 anos:

– Produziu um espaço para o encontro de movimentos sociais e para fazer um retaliação ao Fórum de Davos. Agora, tem de crescer mais e valorizar as diferenças entre os continentes – analisou.

Ainda no Gasômetro, Laura Carvalho e Elisabeth Lima, coordenadoras de uma cooperativa de confecções, traduziam nas suas projeções de venda a perspectiva de um Fórum menos expressivo do que em outros anos.

– Devemos vender umas 200 camisetas. Nas outras vezes, vendíamos entre 700 e mil – garantiu Elizabeth.

No centro montado para credenciar participantes e imprensa na Assembleia Legislativa, o movimento era tranquilo na tarde de ontem. A maioria dos inscritos no final de semana era de jornalistas e pesquisadores latino-americanos, alemães e franceses. O maior movimento é esperado a partir da manhã de hoje, quando começam a chegar caravanas de estudantes e movimentos sociais, segundo Ana Console, membro da organização do Fórum.

Destaques do dia

HOJE

CAPITAL

9h30min - Usina do Gasômetro

Abertura do Seminário “10 Anos Depois: Desafios e propostas para um outro mundo possível”.

O evento será o ponto alto do Fórum, reunindo os principais intelectuais convidados pelos organizadores, como o sociólogo português Boaventura Sousa dos Santos, da Universidade de Coimbra.

16h (concentração) - Largo Glênio Peres

Tradicional caminhada de abertura do Fórum – do Largo Glênio Peres até a Usina do Gasômetro –, onde ocorrerão shows com Renato Borghetti, Papas da Língua, Marcelo D2 e outros artistas.

CANOAS

11h - Calçadão da Rua Tiradentes

Com a programação voltada para a cultura, Canoas promove o “1º Encontro Sul-Brasileiro de Teatro de Rua”, no Calçadão da Rua Tiradentes. O espetáculo Caravana da Ilusão abrirá o leque de atrações.

Ocorrerão no Calçadão da Rua Tiradentes apresentações teatrais até o final da semana.

NOVO HAMBURGO

Até sexta-feira - Sociedade Gaúcha de Lomba Grande

Lomba Grande sedia o Acampamento Intercontinental da Juventude. Visitantes não pagam. Para quem vai acampar: brasileiros (R$ 20), demais integrantes da América Latina (20 pesos argentinos), americanos (U$S 20) e europeus (20 euros).

SÃO LEOPOLDO

8h - Saída do Instituto Martim

Pescador

Navegação ecológica de São Leopoldo até a Capital pelo curso do Rio dos Sinos. O passeio é gratuito e tem chegada prevista para as 15h no Cais Mauá.

ZERO HORA


sábado, 23 de janeiro de 2010

O que é desenvolvimento sustentável? (WWF Brasil)

O que é desenvolvimento sustentável?

O WWF-Brasil apoia iniciativas de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Pegada ecológica

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O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?

Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.

Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.

Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.

Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico.

O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Junte-se a nós!

Somente com três meses, quando o corpo está todo coberto por penas, os filhotes de araras-azuis conseguem voar.
Sua colaboração é fundamental para conservarmos o meio ambiente e garantirmos qualidade de vida para nós e nossas futuras gerações.
Afilie-se!

Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?

O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.

Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes.

Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.

Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades.

Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

Gandhi e os modelos de desenvolvimento(WWF Brasil)


Fatos e curiosidades

Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, teria respondido: "...a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?"

A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.

O que é biodiversidade?

O que é biodiversidade?

A onça-pintada precisa de seu apoio para sobreviver.

Aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão no Brasil.

O termo biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e a variedade do mundo natural. As plantas, os animais e os microrganismos fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano.

Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras.

A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas.

A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos do planeta. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas.

Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e sua excepcional vegetação.

Quantas espécies existem no mundo?

Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a somente 1,5 milhão de espécies.

Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da "megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial terapêutico das plantas da Amazônia.

Junte-se a nós!

Sua colaboração é fundamental para conservarmos o meio ambiente e garantirmos qualidade de vida para nós e nossas futuras gerações.
Afilie-se!

Quais as principais ameaças à biodiversidade?


A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção.

A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.

A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas.

A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção.

A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país.

A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país.

Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país.

O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.

O que é a Convenção da Biodiversidade?

A Convenção da Diversidade Biológica é o primeiro instrumento legal para assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Mais de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993.

O pontapé inicial para a criação da Convenção ocorreu em junho de 1992, quando o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações Unidas, a Rio-92, para conciliar os esforços mundiais de proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico.

Contudo, ainda não está claro como a Convenção sobre a Diversidade deverá ser implementada. A destruição de florestas, por exemplo, cresce em níveis alarmantes.

Os países que assinaram o acordo não mostram disposição política para adotar o programa de trabalho estabelecido pela Convenção, cuja meta é assegurar o uso adequado e proteção dos recursos naturais existentes nas florestas, na zona costeira e nos rios e lagos.

O WWF-Brasil e sua rede internacional acompanham os desdobramentos dessa Convenção desde sua origem. Além de participar das negociações da Conferência, a organização desenvolve ações paralelas como debates, publicações ou exposições. Em 2006, a reunião ocorreu em Curitiba, PR.

Biodiversidade (2010 Ano da Biodiversidade)

Biodiversidade

A palavra nasceu nos anos 1980, ao mesmo tempo em que se difundia a preocupação com sua perda. Um dos primeiros a usar a expressão diversidade biológica foi Thomas Lovejoy, biólogo americano que durante vários anos fez pesquisas na floresta Amazônica. A expressão depois foi simplificada por outro biólogo americano, Edward O. Wilson, que a contraiu em um só vocábulo: biodiversidade, um valor para ser conservado. Assim como o nome sugere, trata-se da diversidade da vida, ou seja, do número de plantas, animais, fungos e microorganismos existentes na Terra ou numa determinada região. (Fonte: Nos Caminhos da Biodiversidade Paulista. Secretaria do Meio Ambiente, SP. 2007)
(do Planeta Sustentável - Glossário:...)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Empreendimentos na Amazônia ameaçam índios (eco4planet)

Empreendimentos na Amazônia ameaçam índios

A instalação de novos empreendimentos na Amazônia gerou consequências trágicas e irreversíveis para os povos indígenas da região.

É o que revela publicação inédita da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação dos mais de 370 milhões de índios no mundo, divulgada ontem no Rio de Janeiro e em várias capitais.

Embora o relatório não cite a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio, em Porto Velho, alerta que há relatos de índios isolados vivendo na região, que estão sendo dizimados por doenças tratáveis como malária, pneumonia e varíola.

O documento ataca o avanço desordenado de “infraestruturas da globalização” e lembra que a instalação de grandes usinas, como a Hidrelétrica de Tucuruí, na década de 1980, gerou “um aumento dramático” dos casos de malária. No período, também foi registrado crescimento da incidência de doenças como oncocercose (cegueira dos rios) e esquistossomose.

Na Amazônia peruana, o relatório cita os impactos com a exploração de petróleo e gás (Projeto Camisea) desenvolvido pela Shell Oil, também na década de 1980. O contato de trabalhadores da empresa com a população local trouxe tosse, varíola e gripe, matando 50% da comunidade tradicional.

Além das enfermidades trazidas com as alterações no meio ambiente, como os grandes alagamentos para a instalação da usinas, novos empreendimentos na Amazônia também obrigam o reassentamento de famílias, que deixam para trás, além do território, tradições e relações seculares com o lugar e formas de subsistência.

“Grupos indígenas dispersados anteriormente foram forçados a viver em assentamentos, onde eram expostos a novas doenças, como infecções intestinais e gripes”, afirma o relatório, que aponta também a carência de assistência médica adequada e a falta de vacinação regular.

Durante a divulgação do relatório, o líder Marcos Terena, articulador do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena (ITC), disse que, para minimizar os problemas provocados por esses empreendimentos, os índios querem ser consultados sobre os impactos das instalações em suas terras, como determina a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

“A ONU trabalha para que os bancos de financiamento e organismos multilaterais como o Banco Mundial [Bird] e o Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID] sejam obrigados a estabelecer mecanismos de consulta e diálogo com os povos indígenas para levar em conta a opinião deles. Isso vai ajudar na garantia dos direitos humanos”, concluiu Terena.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Desenvolvimento sustentável é prioridade em 2010, diz Ban



11-01-2010

Desenvolvimento sustentável é prioridade em 2010, diz Ban

Por Redação

O Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon disse nesta segunda-feira que o desenvolvimento sustentável é a principal meta das Nações Unidas em 2010.

Ban apresentou à Assembleia Geral em Nova York sete prioridades estratégicas estabelecidas para a ONU este ano, entre elas também está o pacto sobre mudanças climáticas.

Esperança

O Secretário-Geral lembrou que há uma década o mundo se comprometeu para um esforço de 15 anos de combate à pobreza, fome e doenças. Ele disse que, assim como houve união para discutir as alterações do clima na Conferência de Copenhague, é preciso juntar forças para atingir as Metas do Milênio.

Ban lembrou que, há um ano, a economia mundial estava em queda livre e que hoje o cenário é muito diferente, com mercados econômicos em recuperação e crescimento em alta especialmente em países desenvolvidos. Mas ele disse que não há motivos para comemorar.

Ban Ki-moon ressaltou que muitas pessoas no mundo estão perdendo empregos e meios de subsistência e que vivem com medo de não trazer comida para casa.

Prioridades

Segundo o Secretário-Geral outras prioridades para 2010 incluem o fortalecimento das Nações Unidas, o reforço aos direitos humanos, a intensificação dos trabalhos para um mundo livre de armas nucleares, a resolução de conflitos e a capacitação das mulheres.

Em declaração a jornalistas logo após o discurso na Assembleia Geral, Ban afirmou que o investimento no desenvolvimento é crucial para o crescimento global, para a segurança nacional e para famílias em todo o mundo.

Ban Ki-moon afirmou que estamos numa era de insegurança, e que a época é difícil para muitas pessoas, com muitos conflitos, e que as Metas do Milênio são muito grandes para fracassar.



sábado, 16 de janeiro de 2010

Veja como ajudar as vítimas do Haiti

Localização do Haiti, principal país atingido pelos terremotos nesta semana. Fonte: UOL

Segundo a Cruz Vermelha Internacional, três milhões de pessoas podem ter sido afetadas pelo terremoto do Haiti.

Apesar de ainda não haverem dados oficiais, a estimativa é de que a destruição pode ter causado a morte de dezenas ou centenas de milhares de pessoas.

Enquanto ajudas humanitárias começam a chegar, os haitianos sobrevivem com suprimentos médicos escassos e racionamento de água e comida.

Por isso, se você puder, ajude com qualquer quantia. Lembre-se apenas de ficar atento a falsos pedidos de doações que são frequentes depois de tragédias.

• Embaixada do Haiti no Brasil

A embaixada está recebendo doações em dinheiro por meio da conta corrente abaixo. Qualquer um pode doar a quantia que puder por meio de depósitos ou transferências de qualquer banco, até mesmo de fora do Brasil, para a conta corrente. Segundo o Banco o Brasil, o dinheiro arrecadado será recebido diretamente pela embaixada e administrados por ela.

Nome: Embaixada da República do Haiti
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
CC: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71

• Comitê Internacional da Cruz Vermelha

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) também recebe doações, mas somente em dinheiro. Segundo Silvia Backes, coordenadora do CICV no Brasil, a entidade não recebe outros tipos de doações, como roupas, devido à dificuldade de enviá-las ao país. Ela diz que há uma equipe de ajuda emergencial da Cruz Vermelha saindo de Genebra com toneladas de doações e com equipes de médicos.

Nome: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Banco: HSBC
Agência: 1276
CC: 14526-84
CNPJ: 04359688/0001-51

• Movimento Viva Rio

O Movimento Viva Rio abriu uma conta para receber doações que serão usadas para compra de alimentos, água e medicamentos. Presente desde 2004 no Haiti, a organização mantém uma equipe de mais de 400 pessoas trabalhando nos projetos, sendo nove brasileiros. Doações podem ser feitas na conta:

Nome: Movimento Viva Rio
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1769-8
CC: 5113-6
CNPJ: 00343941/0001-28

• Yelé Haiti

A ONG do músico haitiano Wyclef Jean está recebendo doações para ajudar as vítimas do terremoto. Para doar, acesse o site do Yelé Haiti, clique em “Donate”, escolha o valor da doação e forneça os dados do seu cartão de crédito.

Para saber mais informações sobre cidadãos brasileiros no Haiti, ligue para o Núcleo de Assistência a Brasileiros do Itamaraty, nos telefones abaixo:

(61) 3411-8803
(61) 3411-8805
(61) 3411-8808
(61) 3411-8817
(61) 3411-9718
(61) 8197-2284

Fonte: EcoDesenvolvimento

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Protótipo eco-retro

Carros elétricos são legais. Acho que já disse isso antes. E projetos de alta tecnologia embalados em estilo vintage também são, ainda que apenas como conceito, e o F-CELL Roadster é o mais radical de toda essa linhagem de releituras composta por Fiat 500, New Beetle, Camaro, Citroën DS e outros.

A Daimler AG convocou 150 trainees para desenvolverem uma homenagem ao carro que a senhora Bertha Benz utilizou para viajar de Mannheim a Pforzheim, na Alemanha, junto com os dois filhos de seu casamento com o projetista Carl Benz, no distante ano de 1888.

Visionária sob todos os aspectos, a viagem serviu para provar que o tal do automóvel era algo confiável e útil para as pessoas. Mais de 120 anos depois, o novo F-CELL Roadster evolui essa ideia dentro do contexto energético e ambiental. O uso de células de combustível produz energia livre de poluentes. Até as rodas fininhas, aparentemente arcaicas, ajudam a reduzir o consumo e elevar a autonomia, estimada em 350 km.

Na carroceria, nada de metal, apenas plástico reforçado com fibra de vidro. E enquanto o modelo 1888 não tinha nem volante (a direção consistia numa simples alavanta), o atual possui controles drive-by-wire totalmente eletrônicos, semelhantes à um joystick.

Via: Fiat mio