quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pão, Terra e Liberdade na Cidade Imperial

Há poucos dias eu li um livro precioso: "Pão, Terra e Liberdade na Cidade Imperial" do professor, mestre, Paulo Henrique Machado. Que também foi professor da rede estadual, aqui em Petrópolis. Fui procurar outros exemplares nas livrarias, mas não os encontrei, pois o livro fora lançado em uma edição do autor e os livreiros me explicaram que não podiam comercializá-lo. Fora lançado em 2009 e eu soube que tempos depois o autor falecera. O livro é ótimo, principalmente por nos trazer a história dos movimentos populares e operários em Petrópolis. Fala-se muito, por aqui, nas questões relativas ao império e à família imperial, mas a história das lutas e conquistas populares ainda está por ser escrita. O livro de Paulo Henrique é uma rica contribuição nesse sentido.

Sylvio

Sinopse - Pão, Terra e Liberdade na Cidade Imperial - Paulo Henrique Machado

O livro Pão, Terra e Liberdade é fruto de um estudo sobre a Aliança Nacional Libertadora na cidade de Petrópolis no ano de 1935. A ANL (Aliança Nacional Libertadora) foi criada no Brasil em 1935 com o objetivo de combater o integralismo, o imperialismo, o latifúndio e lutar pela reforma agrária.
No município de Petrópolis, a ANL possuía algumas particularidades, como a liderança do movimento operário, além de ter se tornado uma reação contra os privilégios dos descendentes da família real na cidade, contra o conservadorismo católico e contra a atuação dos partidos fascistas e nazistas. A organização da ANL na cidade ganha uma importância nacional em junho de 1935, após a morte do operário Leonardo Candu, militante da ANL, desencadeando uma greve geral que durou mais de uma semana. Este trabalho busca analisar os fatores que fizeram da ANL em Petrópolis uma referência nacional, bem como os principais atores que atuaram naquela turbulenta conjuntura.


Paulo Henrique Machado é mestre em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor da rede estadual, municipal, particular e do PVNC na cidade de Petrópolis.

Um ídolo.

Pão, Terra e Liberdade na Cidade Imperial - Paulo Henrique Machado

Fonte: http://www.skoob.com.br/livro/89618

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Manifesto Antropófago

Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos..

Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju*

A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frase típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.

OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha." (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)

Manifesto e Panfleto

Como o nosso tema é cidadania vamos abordar inicialmente tipos de textos que aparecem muito na prática cotidiana e que se relacionam ao tema.


Manifesto


É um texto de intenção persuasiva. Nele, o escritor deve expor, com caráter de
denúncia, uma problemática pública, ou seja, de interesse de um determinado grupo de pessoas, e chamar a sociedade a uma ação em conjunto para a sua resolução. Deve haver, ainda, cobrança às autoridades públicas competentes, mostrando, com propriedade, os principais pontos do problema: causas e consequências. Estruturação: título, corpo do texto, local e data.

Folheto e Panfleto

São textos de cunho persuasivo e intenção publicitária. Com essas variedades textuais, o autor apresenta produtos ou ideias e deseja levar o leitor ao seu consumo ou à sua aceitação. Configura-se, portanto, como uma exposição de características, levando-se em conta os diferenciais do produto e a pertinência das ideias.
(grifo nosso)

copiado de: http://www.portalsas.com.br/pdfs/lab_redacao/proposta1.pdf
nesse endereço você encontrará características de outros tipos de textos.

E porque estamos falando de Modernismo Brasileiro vamos abaixo colocar alguns textos de manifestos realtivos ao modernismo.

A 1ª revista modernista chamava-se Klaxon e teve em seu primeiro número um editorial-manifesto do qual copiamos alguns trechos:

(...) Klaxon sabe que o progresso existe. Por isso, sem renegar o passado, caminha para diante, sempre, sempre. (...)

Klaxon não é exclusivista. Apesar disso jamais publicará inéditos maus de bons escritores já mortos.

Klaxon não é futurista. Klaxon é klaxista.

(...) Klaxon cogita principalmente de arte. Mas quer representar a época de 1920 em diante. Por isso é polimorfo, onipresente, inquieto, cômico, irritante, contraditório, invejado, insultado, feliz."


alguns trechos do Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade:

alguns trechos do Manifesto:

"A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

(...) A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem. (...)

A Poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança. (...)

A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.

(...) Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano. (...)

A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.

Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres."


Manifesto do Verde-Amarelismo ou da "Escola da Anta", que, entre outras coisas, afirmava:

"O grupo 'verdamarelo', cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva; - o grupo `verdamarelo', à tirania das sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira (...)

Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as expressões históricas.

Nosso nacionalismo é `verdamarelo' e tupi. (...)"


Do Manifesto Antropófago, transcrevemos alguns trechos:

"Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os

coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupy or not tupy, that is the question.

(...)

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

(... )

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade. Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove."

Oswald de Andrade Em Piratininga. Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha.


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Imagens do nosso CIEP CECÍLIA MEIRELES































































Nosso colégio também é o nosso mundo. Nossos amigos. Aqueles com quem convivemos diariamente. Um cômodo da nossa vida. Lá estão aqueles que trabalham para que nosso projeto dê certo. Para que o Brasil aconteça de verdade. Os que preparam o espaço com carinho e dedicação. Os que limpam o terreno para que nossa caminhada seja mais fácil. Lá estão nossos aliados, nossos parceiros e cúmplices que nos ajudam a diminuir a imensa desigualdade entre aqueles que possuem e os despossuídos. Agora nosso colégio é o CIEP CECÍLIA MEIRELES. Vamos usá-lo como a grande plataforma que nos lançará do sonho à realidade. Vamos concretizar o ideal de um Brasil mais justo, mais igual e mais solidário. Para isso, cada um de nós tem uma importância fundamental. A hora é agora!!!

Sylvio Costa Filho
Professor de Língua Portuguesa e Literatura