quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20 UOL Notícias 20 de junho

20/06/201208h55


Rio+20 debate o futuro do planeta

Comunicar erro Imprimir RIO DE JANEIRO, 20 Jun 2012 (AFP) -Os chefes de Estado e de governo de 193 países se reúnem nesta quarta-feira no Rio de Janeiro para participar da cúpula Rio+20, 20 anos depois da Cúpula da Terra, na qual o desenvolvimento sustentável começou a entrar na agenda internacional.
A cúpula começará às 10h00 na presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no centro de convenções Riocentro, a 40 km da capital carioca.
Depois a jovem neozelandesa Brittany Trifold, de 17 anos, pronunciará algumas palavras, antes que os líderes se alternem no palco para discursar.
Mais tarde, a presidente Dilma Rousseff oferecerá um almoço para os dirigentes. Os discursos serão retomados pouco depois, para concluir o dia com 58 pronunciamentos, e depois será tirada a fotografia oficial do evento.
As mesas redondas de "alto nível" começarão então a discutir as formas de colocar em prática o desenvolvimento sustentável.
As autoridades brasileiras oferecerão um jantar de gala para encerrar o primeiro dia do encontro.
Na sexta-feira, os chefes de Estado e de Governo deverão aprovar a declaração final da cúpula, um texto de 49 páginas para proteger o meio ambiente e tirar milhões de pessoas da pobreza acordado na terça-feira pelos negociadores dos países participantes.
Após meses de discussões lideradas pela ONU e de grandes divergências na conferência iniciada há uma semana, o Brasil, país anfitrião, tomou as rédeas da negociação e apresentou na terça-feira um projeto de declaração final que foi aprovado em uma reunião plenária.
A maior conferência na história da ONU será realizada até o dia 22 de junho, com as fortes ausências do presidente americano, Barack Obama (que na sexta-feira será representado pela secretária de Estado, Hillary Clinton), do primeiro-ministro britânico David Cameron, da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente russo Vladimir Putin.

Rio+20 Crítica - Boaventura de Souza Santos

Os documentos preparados pela ONU para a Conferência Rio+20 trazem informações importantes sobre inovações de cuidado ambiental mas as propostas que fazem — resumidas no conceito de economia verde — são escandalosamente ineficazes e até contraproducentes.


Por Boaventura de Sousa Santos*

Artigo originalmente publicado no Portal Carta Maior

Antes da crise financeira, a Europa foi talvez o continente em que mais se refletiu sobre a gravidade dos prolemas ecológicos que enfrentamos. Toda esta reflexão está hoje posta de lado e parece, ela própria, um luxo insustentável. Disso é prova evidente o modo como foram tratados pela mídia dois acontecimentos das últimas semanas, o Fórum Econômico Mundial de Davos e o Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre.
O primeiro mereceu toda a atenção, apesar de nada de novo se discutir nele: as análises gastas sobre a crise europeia e a mesma insistência em ruminar sobre os sintomas da crise, ocultando as suas verdadeiras causas. O segundo foi totalmente omitido, apesar de nele se terem discutido os problemas que mais decisivamente condicionam o nosso futuro: as mudanças climáticas, o acesso à água, a qualidade e a quantidade dos alimentos disponíveis ante as pragas da fome e da subnutrição, a justiça ambiental, os bens comuns da humanidade. Esta seletividade mediática mostra bem os riscos que corremos quando a opinião pública se reduz à opinião que se publica.
O Fórum de Porto Alegre visou discutir a Rio+20, ou seja, a Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável que se realiza no próximo mês de Junho no Rio de Janeiro, 20 anos depois da primeira Conferência da ONU sobre o tema, também realizada no Rio, uma conferência pioneira no alertar para os problemas ambientais que enfrentamos e para as novas dimensões da injustiça social que eles acarretam.
Os debates tiveram duas vertentes principais. Por um lado, a análise crítica dos últimos vinte anos e o modo como ela se reflete nos documentos preparatórios da Conferência; por outro, a discussão de propostas que vão ser apresentadas na Cúpula dos Povos, a conferência das organizações da sociedade civil que se realiza paralelamente à conferência intergovernamental da ONU. Nesta crônica centro-me na análise crítica e dedicarei a próxima crônica às propostas.
As conclusões principais da análise crítica foram as seguintes. Há 20 anos, a ONU teve um papel importante em alertar para os perigos que a vida humana e não humana corre se o mito do crescimento econômico infinito continuar a dominar as políticas econômicas e se o consumismo irresponsável não for controlado; o planeta é finito, os ciclos vitais de reposição dos recursos naturais estão a ser destruídos e a natureza “vingar-se-á” sob a forma de mudanças climáticas que em breve serão irreversíveis e afetarão de modo especial as populações mais pobres, acrescentando assim novas dimensões de injustiça social às muitas que já existem. Os Estados pareceram tomar nota destes alertas e muitas promessas foram feitas, sob a forma de convenções e protocolos. As multinacionais, grandes agentes da degradação ambiental, pareceram ter ficado em guarda.
Infelizmente, este momento de reflexão e de esperança em breve se desvaneceu. Os EUA, então principal poluidor e hoje principal poluidor per capita, recusou-se a assumir qualquer compromisso vinculante no sentido de reduzir as emissões que produzem o aquecimento global. Os países menos desenvolvidos reivindicaram o seu direito a poluir enquanto os mais desenvolvidos não assumissem a dívida ecológica por terem poluído tanto há tanto tempo. As multinacionais investiram para influenciar as legislações nacionais e os tratados internacionais no sentido de prosseguir as suas atividades poluidoras sem grandes restrições.
O resultado está espelhado nos documentos preparados pela ONU para a Conferência Rio+20. Neles recolhem-se informações importantes sobre inovações de cuidado ambiental mas as propostas que fazem — resumidas no conceito de economia verde — são escandalosamente ineficazes e até contraproducentes: convencer os mercados (sempre livres, sem qualquer restrições) sobre as oportunidades de lucro em investirem no meio ambiente, calculando custos ambientais e atribuindo valor de mercado à natureza. Ou seja, não há outro modo de nos relacionarmos entre humanos e com a natureza que não seja o mercado. Uma orgia neoliberal.


* Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia do Meio Ambiente e Rio+20 (Uol notícias)


Rio +20

Com a cabeça na Rio+20, Brasil celebra Dia do Meio Ambiente

EFE No Rio de Janeiro

O Dia Mundial do Meio Ambiente será celebrado nesta terça-feira no Brasil em meio aos preparativos para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20 - e à polêmica surgida com a aprovação do novo Código Florestal.
O Brasil, que está empenhado em posicionar-se como um líder mundial nas questões ambientais, organizou para esta terça centenas das 8.850 atividades programadas em todo o planeta para celebrar o Dia Mundial, que este ano tem como lema "Economia Verde: Ela te inclui?".
No entanto, o país "hoje não tem nada para celebrar, só lamentar", devido à recente aprovação do Código Florestal, segundo disse à Agência Efe Marcio Astrini, coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace.
O representante do Greenpeace qualificou o Governo da presidente Dilma Rousseff como "o pior" que o Brasil já teve para o meio ambiente desde o retorno à democracia, em 1985, e acusou a líder de ser "co-autora" dessa lei, que, segundo sua opinião, "facilita a vida de quem quer desmatar".
Dilma vetou os artigos mais polêmicos da lei ao sancioná-la há duas semanas, entre eles um que pretendia conceder ampla anistia a todos os agricultores que destruíram ilegalmente a floresta, mas deixou "brechas abertas" que podem contribuir para o aumento da poda ilegal no futuro, segundo Astrini.
À margem da polêmica, o Governo brasileiro se empenhou em dar um perfil destacado à celebração do Dia do Meio Ambiente, pelo que Dilma deve apresentar nesta terça-feira (5) em Brasília um novo pacote de medidas em defesa da natureza.
Outras atividades terão como cenário o Rio de Janeiro, uma espécie de capital da "consciência verde" às vésperas da Rio+20, que reunirá uma centena de chefes de Estado e de Governo nos dias 20, 21 e 22 para discutir o rumo do desenvolvimento sustentável.
As atividades no Brasil, no entanto, já começaram no fim de semana. No sábado, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em associação com o Governo brasileiro, apresentou uma campanha mundial chamada "passaporte verde", que pretende conscientizar os turistas sobre a necessidade de proteger a natureza durante suas viagens.
No mesmo dia, teve início no Rio de Janeiro o festival Green Nation Fest, que congrega música, atividades culturais, de conscientização ambiental e de promoção de atividades sustentáveis.
Uma das ações que mais atenção chamou foi protagonizada nesta segunda pela modelo Gisele Bündchen, que plantou uma árvore no Rio, dentro de uma campanha para neutralizar as emissões de gases do efeito estufa produzidas pelo festival.
Também por causa do Dia do Meio Ambiente, a Bolsa de Valores de São Paulo e o Governo regional assinarão amanhã um protocolo de intenções para desenvolver um mercado de ativos ambientais no pregão brasileiro.
Coincidindo com as celebrações, o Pnuma deverá divulgar na quarta-feira (6), no Rio, um estudo "profundo" sobre o estado do meio ambiente no mundo todo, intitulado Panorama Ambiental Global 5 (GEO-5).
Não por acaso, neste fim de semana foi desativado o aterro sanitário de Jardim Gramacho, considerado o maior da América Latina, que recebia cerca de 6 mil toneladas de resíduos por dia e era responsável por contaminar as águas da Baía de Guanabara.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Rio+20 Críticas e conclusões dos nossos estudantes

As turmas entregaram os trabalhos sobre a Rio+20 e as conclusões que surgiram nos debates é que não há como erradicar a pobreza sem que o modelo de sociedade em que nós vivemos seja radicalmente modificado. A chamada economia verde também tem sido muito criticada por nossos estudantes, que afirmam que tudo acaba virando mais um comércio das elites, inacessível à maioria da população. Há um ceticismo em relação às mudanças. Todos citam a Eco 92, cujos compromissos não foram seguidos. Mas, de qualquer forma, todos concluem que a conscientização é fundamental e que deveria ser muito mais exercida, não só durante esses eventos.