quinta-feira, 26 de novembro de 2009

China anuncia redução de emissão de CO2 em 40% até 2020

26/11/09 - 07h10 - Atualizado em 26/11/09 - 09h04

China anuncia redução de emissão de CO2 em 40% até 2020

EUA apresentarão meta de redução de emissões de gases-estufa em 17%.
Brasil anunciou corte voluntário de pelo menos 36,1%.

Do G1, com agências internacionais *

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Homem usa máscara para se proteger da poluição em Pequim. (Foto: AFP PHOTO/Frederic J. BROWN )

O governo chinês anunciou nesta quinta-feira (26) meta de redução voluntária entre 40% e 45% na emissão de dióxido de carbono (CO2) por unidade de PIB em 2020, comparando os níveis de 2005, informou a agência de notícias estatal “Xinhua”. Entre 2006 e 2010, a China havia se comprometido a reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 20%.

Visite o site sobre a conferência do clima da ONU

O novo compromisso, assumido dez dias antes da reunião de Copenhague, supõe que o país dobrará seus esforços no combate às alterações nocivas ao clima.

“Esta é uma ação voluntária tomada pelo governo chinês, e constitui uma contribuição fundamental para o esforço global no combate às alterações climáticas”, informa a Xinhua.

Entenda a importância de um novo acordo sobre mudanças climáticas

China e Estados Unidos são os maiores emissores de dióxido de carbono do mundo que ainda resistiam em alterar suas políticas de combate às alterações do clima. Agora, os dois países fazem promessas históricas sobre o tema.

EUA

O presidente norte-americano, Barack Obama, vai participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), e, segundo o jornal “The New York Times”, citando um funcionário da Casa Branca, fará um discurso aos delegados afirmando que os EUA pretendem reduzir as emissões de gases-estufa em 17% até 2020, na comparação com os níveis vigentes em 2005.

A meta constava de projeto de lei aprovado pela Câmara dos Representantes no dia 26 de junho (por 219 votos contra 212). Em debate no Senado, uma emenda alterou a meta para 20%.

Entre os dias 7 e 18 de dezembro, representantes de 193 países estarão reunidos em Copenhague (Dinamarca) para tentar chegar a um novo acordo sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa. O novo acordo, se houver, substituirá o Protocolo de Kyoto, que deixa de vigorar em 2013. Líderes de mais de 60 países já tinham confirmado presença no encontro.

Minc

Antes de China e EUA estabelecerem seus objetivos, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, classificou de “desastre” a falta de metas dos dois países para a redução nas emissões de gases do efeito estufa. “O problema é sério. Os dois maiores emissores do mundo dizem que não vão levar número para Copenhague. Isso é um desastre, não vamos minimizar isso. É um desastre, uma frustração”, disse, durante reunião do Conselho Político do governo.

O governo brasileiro anunciou uma “meta voluntária” de redução dos gases de efeito estuda entre 36,1% a 38,9% até 2020 em relação ao que poluiria se nada fosse feito para conter as emissões.

PIB

O cálculo das emissões de CO2 para gerar riquezas é o quociente entre o total de toneladas de CO2 emitidas por um país e seu Produto Interno Bruto (PIB). Isso dá uma medida da eficiência energética e ambiental das economias. Quanto mais eficiente for o país, menor o número.

Entretanto, analistas creem que a meta anunciada pela China não necessariamente significará uma redução nas emissões.

O cálculo chinês é o único a utilizar a mensuração de intensidade de carbono, ou seja, a quantidade de CO2 emitido por cada unidade do produto interno.

A China se esforça para tornar as suas fábricas e sua infra-estrutura de energia mais eficientes na utilização de combustível, o que produziria menos gases causadores do efeito estufa. Isso, porém, não significa que os níveis absolutos de carbono seriam reduzidos.

(*) Com informações das agências de notícias EFE, France Presse e Reuters

Horta móvel estimula a alimentação saudável e reforça laços comunitários


urbanbuds-capa.jpg

Com o crescimento demográfico, os espaços nas grandes cidades se tornaram cada vez mais multiculturais e diversificados. Para o designer Gionata Gatto a alimentação está presente nesse mix cultural como uma forma de identidade de cada grupo. Por isso, ele decidiu criar algo que simbolizasse essa mistura e valorizasse a bagagem cultural de todos os povos presentes nos centros urbanos.

urbanbuds-03.jpgAssim surgiu o UrbanBuds, uma mini-horta portátil em forma de mala que pode comportar até 36 pés de frutas, legumes, verduras e hortaliças. “Costumamos dizer que sempre que nos mudamos trazemos conosco a nossa bagagem cultura, o nosso saco de experiências”, afirma Gatto. Influenciado por essa concepção ele criou o objeto, que é recheado de terra e funciona como uma horta vertical.

Basta plantar as sementes ao redor da mala-horta e cuidar como uma plantação regular. As plantas irão crescer ao longo do objeto e transpor a camada de tecido que sustenta o solo e as raízes. Dentro de algum tempo, será possível colher a safra com em uma horta comum.

Cultivando redes

Mais do que apenas cultivar uma horta, o projeto pretende transformar a relação dos moradores de um bairro. “As pessoas podem modificar espaços não utilizados da vizinhança, transformando esses locais em áreas dedicadas à socialização, onde eles podem cultivar sua própria horta, atender a outros bairros e criar novos relacionamentos.”, conta o criador.

“Nas zonas urbanas, onde as diferentes culturas convivem, a colaboração e o diálogo conjunto podem contribuir para a afirmação das novas comunidades. Como consequência, os grupos tornam-se mais ativos, presentes e autônomos. Por esta razão, aspectos como a configuração de uma área urbana, as atividades propostas para seus espaços, a participação dos cidadãos no seu desenvolvimento e a reavaliação do terreno que não estiver sendo utilizado pode contribuir para a qualidade das relações entre os moradores e suas culturas”, completa.

urbanbuds-02.jpg

Apesar de não ser um projeto simples de ser copiado, a proposta pode ser adaptada a diferentes regiões, contextos e materiais. Por que não tentar uma horta vertical utilizando caixas de madeira ou organizar um jardim comunitário no seu bairro?

O UrbanBuds foi o resultado do projeto de graduação na Academia de Design Eindhoven e Gatto não informa sobre a possibilidade de comercializar a horta. Os interessados podem encontrar mais informações no site ou pelo e-mail gionatagatto@atuppertu.com

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Média de emissões de CO2 do brasileiro é o dobro da mundial

segundo a rede clima, o brasileiro emite, em m�ia, 10 toneladas de co2 por ano

Segundo a Rede Clima, o brasileiro emite, em média, 10 toneladas de CO2 por ano/Foto: Cíntia Barenho

Qual é a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que você emite anualmente na atmosfera? De acordo com dados da Rede-Clima, entidade vinculada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cada brasileiro é responsável pela emissão de 10 toneladas gás carbônico, em média, todos os anos – número duas vezes superior ao da média mundial. “Somos o país em desenvolvimento com a maior média mundial”, destacou o climatologista Carlos Nobre, um dos coordenadores da Rede-Clima.

Ele participou recentemente da comissão geral na Câmara dos Deputados, em Brasília, a fim de discutir assuntos referentes à 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15), que será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague (Dinamarca). Atualmente, a meta é de que a média mundial de emissão de CO2 por indivíduo seja de 1,2 tonelada (ano) até 2050, com o objetivo de a temperatura mundial não aumentar mais de 2 graus Celsius (ºC) nesse período. “Ela já subiu 0,8ºC nos últimos 100 anos. Falta 1,2ºC. Já chegamos muito próximos do limite”, alertou Nobre.

a deputada rebeca garcia e o pesquisador do instituto nacional de pesquisas espaciais e representante do minist�io da ci�cia e tecnologia, carlos nobre, participam de reuni� da comiss� mista permanente sobre mudan�s clim�icas
A deputada Rebeca Garcia e o climatologista Carlos Nobre participam de reunião da Comissão Mista Permanente sobre mudanças climáticas/Foto: José Cruz/ABr

Para o diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, a estratégia brasileira para reduzir a emissão de gases de efeito estufa deve partir de dois pressupostos: a redução do desmatamento, principal fonte de emissões do país, e a utilização de uma matriz energética limpa. “Temos de buscar o abatimento das emissões que seja o mais barato. O Brasil tem condições de implantar mitigação de baixo custo. O combate ao desmatamento deve ser a decisão número um”, ressaltou.

Em entrevista concedida à Agência Brasil em 5 de novembro Fernandes defendeu que não havia a necessidade de o país apresentar uma meta de comprometimento para a redução das emissões de gases-estufa na COP-15. “Não houve discussão suficiente, principalmente com o setor privado, para o Brasil se envolver com uma meta mais geral”, alegou.

Na sexta-feira, 13, o governo brasileiro anunciou que pretende reduzir as emissões de gases-estufa do país de 36,1% a 38,9% até 2020. Estima-se que o setor industrial contribua com 8,8% do CO2 emitido no Brasil. O embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Ministério das Relações Exteriores, Sérgio Serra, informou que a meta brasileira de redução de gases de efeito estufa foi recebida com tranquilidade durante a pré-COP, realizada em Copenhague na segunda-feira, 16, e na terça-feira, 17.

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domingo, 22 de novembro de 2009

Obama e Jintao concordam com reduções (eco4planet)

Obama e Jintao concordam com reduções
Barack Obama e Hu Jintao declaram que apoiam a assinatura de acordo de redução de emissões

Estados Unidos e China comunicam que pretendem pressionar, sim, para a elaboração de um acordo na conferência climática de Copenhague, em dezembro.

As duas maiores nações poluidoras do mundo, responsáveis por 40% das emissões do planeta, anunciaram objetivo de elaborar metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

O anúncio foi feito ontem por Barack Obama e pelo presidente chinês Hu Jintao. O comunicado vem em boa hora, após semanas conturbadas nas quais os líderes não sinalizavam a possibilidade de um acordo no próximo mês.

Segundo reportagem do The Guardian, Obama afirmou que o objetivo principal da conferência não é um acordo parcial ou declaração política, mas um algo que possa ser posto em prática imediatamente.

Os líderes emitiram um comunicado conjunto no qual diziam que os países participantes de Copenhague deveriam concordar com metas de redução de emissões para nações ricas e um plano de ação para diminuir emissões de gás carbônico em países em desenvolvimento.

O comunicado dizia ainda ser necessário aumentar a assistência financeira a países em pobres, promover o desenvolvimento da tecnologia, ajudar a adaptação de comunidades carentes e aumentar a proteção das florestas.

A ida de Barack Obama à China faz parte de uma viagem oficial de nove dias para quatro países asiáticos.

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*Via Info.

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Sequência Didática Ensino Fundamental I A energia que move o mundo

Ciências

Sequência Didática Ensino Fundamental I

A energia que move o mundo

Planeta Sustentável

Bloco de Conteúdo
Ciências Naturais

Conteúdo
Educação Ambiental

Está é a primeira de uma série de quatro sequências sobre a questão da energia no Brasil e no mundo. O foco inicial será a oferta e o consumo de energia por fonte no Brasil e no mundo. Mais adiante são discutidas as opções energéticas e os impactos delas nas mudanças climáticas e no aquecimento global, provocados pela queima de combustíveis fósseis. Por fim, é examinada a importância para o planeta das chamadas fontes alternativas e renováveis de energia.

Objetivos
- Identificar e analisar a composição da matriz energética mundial e brasileira e sua associação com a produção e o consumo de energia.
- Promover ações na escola e na comunidade que contribuam para economizar energia e evitar usos inadequados e predatórios dos recursos disponíveis.

Conteúdos específicos
Energia: matriz energética; fontes de energia; consumo de energia.

Anos
1º ao 5º ano

Tempo estimado
Três aulas

Desenvolvimento das atividades

Primeira aula

Como se configura a matriz energética brasileira e mundial? Que alterações vêm ocorrendo nos últimos anos em relação à oferta e ao consumo de energia? Como se pode economizar energia na vida cotidiana e qual a importância disso? Essas e outras questões podem ser objeto de planos de aula, projetos de trabalho na escola e sequências didáticas sobre energia.

Uma atividade interessante para iniciar o debate com as turmas dessa faixa etária é propor que listem situações da vida diária que implicam em consumo de energia – seja elétrica ou de outras fontes, como os combustíveis fósseis, etanol etc. A garotada deve criar um quadro e tentar associar cada situação ao tipo de atividade (doméstica, industrial, agrícola, transportes etc.) e à fonte de energia usada. Por exemplo, aparelhos e instalações da casa estão na coluna do uso doméstico da energia, onde se gasta eletricidade. Deslocamentos diários estão na coluna de transporte e utilizam combustíveis fósseis. Os alunos podem identificar também quais bens consumidos são produzidos localmente e aprender a optar por eles, em vez de comprar produtos que vêm de fora do país. Explique que isso já representa economia energética. Aproveite para conversar com a garotada sobre a adoção do horário de verão, estipulado no Brasil e em outros países com o objetivo de poupar energia. Peça que complementem as informações conversando com familiares.

Segunda aula
Faça uma rodada de discussão com a turma sobre os resultados encontrados em relação ao consumo de energia na vida diária. Esclareça que algumas atividades que gastam energia são imprescindíveis, como o uso doméstico da luz elétrica. Do mesmo modo, os deslocamentos entre a casa e o trabalho dos adultos e a energia gasta para produzir alimentos e bens de primeira necessidade. Posto isso, ressalte que em todas as atividades pode haver economia (para outros dados, consulte a reportagem Energia sob controle, no Planeta Sustentável). Um exemplo é evitar tomar banhos demorados ou deixar luzes acesas desnecessariamente; outra opção é preferir, sempre que possível, deslocamentos a pé ou em veículos não motorizados, como a bicicleta. Também podemos preferir o transporte coletivo ao particular, privilegiar a compra de alimentos e outros bens produzidos localmente etc. De posse dessas informações, a garotada pode preparar cartazes ou folhetos informativos com dicas sobre economia de energia. Os resultados dos trabalhos podem ser apresentados a outras turmas da escola e para a comunidade.

Avaliação
Leve em conta a participação dos estudantes nas tarefas coletivas e individuais. Examine com atenção os cartazes ou folhetos preparados por eles e a participação de cada um nas rodas de conversa.

Quer saber mais?

Bibliografia
Dossiê Terra - O Estado do Planeta 2010, National Geographic, Ed. Abril, tel. (11) 3037-6004.
Atlas da Situação Mundial, Dan Smith, Cia. Editora Nacional, tel. (11) 2799-7799.

Internet
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Balanço Energético Nacional 2008 - Balanço publicado pelo Ministério das Minas e Energia e pela Empresa de Pesquisa Energética com dados sobre produção, consumo e oferta por fonte de energia no país.
- Atlas da Energia Elétrica, da Aneel - Atlas do órgão com tabelas, mapas e gráficos sobre as fontes de energia do Brasil.

Consultor Roberto Giansanti
Geógrafo, autor de livros didáticos e consultor educacional

patrocinio

Professor, dê suas opiniões, críticas e sugestões sobre este Plano de Aula: planetasustentavel@abril.com.br

Plástico biodegradável é feito de milho /blog.eco4planet.com

Plástico biodegradável é feito de milho

Professor do MIT abre fábrica de bioplástico – material que é degradado na natureza e pode ser produzido a partir do milho.

De acordo com Anthony Sinksey, do Massachusetts Institute of Technology, mais de 113 milhões de toneladas de plástico são produzidos no mundo por ano. O problema não está somente na fabricação, mas na poluição gerada com o descarte do material.

Muito do plástico produzido vai parar nos oceanos, onde ele nunca se decompõe: só é quebrado em minúsculas partículas.

Como resultado de um trabalho de mais de 25 anos, no mês que vem o professor Sinksey e seu antigo aluno Oliver Peoples irão abrir a fábrica Metabolix, que usa tecnologia patenteada do MIT para fazer plástico de milho. A fábrica pretende produzir anualmente 50 mil toneladas de bioplástico, que será degradado no solo ou oceano.

Isso é apenas 1% do que somente os Estados Unidos produzem, mas espera-se que a indústria tenha potencial de crescimento. Segundo os cientistas, o mercado global de polímeros biodegradáveis gira em torno de 259 mil toneladas por ano, e deve dobrar até 2012.

O projeto teve início quando Peoples começou a seqüenciar o gene da bactéria R. eutropha no laboratório de Sinskey.

Esse gene codifica uma enzima que permite à bactéria produzir polihidroxialcanoato (PHA) — uma forma natural de poliéster. Ela precisa apenas de luz do sol, água e uma fonte de carbono para sintetizar o material que utiliza para armazenar carbono e energia.

A ideia, a partir dessa descoberta, era aumentar a capacidade de produção da bactéria para que ela pudesse ser usada para fins comerciais. Em 1994 eles fundaram a Metabolix e utilizam desde então as patentes do gene sintetizador de PHA, tentando viabilizar a produção em larga escala.

No processo de engenharia metabólica desenvolvido por eles, diferentes genes de diferentes bactérias são incorporados na espécie E. coli, criando uma raça que produz PHA em níveis muito maiores que em bactérias naturais.

A nova fábrica em Clinton, Iowa, usa milho como ponto de partida para as bactérias, mas ela também pode funcionar com outros materiais, como celulose, óleo vegetal e cana de açúcar.

O uso de materiais agrícolas ajuda a reduzir a quantidade de petróleo utilizada para fazer plásticos tradicionais. Atualmente, segundo os pesquisadores, são necessários dois milhões de barris de petróleo por dia para fabricar plásticos.

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*Via Info.

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sábado, 21 de novembro de 2009

Representantes da indústria "retardam" tratado da ONU

09/11/2009 - 11h05

Representantes da indústria "retardam" tratado da ONU

Por Kate Wilson
Do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos

Os manifestantes encharcados pelas chuvas de outubro se reuniram recentemente do lado de fora do Centro de Conferência das Nações Unidas em Bancoc, gritando por megafones e criticando os países pelos fracos compromissos exibidos na negociação de um tratado para coibir os gases do efeito estufa. No interior, a atmosfera era mais de negócios: profissionais reunidos nos cafés bares , sorrindo para rostos familiares e apertando mãos em reconhecimento. Posteriormente, eles se encontrariam atrás de portas fechadas, em um conclave dominado por representantes das maiores empresas de energia do mundo.

Bem vindo ao mundo das “Bingos” –a sigla em inglês para as organizações não-governamentais da indústria e negócios– que há muito exercem um papel na condução do debate global a respeito da mudança climática. Os grupos da indústria estão atuando segundo as regras da ONU que excluem corporações individuais de participarem das reuniões a respeito da mudança climática, exigindo que as empresas formem associações para representá-las. As negociações em Bancoc foram uma das várias sessões de preparação para as negociações formais, que começarão em 7 de dezembro em Copenhague, visando produzir um novo tratado global limitando as emissões de carbono.

Kyoto sempre foi considerada apenas um primeiro passo, com a necessidade de novas negociações em uma segunda fase de compromissos a partir de 2012. Mas essas negociações para um novo acordo sobre o aquecimento global em Copenhague adquiriram grande significado, devido à esperança de uma nova liderança dos Estados Unidos e de melhores ideias para se superar a lacuna entre ricos e pobres no mundo. "Copenhague não é apenas negociação, é um evento político que terá um grande impacto na consciência global sobre a situação da mudança climática", diz Rafe Pomerance, presidente da organização americana Clean Air-Cool Planet e um ex-negociador sobre o clima como vice-secretário assistente de Estado do governo Clinton. Leia mais
ACORDO EM COPENHAGUE CAMINHA PARA IMPASSE
INFOGRÁFICO MOSTRA VOLUME DE EMISSÕES DOS PAÍSES
UOL MEIO AMBIENTE

Aqui no centro de conferência, várias dezenas de executivos das Bingos se reuniam para informar uns aos outros a respeito de assuntos com muitos interesses em jogo, como as metas globais para redução de emissões, o número de compensações de carbono e prazos para implantação. Mas apesar da agenda das Bingos para as mudanças climáticas parecer clara, a estratégia delas é mais difícil de discernir. E os resultados de seus esforços frequentemente são intangíveis. Em outras palavras, não se trata de um lobby como normalmente entendido. “O que nós fazemos aqui é retardar”, disse John Scowcroft da União da Indústria Elétrica Europeia. “É uma protelação intencional.”

Pense globalmente, faça lobby local

Em Bancoc, as sessões de informação foram lideradas por um lobista de barba grisalha, de óculos, chamado Nick Campbell, um químico e lobista da empresa química francesa Arkema, que também representa milhares de empresas da Câmara de Comércio Internacional. Campbell participa das reuniões da ONU para o clima desde 1991, mas ele diz que reserva seu lobby de fato para a esfera nacional e regional, incluindo a União Europeia em Bruxelas. “Como uma Bingo, você tem muito pouco impacto nesses encontros”, ele explica. “A única forma de realmente ter alguma força é se convencer uma delegação em casa de que é do interesse dela que suas instruções digam isso ou aquilo.”

Em vez disso, Campbell vai às negociações sobre o clima para fazer contatos –apertar mãos, reforçar laços, beber café, trocar cartões de visita. Ele sabe que os contatos que faz servirão aos seus esforços de lobby em outros lugares. Assim como outros representantes de Bingos, ele espera que seus atuais esforços resultarão em alguma influência sobre qualquer tratado acertado em Copenhague.

Os executivos dos setores intensivos em carbono já negaram que suas emissões contribuíam para a mudança climática e alguns lutaram por anos contra um acordo global para coibir as emissões. Mas à medida que o consenso científico se fortalecia e governos e a opinião pública mudavam de posição, as empresas começaram a mudar sua abordagem. Após a aprovação do Protocolo de Kyoto de 1997, o primeiro tratado do mundo limitando as emissões de carbono, grupos da indústria começaram a aceitar o crescente corpo de evidências a respeito do aquecimento e a se esforçar para que sua voz fosse ouvida. “Não restam muitas empresas que ainda fazem lobby abertamente contra a regulamentação”, diz Irja Vormedal, uma pesquisadora da Universidade de Oslo, que estuda a influência da indústria nas negociações climáticas. “Esse navio já partiu. Agora elas estão tentando se preparar para esta nova transição. Elas dizem: ‘Se fizermos isso, nós teremos uma cadeira à mesa e poderemos influenciar a regulamentação’.”

Uma nova estratégia: vá devagar

No coração da atual estratégia do Grande Carbono, dizem os representantes da indústria, está o reconhecimento de que o controle das emissões é necessário. Apesar de reconhecer a necessidade de reduzir o carbono, os representantes da indústria estão triunfando junto aos governos nacionais e delegações na ONU para uso de uma linguagem que retarde a implantação do acordo resultante. Muitas associações de empresas intensivas em carbono –entre elas companhias elétricas, de carvão e petróleo– buscam metas de redução de emissões de longo prazo em vez de metas de curto prazo. Elas querem que os governos forneçam, gratuitamente, distribuição abundante das permissões que precisam para descarregar o carbono segundo o tratado. E querem o máximo possível de liberdade para “compensar” as emissões em vez de reduzi-las, por meio de investimentos em projetos de menor custo em países em desenvolvimento, como reflorestamento.

Elas também estão pressionando para que a ONU inclua, como uma dessas compensações aprovadas, quaisquer investimentos que fizerem em tecnologias ainda nascentes, como a captura e armazenamento de carbono –um processo controverso no qual as emissões de carbono (em grande parte das usinas elétricas a carvão) seriam capturadas e armazenadas no subsolo. E elas fazem lobby para que todas essas concessões sejam obrigatórias a todos, dadas as desvantagens que elas dizem que enfrentarão enquanto o tratado para o clima continuar funcionando como no passado –com países em desenvolvimento como a China e a Índia sob nenhuma obrigação de limitar suas emissões.

Quando se trata de mudança climática, o lobby internacional dos negócios não é monolítico. Uma nova voz da indústria surgiu nos últimos anos, na forma das associações das indústrias eólica e solar, e de empresas financeiras ávidas em lucrar com os mercados emergentes de carbono. A agenda delas difere muito daquela das empresas tradicionais de energia. “As empresas de energia renovável e os investidores financeiros repentinamente passaram a pressionar mais”, diz Vormedal. “Elas reuniram uma plataforma de grupos de interesse fazendo lobby por mais regulamentação, defendendo metas mais duras para os países desenvolvidos.”

Mas algumas vozes da nova indústria dizem que são ofuscadas pela rede veterana de representantes da indústria pesada, com mais de 20 anos de acúmulo de cartões de visita e com seus rostos conhecidos por funcionários de governo de todo o mundo. De fato, com mais pessoas e laços mais profundos, os membros das indústrias intensivas em carbono em grande parte dominaram o lobby internacional das empresas nas reuniões matinais em Bancoc.

Um velho representante da indústria é Brian Flannery, um guru do clima para a gigante de energia ExxonMobil e, juntamente com Campbell, um representante da Câmara de Comércio Internacional. Os ambientalistas há muito consideram Flannery como um dos piores negadores da mudança climática. A ExxonMobil foi de fato uma das últimas grandes empresas a aceitar, de forma contrariada e pelo menos publicamente, a ciência por trás da mudança climática. Mas a posição de Flannery é, na verdade, mais cheia de nuances do que os grupos ativistas frequentemente relatam; ele reconheceu já em 1991 que as emissões de carbono induzidas pelo homem contribuíam para a mudança climática, compensando sua aceitação dizendo que não havia informação suficiente para determinar quão significativo era o papel humano. “Até o momento, observações diretas não podem distinguir possíveis mudanças induzidas pelos seres humanos de um fundo de grandes flutuações climáticas naturais pouco entendidas”, ele escreveu em 1991. Flannery também foi coautor de relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas –um processo no qual os cientistas tentam chegar a um consenso sobre a ciência da mudança climática e então submeter os resultados aos governos patrocinadores.

O argumento de Flannery atualmente permanece praticamente o mesmo, assim como seu pessimismo a respeito das perspectivas de um acordo global. “A única forma de chegar a esses níveis baixos é o mundo todo agir em conjunto, com metas comuns e um preço comum para o carbono”, ele agora diz, argumentando que essa abordagem é irrealista. “Nós não conseguiremos que todos tenham a mesma meta, o mesmo preço para o carbono... Isso não levanta as questões fundamentais, sobre se o processo de negociação deve aspirar metas inatingíveis e trabalhar em uma área de confronto e desalento, ou tentar trabalhar visando metas viáveis.”

Remi Gruet, da Associação Europeia de Energia Eólica –que apoia metas mais ambiciosas– diz que a posição de Flannery é uma abordagem corporativa previsível de retardamento. “As indústrias habituais representadas pelas BINGOs são as de gás, petróleo e química”, diz Gruet. “Desde o início, todos aqueles que não querem que suas emissões sejam reduzidas ingressam neste processo para tentar freá-lo.” Logo, diz Gruet, o setor de energia alternativa tem procurado aliados em outras partes, como o crescente número de empresas pressionando por um mercado internacional de carbono –uma bolsa global que negocie projetos de tecnologia renovável e redução de carbono como o reflorestamento. “Elas são as únicas com as quais temos realmente um interesse comum”, diz Gruet. “Elas estão interessadas em ter um maior mercado de carbono, um preço estável para o carbono. Então temos um ponto em comum.”

Entre as prioridades das indústrias da velha guarda está assegurar mais tempo para redução das emissões. “A questão é de tempo”, diz John Novak, do Instituto de Pesquisa da Energia Elétrica, com sede nos Estados Unidos, que argumenta que os reguladores não podem “forçar uma redução mais rápida do que a tecnologia pode sustentar”. Um país não pode substituir o uso pesado de carvão pelo gás natural mais limpo se os recursos de gás natural são limitados, ele diz.

A União da Indústria Elétrica Européia (Eurelectric) também quer mais 30 anos para atingir o limites de carbono propostos pela ONU. “Nós argumentamos que o foco em 2020 é errado para nós do setor elétrico”, diz John Scowcroft, da Eurelectric. “Nós temos que reduzir nossas emissões; é apenas uma questão de velocidade.”

Como então uma empresa –ou um setor inteiro– pode convencer uma delegação de governo a adotar sua posição? Não se trata de contribuições de campanha e visitas a gabinetes, como ocorre na esfera nacional. “É uma combinação de sentar com os representantes ou legisladores e organizar apresentações para grupos deles ou suas equipes”, explica David Hone, conselheiro climático para a Royal Dutch Shell, atualmente a maior companhia de petróleo de capital aberto do mundo. Mas a maioria dos resultados diretos vem do lobby na esfera nacional, ele disse. Por exemplo, o governo brasileiro não quer a aprovação da captura e armazenamento de carbono como sendo uma “compensação”, porque o país não está implantando a tecnologia. A Shell a deseja aprovada. “Então dedicamos um esforço para conversar com o governo brasileiro para entender suas preocupações e ver se há algum modo de contorná-las”, diz Hone.

Hone não faz lobby nas negociações internacionais sobre o clima, ele diz. Ele diz que dá ouvidos, tentando entender as preocupações dos representantes –neste caso os do Brasil. Então ele alerta os representantes da subsidiária brasileira da Shell, que podem usar a informação ao fazerem lobby junto ao governo nacional. “Falar com os representantes abre as portas para as pessoas da Shell Brasil, que então podem ir até lá e conversar.”

Apertos de mão e azia

Flannery, da ExxonMobil, diz que qualquer um que for às negociações internacionais na esperança de obter favores de uma delegação “vai apenas conseguir uma azia... Este não é um lugar para lobby. Todas as associações da indústria reconhecem que o fundamental é trabalhar em casa, junto aos seus governos, em suas capitais”. As negociações da ONU são apenas para estabelecer contatos. “Você estabelece contatos em todo o mundo, pessoas que você sabe que atenderão o telefone porque lhe respeitam. Para mim, é tremendamente valioso poder discutir.”

“O ótimo a respeito dessas reuniões de negociações é a presença de ministros e secretários de Estado que não têm nada a fazer”, acrescenta Scowcroft da Eurelectric. “Então eles ficam sentados nos cafés bares.” Scowcroft disse que certa vez levou seu chefe holandês a uma reunião. “Ele se encontrou com o ministro do Meio Ambiente holandês menos de cinco minutos após entrar e se registrar, e passou uma hora e meia com ele. Ele então saiu e disse: ‘Você acabou de justificar minha visita’.”

Campbell, da Câmara Internacional, disse que tentou convencer outros colegas a participarem das negociações, promovendo os retornos intangíveis do café bar. “A vantagem de estar presente nestes encontros –como passei anos tentando dizer aos meus colegas– é que você tem uma maior oportunidade de conversar com os representantes nesses encontros do que em casa”, ele diz. “Você tem o café bar; eles estão offline. Você pode estar hospedado no mesmo hotel que as pessoas.” Mas apesar de poder discutir negócios de passagem, Campbell tende a manter as coisas leves. “Você pode destruir facilmente a receptividade nestes processos se for muito incisivo”, ele explica. “Uma delegada sentou-se comigo no café da manhã. Nós não conversamos a respeito de trabalho, porque a última coisa que ela queria era conversar sobre trabalho durante o café da manhã com algum idiota da indústria.”

A recompensa para um acúmulo de conversas casuais vem na forma de mudanças sutis no texto do tratado e pedidos da delegação pela opinião da indústria, dizem veteranos do setor. Campbell descreve um recente pedido de um painel de especialistas da ONU para que a Câmara opinasse. “Logo, nós fomos de fato convidados para estar à mesa”, ele diz. Se esses resultados ocorrem por estar presente no local, Campbell não sabe dizer. Mas, ele nota, “o plano de ação de Bali (o plano de 2007 que estabeleceu o curso de ação para as negociações posteriores) menciona a participação do setor privado. Há alguns anos, os governos não declaravam que as empresas deveriam fazer parte da solução. Logo, este foi um grande avanço positivo.”

Anos de negociação culminaram na sessão final em Copenhague. Se um acordo será ratificado ainda não é certo. Mas mesmo se um acordo for assinado, ele provavelmente será vago e aberto a interpretação, dizem os especialistas, expondo o processo a mais influência das empresas afetadas pelo resultado. “Uma coisa que podemos dizer com certeza é que haverá mais dois anos de detalhes práticos para serem acertados”, observa Doug Russell, um ex-representante do Canadá que se tornou consultor privado. E esta será a próxima grande batalha, ele diz. “É quando o interesse real pesará. São nestes detalhes que as empresas se tornarão bastante ativas para assegurar que as regras serão redigidas de uma forma que favoreça o que desejam tentar fazer.”

Esta reportagem faz parte do Lobby Global sobre Mudança Climática, uma série do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, do Centro para Integridade Pública.

Tradução: George El Khouri Andolfato

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

3 dicas eco-friendly eco4planet

Dica 1:
Samsung E1107 Solar Foi lançado em junho e chegou ao Brasil através da operadora TIM, o Samsung E1107 Solar.
O aparelho tem bateria com carregamento solar, que possui autonomia para até 10 minutos de conversa com uma hora de carga solar, rádio FM, viva-voz e alerta vibratório.

Dica 2:
Pensamento sustentável Uma das formas de pensar sustentavelmente é buscar informações sobre a quantidade de energia consumida em casa.
Como conseguir essa informação? Passe a usar a calculadora criada por Furnas Centrais Elétricas que está disponível em www.furnas.com.br/simulador_consumo.asp. Com ela você pode saber quanto gasta com cada aparelho em casa e controlar o seu consumo.

Dica 3:
Lixo Eletrônico Como muitos já sabem, 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas por ano no planeta e o destino costuma ser um aterro sanitário. Pensando nisso, organizações como a Fundação Pensamento Digital e o Comitê para Democratização da Informática (CDI) oferecem a opção do descarte consciente, assim os computadores e seus acessórios podem ter como destino a reciclagem. Para isso existem postos de coleta que podem ser localizados acessando www.pensamentodigital.org.br e www.cdi.org.br.

Veja também

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

11 países assinam acordo para emissão zero de carbono

O presidente Nasheed das Maldivas fez no começo desta semana um dos mais poderosos discursos sobre as mudanças climáticas já feito. E parece que deu certo. Na quinta-feira, dia 12 de novembro, mais 10 países se juntaram as Maldivas em um acordo volutário para serem “carbon neutral”, ou seja, eles diminuirão as emissões de gases estufa em 100%! Bangladesh, Barbados, Butão, Gana, Kenya, Kiribati, Maldivas, Nepal, Ruanda, Tanzânia e Vietnam – são 11 dos países mais vulneráveis as consequencias das mudanças climáticas e agora também são o “Fórum dos Vuneiráveis ao Clima” ou o V11.

A declaração que eles fizerem é uma ação sem precedentes que lideranças políticas já tomaram. E a ciência do 350 (saiba mais em www.350.org/pt) marcará com certeza a campanha destes governos além de darem um ótimo exemplo de como a mobilização de cidadãos e lideranças governamentais pode ajudar e fazer isto possível.

Agora é hora dos países que causaram todo este estrago se juntarem nesta onda de lideranças comprometidas. Agora nós temos 11 fortes exemplos a nosso favor para mobilizar os chefes dos estados ricos e os de países em desenvolvimento. Fantástico!

Você pode visitar Climate Vulnerable Forum website para ler o texto da declaração.

Fonte: www.350.com

domingo, 15 de novembro de 2009

Entenda a COP 15

Entenda a COP 15

Saiba o que será negociado na 15ª Conferência das Partes, da ONU, entenda os diferentes interesses em jogo, a posição dos países em relação aos principais assuntos que envolvem o aquecimento global e a importância desse encontro para o planeta. É o destino da civilização humana que está em jogo em Copenhague

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Thays Prado - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 18/09/2009

A COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro deste ano, em Copenhague (Dinamarca), vem sendo esperada com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da civilização humana.

Não é exagero. De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, – publicado em 2007, a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle.

Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre. O ideal é que a quantidade de carbono não ultrapassasse os 350ppm, no entanto, já estamos em 387ppm e esse número cresce 2ppm por ano.

Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país, com a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e da devastação florestal e a mudança de nossos hábitos de consumo e estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam.

No entanto, se os países não se comprometerem a mudar de atitude, o cenário pode ser desesperador. Correremos um sério risco de ver:
- a floresta amazônica transformada em savana;
- rios com menor vazão e sem peixes;
- uma redução global drástica da produção de alimentos, que já está ocorrendo;
- o derretimento irreversível de geleiras;
- o aumento da elevação do nível do mar, que faria desaparecer cidades costeiras;
- a migração em massa de populações em regiões destruídas pelos eventos climáticos e
- o aumento de doenças tropicais como dengue e malária.

COP-15: É AGORA OU NUNCA!
Apesar de a UNFCCC se reunir anualmente há uma década e meia, com o propósito de encontrar soluções para as mudanças climáticas, este ano, a Conferência das Partes tem importância especial. Há dois anos, desde a COP-13 em Bali (Indonésia), espera-se que, finalmente, desta vez, tenhamos um acordo climático global com metas quantitativas para os países ricos e compromissos de redução de emissões que possam ser mensurados, reportados e verificados para os países em desenvolvimento.

A Convenção vai trabalhar com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Isso significa que os países industrializados, que começaram a emitir mais cedo e lançam uma quantidade maior de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera em função de seu modelo de crescimento econômico, devem arcar com uma parcela maior na conta do corte de carbono. Por isso, a expectativa é de que os países ricos assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão em relação ao ano de 1990, até 2020.

Os países em desenvolvimento, por sua vez, se comprometem a reduzir o aumento de suas emissões, fazendo um desvio na curva de crescimento do “business as usual” e optando por um modelo econômico mais verde. É isso o que fará com que Brasil, Índia e China, por exemplo, possam se desenvolver sem impactar o clima, diferentemente do que fizeram os países ricos.

Para mantermos o mínimo controle sobre as consequências do aquecimento global, a concentração global de carbono precisa ser estabilizada até 2017, quando deve começar a cair, chegando a ser 80% menor do que em 1990.

Google ecológico

Gostaria de divulgar uma iniciativa do Google que tenho testado e estou achando interessante. Trata-se de uma página de busca (uma versão do Google) ecológica. Estou usando há 3 dias e achei legal, por isso resolvi divulgar.

A idéia é a seguinte: a cada 50.000 acessos, uma árvore é plantada. Além disso, o fundo da tela é preto, o que descansa os olhos e ajuda a economizar energia elétrica (o monitor gasta menos).

O endereço para acesso é:

http://www.eco4planet.com/pt/



Transcrevo abaixo o que diz a página:

O que é o eco4planet e por que usar?

O eco4planet utiliza o sistema Google™ Pesquisas Personalizadas, mantendo assim a mundialmente reconhecida capacidade das buscas Google™, com um visual também simples e rápido, porém inovador na utilização predominante da cor preta para gerar economia de energia. Sua criação prova que pequenas ações diárias podem gerar economia de energia, resultando em menores gastos e ainda vários outros benefícios.

Desde agosto de 2009 o eco4planet efetua o plantio de árvores de acordo com o número de acessos ao portal, um passo importantíssimo para sua proposta ecológica - mais uma vez provamos que todos tem condições de colaborar com o meio ambiente e a sua participação divulgando o eco4planet é fundamental. Você pode acompanhar o contador de árvores na página principal e nos seguir via Twitter para ficar por dentro das datas e locais de plantio

O eco4planet ainda economiza energia pois sua tela é predominantemente preta, e um monitor utiliza até 20% menos energia para exibi-la se comparado à tela branca. Considerando as mais de 2,55 bilhões de buscas diárias realizadas no Google™ com tempo médio suposto em 10 segundos por pesquisa e a proporção de monitores por tecnologia utilizada, teríamos com um buscador de fundo preto a economia anual de mais de 7 Milhões de Kilowatts-hora! Esse valor equivale à:

  • Mais de 63 milhões de televisores em cores desligados por 1 hora;
  • Mais de 77 milhões de geladeiras desligadas por 1 hora;
  • Mais de 175 milhões de lâmpadas desligadas por 1 hora;
  • Mais de 58 milhões de computadores desligados por 1 hora.

Economizar energia é uma forma de ajudar o planeta uma vez que para geração de eletricidade incorre-se no alagamento de grandes áreas (hidrelétricas), poluição do ar com queima de combustíveis (termoelétricas), produção de lixo atômico (usinas nucleares), dentre outros problemas ambientais. Soma-se a isso o fato de que o eco4planet pode gerar menor cansaço visual ao visitante se comparado a uma página predominantemente branca.

Sendo assim não há dúvidas de que essa ação é extremamente válida uma vez que somados os usuários teremos um resultado realmente significativo de economia de energia, gastos, preservação da natureza, e ainda mais: acreditamos que olhar sempre para o eco4planet fará com que as pessoas se lembrem da necessidade contínua de economizar energia elétrica e proteger a Natureza!


Gabriela Silva - Campinas SP

sábado, 14 de novembro de 2009

“Lixo zero” em casa (blog.eco4planet.com)

Reciclagem é uma ação bastante conhecida e importante, mas não a única.

Internacionalmente são chamadas de “lixo zero” todas as ações que têm como objetivo reduzir a geração de lixo que acabará sendo incinerado. Esse conceito nasceu na capital da Austrália, Canberra, e foi oficializado em 1995 com o ambicioso objetivo de acabar com esse tipo de lixo até 2010.
Veja o que você pode fazer para reduzir os desperdícios da sua casa.

Passos
1.Escolha produtos duradouros no momento da compra para evitar substituições constantes e, assim, diminuir a produção de lixo.

2.Escolha produtos que não contenham substâncias tóxicas que possam poluir o meio ambiente.

3.Separe os resíduos caseiros de acordo com as indicações da empresa coletora que opera no seu bairro ou cidade.

4.Junte e passe pelo processador tudo que for matéria orgânica para fazer adubo e use no seu jardim ou venda o adubo obtido.

5.Evite consumir produtos com embalagem de PVC, porque a fabricação desse tipo de plástico é altamente tóxica.

6.Leve embalagens, móveis, roupas e outras coisas que você não for mais utilizar a centros de recuperação de materiais para que eles retomem um ciclo útil.

7.Diminua o consumo de produtos supérfluos e descartáveis, e substitua-os por itens duradouros que você possa utilizar várias vezes.

8.Não queime o lixo, mesmo que sejam resíduos perigosos ou patológicos. Averigue na sua cidade ou região aonde deve levar esse tipo de material para que ele seja devidamente tratado.

9.Participe de movimentos de bairro e proponha iniciativas de “lixo zero”.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Un laboratorio de trabajo para las tecnologías energéticas

Un laboratorio de trabajo para las tecnologías energéticas

Dinamarca es uno de los países más rentables en términos medioambientales, ya que sólo siete otros países industrializados del mundo (y un puñado de países en desarrollo) pueden producir mercancías y recursos con un nivel inferior de emisiones de gases de efecto invernadero (GEI).

Quizá ser los octavos no suena muy impresionante, pero hay razones para observar más detenidamente el ejemplo danés. Dinamarca ha conseguido situarse como uno de los líderes de las economías más ecológicas y con un uso más eficiente de energía a pesar de no tener prácticamente recursos hidroeléctricos ni las áreas forestales que normalmente son la base de una gran parte de la producción de energía renovable de otros países. Dinamarca tampoco utiliza energía nuclear, que es una fuente importante de energía que no genera CO2 en otros países del mismo grupo.

La eficiencia energética en Dinamarca se ha creado mediante una gran variedad de nuevas tecnologías y soluciones, lo que demuestra que es posible crear un alto nivel de crecimiento sin un incremento en el consumo de energía o las emisiones de GEI.

Esto se ha conseguido principalmente gracias al enfoque político en las iniciativas energéticas. Dinamarca fue uno de los primeros países que estableció planes detallados para desarrollar el sector energético en los años 70. Asimismo, el sector empresarial danés se ha comprometido a desarrollar y usar soluciones de eficiencia energética. El sector de los parques eólicos es el ejemplo más conocido, pero hay muchos otros. El sentido común aplicado a las medidas de eficiencia energética, como aislar edificios y ahorrar costos en la producción, se ha combinado con soluciones de alta tecnología para toda la sociedad. Por ejemplo, hay un sistema de suministro eléctrico que se adapta al hecho de que, a veces, los molinos de viento producen más del 100% de la energía requerida y, otras veces, no producen nada de energía, todo ello manteniendo la competitividad.

El último factor es el enfoque en el ahorro de energía y un suministro de energía garantizado, lo que ha sido el caso desde las crisis del petróleo de los años 70. En 1985, el Parlamento danés (Folketinget) rechazó la energía nuclear y optó por concentrarse en nuevas fuentes de energía sostenibles. Dinamarca en 2009 es un laboratorio de trabajo dinámico que combina las nuevas tecnologías energéticas con el tradicional sentido común en relación con la naturaleza

Bangladesh: Poor nations will not accept failure in Copenhagen

NEWS

Bangladesh: Poor nations will not accept failure in Copenhagen

Prime Minister Sheikh Hasina urges rich nations to help climate vulnerable nations such as Bangladesh in the same way they bailed out economies damaged by the global recession.

Poor nations will not accept failure at the UN climate change conference next month in Copenhagen.

The message was clear from Bangladeshi Prime Minister Sheikh Hasina (photo above) who spoke late Tuesday in Dhaka at a video conference with leaders of six other countries, including Gordon Brown of Britain and Kevin Rudd of Australia, as well as United Nations Secretary-General Ban Ki-moon.

"We cannot accept the failure of the Copenhagen summit," Hasina told the conference, according to AFP, and continued:

"The most vulnerable countries and the least developed countries are worried that their legitimate demands are being sidelined by the disagreements in climate change negotiations between the developed and developing countries."

Hasina urged rich nations to help climate vulnerable, poor nations such as Bangladesh in the same way they bailed out economies damaged by the global recession.

"If the developed countries could pump trillions of dollars for reviving the world economic situation, they could surely be equally generous to save us, themselves and the world," she said.

The video conference, chaired by Danish Prime Minister Lars Loekke Rasmussen, was arranged by the Copenhagen Commitment Circle, a platform of world leaders formed ahead of the UN conference.

Mexican President Felipe Calderon, Norwegian Prime Minister Jens Stoltenberg and Ethiopian Prime Minister Meles Zenawi also participated. (Photo: Scanpix/AFP)

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Cop 15

Copenhague 2009 - COP 15
Copenhague na Dinamarca será o centro do mundo em dezembro. A 15.ª Conferência das Partes, COP 15, reunirá os paises membros da Organização das Nações Unidas para que acertem um acordo multilateral de ordem ambiental que tem como objetivo substituir o famoso Protocolo de Quioto, vigente entre os anos de 2008 a 2012.
Este encontro surge em um momento onde países em desenvolvimento e desenvolvidos precisam acertar ponteiros para uma questão que ultrapassa a esfera ambientalista e assume o papel na lógica do comportamento das nações e das pessoas.
Acesse aqui ao site oficial do COP 15, em inglês.

Acesse aqui ao site oficial do COP 15, em inglês.