quarta-feira, 14 de abril de 2010

Hahneman e a homeopatia

O fundador da homeopatia - Hahnemann (1755-1843)

Dr. Nicolau Machado Caivano

A Homeopatia constitui um traço de união entre a medicina Hipocrática e a contemporânea.

Nascido em 10 de Abril de 1755 em Saxe, Meissen, Samuel Hahneman defende sua Tese de Doutoramento em 10 de Agosto de 1779 em Erlangen.

Exerce inicialmente em Hettstedt, em 1780 e depois em Dessau. Em 1784, encontra-se em Dresden, onde entrevista-se com Lavoisier que está revolucionando a Química.

Depois de ter vivido 4 anos atormentado por escrúpulos, angústias, crises de desespero, ele parte para Leipzig, em 1789 onde ele decide não mais exercer a Medicina tal como lhe ensinaram. Para assegurar sua subsistência ele torna-se tradutor cientifico. Nessa ocasião ele refugia-se no estudo de autores antigos: Hipócrates, os árabes, Paracelso, e mais próximo dele, Van Helmont, Stahl, Haller.

Entretanto, o individualismo e liberdade na observação geral das leis naturais conduzem a uma segunda renascença.

A esta revolução, Hahneman traz o episódio terapêutico. Contemporâneo de Lavoisier, de Jenner, de Bichat, de Laennec, de Beethoven, de Goethe, ele tem 34 anos em 1789. Terapeuta antes de tudo ele sofre profundamente com sua impotência para tratar os doentes.

Em 1790, com 35 anos, em Stoetteritz, traduzindo a "Matéria Médica de Cullen" ele ficou chocado com as propriedades da Quinina e pelas EXPLICAÇÕES incoerentes que ali encontrou . Nesse momento decide experimentar a ação desta substância nele mesmo . Com esse fim , ele toma durante vários dias fortes doses de China e logo os sintomas de um estado febril intermitente idêntico ao das febres que são curadas por essa mesma substância aparecem . Ele então escreve na margem de seu exemplar: "As substâncias que provocam uma espécie de febre cortam as diversas variedades de febre intermitente" . Ele renova a experiência nele mesmo, experimentando desta vez o Mercúrio, a Belladona e o Digital. Constatando sempre uma resposta concordante, ele verifica a antiga "Lei da Semelhança".

Em 1796 ele cria a Homeopatia.

Hahneman em 1810, publicou o Manuscrito da Doutrina Homeopática: "O Organon da Arte de Curar ", onde expoe com a Doutrina suas CONCEPÇÕES gerais da vida, da saúde e da doença sob a epígrafe "Aude Sapere" ( A Força Vital ). Esta época muito fecunda viu nascer também todas as grandes patogenesias contidas na "Matéria Médica Pura" com a ajuda de cientistas que foram também os primeiros discípulos: Staff, Gross, Hartmann, Hornbeng, Langhammer, Wislicenus, e os dois irmãos Ruckert.

Hahneman é, então professor da Universidade de Leipzig, onde suas conferências lotam as salas e a exposição da Doutrina degenera freqüentemente em ataques radicais contra os clássicos provocando o escândalo e a hostilidade da Faculdade.

Com 66 anos Hahneman bate em retirada diante da horda de seus inimigos, deixando Leipizig e se instala em Koethen. Ele encontra um meio de reacender, pela introdução de altas DILUIÇÕES, as DISCUSSÕES que tinham se acalmado e também de cansar seu maior aliado, Hufeland, professor da Faculdade de Berlim.

Em 1825, surgiu o "Tratado das Doenças Crônicas", sua obra mais contestada, trazendo o papel dos "Miasmas", Psora, Sífilis e fornecendo a explicação da cronicidade.

Hahneman trata doentes vindos de toda Europa, mas sua vida não é serena; pois morrem sua esposa e quatro de suas filhas, perdendo também o contacto com seu único filho.

Em junho 1835, Hahneman casa-se com Marie-Melanie D'Hervilly; sendo que esta jovem e distinta parisiense literalmente retira - e o conduz a Paris.

Ele tenta levar consigo seu amigo Boenninghausen, um dos raros amigos que lhe permanece fiel até a morte.

Hahneman obtém um sucesso fantástico em Paris. Sua presença fornece um grande impulso à Homeopatia que já se encontra bem representada na França pelo Conde de Guidi.

A Academia de Medicina, contrariada, solicita a Guizot, então Ministro, que impeça Hahneman de exercer a Medicina, obtendo a famosa resposta: "Hahneman é um sábio de grande mérito. A ciência deve ser livre a todos. Se a Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor útil, ela cairá por si mesma. Se ao contrário, ela for um progresso, se espalhará a despeito de suas medidas de prevenção e a Academia deve assim desejar, antes de tudo, pois é sua missão avançar a ciência e encorajar as descobertas".

Em 2 de julho de 1843 com a idade de 88 anos, Hahneman morre de "Bronquite". Seus restos mortais jazem no Cemitério de Pere Lachaise.

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