quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasil é um dos países latino-americanos que mais deve crescer, diz FMI

21/04/2010 - 14h10
Brasil é um dos países latino-americanos que mais deve crescer, diz FMI
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da Reportagem Local (Folha On Line)

O Brasil deve ter um dos crescimentos mais vigorosos entre os países na região da América Latina e Caribe, de acordo com projeções divulgadas nesta quarta-feira pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), em seu relatório "World Economic Outlook" (Panorama Econômico Mundial).

Os especialistas do Fundo estimam um crescimento do PIB (soma das riquezas do país) de 5,5% neste ano. Entre os chamados Brics (grupo de potências emergentes), o país perde para a China (projeção de 10%) e Índia (8,8% de crescimento previsto), mas supera a Rússia (4%).

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O desempenho do Brasil se mostra muito melhor em comparação com os países mais próximos geograficamente. A projeção de 5,5% está acima do crescimento médio esperado para a América do Sul neste ano (4,1%, segundo os cálculos do FMI), incluindo até mesmo o México na conta.

Na comparação país a país, o crescimento brasileiro supera o desempenho das principais economias do subcontinente, como México (projeção de 4,2%), Argentina (3,5%), Colômbia (2,2%), Chile (4,7%) e o colega de Mercosul Paraguai (5,3%).

O potencial desempenho brasileiro é batido na comparação com o crescimento do Peru (previsão de 6,3%) e Uruguai (5,7%).
Arte/Folha

Entre todos os países da América Latina e Caribe para o qual o FMI divulgou projeções, o organismo somente projeta recessão para um: a Venezuela, onde se espera uma contração do PIB de 2,6%.

"Superaquecimento"

O Brasil, na visão dos especialistas do Fundo, faz parte do grupo de nações que já precisa se preocupar com o risco de um potencial "superaquecimento" da demanda doméstica e está mais próximo, portanto, de um "ponto de virada" em suas políticas de estímulo.

"Na medida em que as disparidades de produção estão se estreitando, e as pressões inflacionárias estão evoluindo em diferentes velocidades, algumas economias com regimes de meta de inflação (Brasil) parecem mais perto de um ponto de virada do que outras (Colômbia, México)", consideram os economistas do FMI, numa referência às políticas de combate aos efeitos da crise.

Os especialistas do Fundo não esclarecem, explicitamente, o que seria esse "ponto de virada". Apenas sublinham a necessidade de alguns países revisarem suas medidas de estímulo à economia concedidas no auge da crise mundial de 2008 (e 2009).

O Brasil, como muitos outros países, concedeu subsídios às empresas e reduziu as taxas básicas de juros. Em outros lugares, como os EUA e os países da Europa, grandes quantias de dinheiro foram aplicadas no sistema financeiro para impedir a quebra de bancos e a paralisia do sistema de crédito.

Na visão do FMI, esses estímulos concedidos pelos governos foram necessários para combater os efeitos da crise mundial, mas agora devem ser revistos, sob pena de gerarem outros problemas (aumento dos deficit públicos), que podem comprometer a retomada do crescimento econômico.

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