quarta-feira, 7 de abril de 2010

Enchente e política (ALEMG)

Há um jeito político de encarar a enchente, que, mesmo se não resolver o problema, ajuda a clarear as soluções.

Você discute com os vizinhos, defende suas sugestões e acata as melhores idéias. Aí, então, o grupo desvia o trânsito de uma rua para facilitar o tráfego, ajuda famílias desabrigadas, transporta vítimas...

Passada a enchente, é hora de descobrir as causas da tragédia. O que está por trás do problema, além, é claro, dos fatores naturais?

O clima mudou muito, em várias partes do mundo, nas últimas décadas. Em parte, isso se deve aos desequilíbrios gerados pelo homem: poluição, desmatamento, transformação de algumas áreas em desertos pela exploração irracional da terra, etc.

No Brasil, as grandes cidades são cada vez mais procuradas por pessoas que acreditam estar nelas a realização de seus sonhos de uma vida mais digna. E o que encontram sempre é cidades lotadas, ocupadas desordenadamente. Em parte, isso ocorre devido à inexistência de leis adequadas que regulem a ocupação dos centros urbanos, ou em razão de seu descumprimento.

O desmatamento das encostas, no campo ou na cidade, leva à destruição do solo, acumulação de terra, pedras e outros materiais nos leitos dos rios, queda de barreiras, desabamentos, etc.

As deficiências da limpeza urbana, os defeitos estruturais da rede pluvial e o armazenamento inadequado do lixo dificultam o escoamento e agravam os riscos de enchente.

A falta de saneamento faz com que os efeitos da enchente sejam ainda mais perigosos. Basta imaginar o transbordamento de um esgoto a céu aberto...

Todos esses fatores contribuem para que aconteça uma enchente e agravam os seus efeitos. Alguns deles podem ser evitados pela sua ação direta. Outros pela sua participação ativa na discussão das soluções. Afinal, existem lugares do mundo em que o trabalho do homem conseguiu provar que até o deserto é fértil. E é muito bom quando a gente se descobre dono do próprio destino. Ou, pelo menos, quando a gente luta por isso.

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