quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Inquérito para investigar vazamento de prova do Enem

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Aberto inquérito para investigar vazamento de dados de prova do Enem; apuração terá foco em SP

01/10 - 11:56
Redação com Agência Estado

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BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que o inquérito que irá investigar o vazamento de informações sobre o Enem já está aberto. O exame, que seria realizado no próximo fim de semana para 4,5 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País, foi suspenso após indícios de que a prova foi furtada.

Segundo Haddad, o inquérito da Polícia Federal que vai investigar o suposto furto da prova está capitaneado pela polícia de São Paulo. "Isso é assunto de polícia", disse ele. "A apuração começa hoje", completou.

Na tarde de quarta-feira, 30, o jornal "O Estado de S. Paulo" foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil.

O ministro, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem.

Durante a entrevista, Haddad elogiou a atitude do jornal em avisar o ministério. "Não fosse a conduta do jornal até aqui, nós correríamos o risco de ter aplicado a prova e ter que cancelar. Seria um transtorno para mais de 4 milhões de pessoas", disse.

Segurança

Segundo o ministro, os exames estavam no fim da fase de impressão e já haviam começado a ser distribuídos aos locais de prova. "O último lote que seria impresso era o lote destinado aos presídios", afirmou.

Questionado sobre uma possível vulnerabilidade no sistema, o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, disse que a logística do Enem é muito complexa. "Os procedimentos adotados são aperfeiçoados ano após ano. A cada edital se procura incluir exigências adicionais (...) até onde nós sabemos, os técnicos foram consultados e os requisitos de segurança estavam sendo cumpridos".

Encontro

Funcionários do jornal encontraram o homem que havia telefonado para a redação na zona oeste de São Paulo. Ele estava acompanhado de outra pessoa. Os dois disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. De acordo com a publicação, eles afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas.

O homem teria dito ainda que recebeu o material "de Brasília, de gente do Inep, do MEC". Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro e que não tinha motivação política.

Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. "Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada." Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. "A gente vende isto aqui até por mais dinheiro", disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV.

Novo exame

O MEC tem outra versão da prova do Enem pronta para substituir a que foi cancelada. A expectativa do ministério é realizar o exame em 45 dias. Como a metodologia do Enem exige que as questões sejam pré-testadas, o Inep tem um banco com cerca de 1,8 mil delas. O exame mudou este ano para funcionar como vestibular unificado nacional: 24 universidades federais tinham abolido seus processos seletivos em favor do novo Enem.

(*Com informações do jornal "O Estado de S. Paulo")

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