sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mataram Irmã Dorothy (do Blog Amazônia Informa)

"MATARAM IRMÃ DOROTHY " ESTREIA HOJE NO BRASIL

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“Mataram Irmã Dorothy” estreia hoje no Brasil

Sexta-feira, 17 de abril de 2009



Eles mataram Irmã Dorothy. Alguma coisa irá mudar?". Essa é a frase final do trailer do documentário "Mataram Irmã Dorothy", do norte-americano Daniel Junge, que tem estreia hoje em Belém, no Moviecom Castanheira 4, pelo circuito Movie Mobz, após uma breve exibição durante o Fórum Mundial Social. O caso, que teve repercussão internacional, ganhará ainda mais força com a ajuda do cinema.

VEJA O TRAILER:

http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/mataram-a-irma-dorothy-0402356CE4B91326?types=A&

O documentário foi produzido a partir de 400 horas de gravação, que mostram todos os lados envolvidos no assassinato da missionária, ocorrido em 12 de fevereiro de 2005. O público terá acesso a gravações exclusivas com depoimentos que não chegaram à mídia, incluindo as vozes dos advogados de acusação e de defesa, líderes comunitários de Anapu e religiosos ligados à missionária.

"Mataram Irmã Dorothy" acompanha os dois primeiros julgamentos e termina com a liberação de Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", acusado de ser mandante do crime. Recentemente, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal Isolada do TJE-PA anularam a sentença que inocentava Vitalmiro, alegando como inválidas as provas apresentadas no último julgamento.

O documentário já tinha recebido um grande destaque durante o Fórum Mundial Social, onde foi exibido três vezes, em sessões lotadas com pessoas de diversos Estados e países. O lançamento oficial estava previsto para 12 de fevereiro, data em que o ocorreu o assassinato, mas devido a problemas técnicos não detalhados pela produção, será exibido somente agora.

Com repercussão internacional, "Mataram Irmã Dorothy" esteve entre os 15 pré-selecionados ao Oscar de Melhor Documentário 2009.

COMOÇÃO - A irmã Júlia Depweg foi amiga de Dorothy e conviveu com a missionária durante seu trabalho em Anapu. Ela assistiu ao documentário e fala o quanto ficou impressionada com o que viu.

"Tudo que está lá é a mais pura verdade, não há nada montado. Fico feliz que a produção deste documentário tenha sido tão cuidadosa. Ninguém, nem os advogados de defesa, poderiam dizer que aquilo não verdade. Sofremos muito com o segundo julgamento, onde a acusação colocou em xeque a imagem de Dorothy, afirmando coisas horríveis", relata irmã Júlia, ao se referir às acusações de que Dorothy Stang seria uma terrorista, que incitava os camponeses à luta armada contra os fazendeiros.

"Mataram Irmã Dorothy" foi exibido em Anapu, no dia 12 de fevereiro. Segundo Júlia, houve uma grande comoção na cidade. "O filme foi exibido com a ajuda dos religiosos que estavam no local. Diversas pessoas da cidade foram assistir. Assim como em Belém, muitos ficaram emocionados ao relembrar a história e ver todos aqueles depoimentos. O povo conhecia o trabalho de Dorothy, e quem conviveu com ela sabe o quanto ela lutou pelos pobres e pelos trabalhadores do campo", diz Júlia.

Além de mostrar o momento em que o corpo de irmã Dorothy foi encontrado, o documentário mostra a liberação de Vitalmiro pela polícia. "Eu estava em Anapu e lembro o quanto ficamos desesperados. Eu me ajoelhei e comecei a rezar. Mas agora, com esse novo andamento do caso, espero que isso mude. O filme servirá como um documento, que mostrará ao público o que aconteceu", desabafa Júlia. O documentário traça um retrato dos acontecimentos e expõe a opinião de quem é favor da luta de Dorothy e de quem é contra. Abre espaço para quem entendia que ela promovia a discórdia e para quem a reconhecia como um "anjo da Amazônia". Também destaca a participação do Procurador da República, Felício Pontes, que buscou dar garantia de vida à missionária e, após o assassinato, tentou federalizar o julgamento dos acusados, por entender que no Pará o caso estava ameaçado.

O documentário mostra que Dorothy lutou até sua morte pela constituição do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), chamado Esperança. As várias posições e contradições dos depoimentos dos acusados, sob o comando dos advogados de defesa, também ficam explícitas. No filme, os pistoleiros e o intermediário continuam presos após o julgamento, e os mandantes, Bida e Taradão, foram soltos.

"O jeito que ela (Dorothy) enfrentou a morte foi heróica, nos dando força para seguir em frente, rumo ao desconhecido", diz o irmão da religiosa, o também missionário David Stang.

Em Belém, após a exibição do filme durante o FSM 2009, o diretor Daniel Junge, destacou o realismo das imagens. Para ele, o documentário não faz nenhum tipo de julgamento.

"O documentário mostra a realidade de um problema sistemático que acontece na Amazônia e nos Estados Unidos. Se o filme não for visto dessa maneira, me sinto prestando um desserviço", disse ele.

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