terça-feira, 2 de março de 2010

Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas

São muitas as teorias. E atualmente proliferam as mais variadas teorias da conspiração. É preciso pesquisar e levar em consideração o tom sensacionalista ou não, e a idoneidade das autoridades que apresentam essas teorias. O que não podemos negar é o que vemos, em nosso cotidiano. As ações que os homens, em seu consumo desenfreado e inconsequente, exerceram e exercem sobre o planeta têm seus resultados nefastos comprovados, infelizmente, a todo o momento e em todos os espaços. Devemos, sim, analisar todos os lados da questão para melhor nos posicionarmos e desenvolver ações consequentes. O estado caótico em que vivem as nossas cidades, a degradação da natureza e tantos outros problemas sociais com implicações planetárias não podem ser atribuídos a causas naturais sob pena de assim agirmos irresponsavelmente.
Sylvio Costa Filho



PERGUNTAS E RESPOSTAS

O clima mudou no decorrer do século 20?
Muitos fatos revelam que o clima se alterou ao longo do século.

  • A temperatura média da superfície terrestre aumentou em cerca de 0.6%.
  • As extensões das calotas polares diminuíram.
  • O nível do mar subiu entre 10 e 20 cm.
  • Outras alterações importantes dizem respeito ao regime de chuvas, às nuvens e a temperaturas radicais.

Como ocorre o aquecimento global?
O clima sempre se modificou e continuará se modificando por razões naturais. Ocasionado pela associação de uma série de gases, o efeito estufa é responsável pela retenção do calor emitido pela Terra, o qual é gerado pela radiação solar. Se esse mecanismo não existisse, a temperatura média no planeta seria 30 graus abaixo dos níveis atuais. Com isso, várias espécies animais e vegetais desapareceriam e a configuração natural de inúmeras áreas habitadas pelos seres humanos seria alterada.
Se por um lado o efeito estufa é benéfico, por outro a concentração excessiva de seus gases, especialmente o CO2 , acaba formando uma barreira que dificulta a liberação para o espaço da energia refletida pela superfície da Terra. Esse fenômeno, provocado pelo homem, tornou-se conhecido como aquecimento global. Causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, o aquecimento global é hoje responsável por alterações drásticas no clima de todos os continentes e pelo aumento do nível dos oceanos.
O IPCC concluiu que a grande parte do aquecimento observado nos últimos 50 anos se deve a atividades humanas.

Quais as futuras alterações que se espera?
Vários cenários de emissão de gases de efeito estufa foram integrados a modelos climáticos para prever o clima futuro
Se não se tomarem as medidas adequadas, várias mudanças são esperadas para o século 21:

  • A temperatura média global vai subir entre 1.4 e 5.8°C.
  • Enquanto as massas de gelo na Groenlândia se reduzirem, as calotas polares da Antártica deverão crescer.
  • O nível do mar deve subir de 9cm a 88cm.
  • Outras modificações, incluindo eventos meteorológicos extremos, devem acontecer.

Estima-se que além do ano de 2100 as alterações climáticas causadas pelo homem ainda devem continuar por vários séculos.
Mesmo depois de uma estabilização do clima, o nível do mar continuaria subindo durante vários milênios.

Quais são as conseqüências prováveis da mudança do clima?

  • Alterações regionais, principalmente a elevação da temperatura, já têm efeitos sobre sistema físicos e biológicos.
  • Tanto os sistemas naturais quanto os humanos são sensíveis às mudanças climáticas por causa de sua adaptabilidade limitada. Esta sensibilidade varia segundo a situação geográfica, o tempo, as condições sócio-econômicas e ambientais.
  • Espera-se um aumento dos fenômenos climáticos extremos e dos prejuízos e casos de morte ocasionados por catástrofes naturais em função das mudanças climáticas.
  • Os sistemas humanos terão que se adaptar às conseqüências inevitáveis das mudanças do clima. As esperadas perdas econômicas deverão atingir principalmente as regiões mais pobres,

Como se pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa?
O tema das mudanças climáticas é único, global e de longo prazo, com complexas relações de causa e efeito.
Muitas opções tecnológicas permitem a redução das emissões de GEE, algumas a custos baixos.
Florestas podem ser importantes sumidouros de CO2, e estão sendo desenvolvidas outras opções.
As medidas para redução de emissões trarão consigo custos e benefícios. Para os paises desenvolvidos, a maior parte das estimativas de custos prevê que o cumprimento das metas do Protocolo de Quioto sem negociação de créditos de carbono terá um impacto de entre 0,2% e 1% no PIB. Com o comércio de emissões, este impacto poderia cair à metade.
Para terem êxito, as medidas de redução terão que transpor muitas barreiras. Os governos dispõem de instrumentos políticos para fomentar eficiência e equidade a nível nacional. A cooperação internacional é imprescindível.
A pesquisa científica é imprescindível para tornar as estimativas futuras mais confiáveis e diminuir as incertezas.

Os ecossistemas podem se adaptar às mudanças climáticas?
A capacidade dos ecossistemas de se adaptar às mudanças causados pelo clima é limitada. Alguns deles poderão ser fortemente prejudicados.

Como o CO2 é capturado?
O incremento da biomassa vegetal (plantio de árvores) ‘seqüestra’ o dióxido de carbono da atmosfera e colabora para amenizar o aquecimento do planeta. O reflorestamento homogêneo (monocultura) de áreas degradadas, por si só, já garantiria a captação do CO2 e sua fixação na floresta. O trabalho da SPVS, porém, conta com um diferencial, porque envolve a restauração da floresta original, com toda a diversidade de suas espécies nativas. Com o objetivo de acompanhar a capacidade de absorção de carbono pela floresta, os pesquisadores da SPVS realizam monitoramento constante, com base em metodologias aceitas internacionalmente, reconhecidas por sua eficiência e qualidade. Essas metodologias envolvem medições de árvores, avaliação de seu crescimento e uso de equações para cálculo da biomassa vegetal.

O que é a Convenção do Clima?
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima foi assinada por mais de 150 países em junho de 1992, durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. O objetivo principal da convenção é alcançar a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência humana perigosa no sistema do clima. A convenção reconhece que a maior parcela das emissões globais, históricas e atuais de gases de efeito estufa é originária de países desenvolvidos, devendo estes estabelecerem medidas de redução de suas emissões, assim como investir em projetos de conservação ambiental e de captura de carbono nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

O aquecimento global já começou a mudar nosso mundo?
Os impactos do aquecimento global já são evidentes da linha do Equador até os pólos. Recifes de corais manchados pelo aumento na temperatura dos mares, plantas nos Alpes lutando para deslocar-se para locais mais altos e frescos, ursos polares sob pressão à medida em que diminuem as calotas polares, geleiras derretendo em todos os continentes e danos econômicos que chegam a centenas de bilhões de dólares por ano, segundo avaliação de seguradoras são sintomas das alterações no clima da atmosfera.

O que é o Protocolo de Quioto?
O Protocolo de Quioto é um instrumento para implementar a Convenção das Nações Unidos sobre Mudanças Climáticas. O objetivo é que os países industrializados (com exceção dos EUA, que se recusam a participar do acordo) reduzam e controlem até 2008-2012 as emissões de gases que causam o efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis registrados em 1990. Importante ressaltar, no entanto, que os países assumiram diferentes metas percentuais dentro da meta global combinada. As partes do Protocolo de Quioto poderão reduzir as suas emissões em nível doméstico e/ou terão a possibilidade de aproveitar os chamados "mecanismos flexíveis" (Comércio de Emissões, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e a Implementação Conjunta).

O que é o MDL?
Esses mecanismos servirão para abater as metas de carbono absorvidas nos chamados "sumidouros", tais como florestas e terras agrícolas. Os países que não conseguirem cumprir as suas metas estarão sujeitos a penalidades.
Os Projetos da Implementação Conjunta e do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo permitirão aos países industrializados investirem em medidas que limitem as emissões em outros países industrializados e também em países em desenvolvimento. Dessa forma, podem reclamar as emissões não feitas para abater de suas próprias metas. O Comércio de Emissões, determinado no Protocolo, estabelece um mercado completamente novo. Ao atribuir ao carbono um valor econômico, esse comércio deve incentivar a participação maior nos esforços pela redução de emissões. Os benefícios da Implementação Conjunta, do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e do Comércio de Emissões só estarão disponíveis aos países que implementarem o Protocolo de Quioto.

Os críticos de Quioto têm razão em dizer que o Protocolo fará pouco para combater a mudança climática?
Não. Embora o Protocolo de Quioto não seja a solução para o problema, cria o alicerce para uma ação global efetiva e crescente nas próximas décadas. A redução das emissões em 5% abaixo do nível de 1990 significa, em muitos casos, um corte significativo nas emissões registradas hoje.
Mesmo sem os EUA (responsáveis por 25% das emissões de CO2) o resto do mundo pode iniciar o processo.

Já existe tecnologia para reduzir emissões?
Já existe tecnologia necessária para reduzir as emissões de dióxido de carbono. Soluções simples, como carros mais econômicos, iluminação e eletrodomésticos que economizam energia já existem. Ao usar menos energia, há menos poluição decorrente do processo de geração de energia. Enquanto isso, fontes renováveis de energia, como a proveniente dos ventos ou do sol, não produzem qualquer tipo de poluição.

Os países em desenvolvimento, que menos contribuíram para agravar o problema, serão os mais afetados?
À medida em que atrasam a adoção de medidas para reduzir emissões de gases que causam o aquecimento global, as nações industrializadas colocam mais pressão sobre os países em desenvolvimento. Esses países, que já têm imensos problemas, serão os mais afetados pelos impactos do aquecimento global e das mudanças climáticas. Os países em desenvolvimento também emitem dióxido de carbono. Porém, em uma comparação da média de emissão por habitante, países como a Índia ou as Filipinas emitem um décimo da quantidade de poluentes que a Alemanha, Rússia ou Grã-Bretanha emitem, e 1/20 da quantidade emitida pelos Estados Unidos.

(Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas)














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