sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Emissões têm que cair a partir de 2020

Meio Ambiente

Estudo alerta que emissões têm que cair a partir de 2020

Linfen, na China

Linfen, na China, é uma das cidades mais poluídas do mundo

Os níveis de gases que provocam o efeito estufa precisam começar a cair em 2020 para evitar consequências potencialmente desastrosas, alerta um estudo divulgado na reunião das Nações Unidas sobre clima em Copenhague por um dos mais respeitados centros de pesquisa sobre mudança climática, o Met Office, da Grã-Bretanha.

Para que o aumento de temperatura da Terra se limite a 2ºC, a meta recomendada pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) em seu relatório de 2007 e adotada pelos países do G8 em sua cúpula de julho, as emissões precisam atingir um pico dentro de dez anos.

A partir daí, elas teriam que cair cerca de 5% anualmente. Mesmo assim, a probabilidade de o aumento de temperatura ficar abaixo de 2ºC é de apenas 50%, de acordo com o Met Office.

O problema é que, até antes da crise econômica mundial, as emissões do planeta vinham crescendo cerca de 3% ao ano. Ou seja, para que em apenas dez anos elas comecem a cair, seriam necessárias ações drásticas.

Negociação difícil

Nos três primeiros dias da reunião em Copenhague, negociadores de 192 países enfrentaram muitos problemas para avançar no sentido de um acordo global que possibilite esse tipo de ações.

A desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento e até mesmo sinais de desgaste entre o segundo grupo parecem estar dificultando um entendimento.

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A reunião acaba no dia 18 de dezembro, depois da participação de cerca de 110 líderes mundiais.

Se as emissões continuarem a subir depois de 2020, o Met Office afirma que a única forma de manter o aumento da temperatura terrestre abaixo dos 2ºC seriam os chamados projetos de geoengenharia – para retirar o gás carbônico da atmosfera.

Entre essas propostas, estão algumas que soam como ficção científica: espelhos no espaço que refletiriam de volta os raios do sol, “árvores” artificiais que sugariam o dióxido de carbono do ar para compartimentos que poderiam ser enterrados ou ainda a criação de nuvens com sprays de água no ar.

Mesmo os projetos de geoengenharia já em teste, como Captura e Armazenamento de Carbono (CCS, na sigla em inglês) – que retira o gás produzido pela queima de carvão em usinas e o prepara para armazenamento – ainda estão longe de serem viáveis economicamente.

Pouco se sabe sobre os reais custos ambientais, sociais e financeiros deste tipo de operação. E muito menos as consequências que eles poderiam ter sobre a Terra.

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