sábado, 8 de agosto de 2009

Cooperativismo na UFRJ (do site Planeta Sustentável)


Fachada da sede da ITCP da COPPE/UFRJ, no campus da Ilha do Fundão (RJ)

COOPERATIVISMO POPULAR

Incubadora de Cooperativismo Popular: a união faz a força

A Incubadora Tecnológica de Cooperativismo Popular é uma importante interface da Universidade Federal do Rio de Janeiro/COPPE com a sociedade: um centro de tecnologia que torna o conhecimento e os recursos acumulados na universidade disponíveis, colaborando com a ideia da chamada economia solidária

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Gabriela Varanda – Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável – 31/07/2009

Em tempos em que o capitalismo é colocado em xeque, outras opções de organização social e econômica ganham espaço, principalmente entre a população que convive com a informalidade e a irregularidade de renda. Uma das iniciativas interessantes para reverter esse quadro é a ideia de cooperativismo popular, onde o capital é propriedade comum entre sócios, assim como interesses, aptidões e esforços de trabalho, de Janeiro (ReInc) e r e incorporar conhecimentos para grupos.

Pioneira na articulação entre universidade e a formação de cooperativas populares no Brasil, a Incubadora Tecnológica de Cooperativismo Popular (ITCP), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), apostou, há 14 anos, no desenvolvimento de uma metodologia para apoiar essa iniciativa. Dividida em duas fases, uma de pré-incubação e outra de incubação propriamente dita, a metodologia aposta na construção de identidades de grupo, na qualificação profissional e na formalização do empreendimento.

A Incubadora Tecnológica de Cooperativismo Popular também é uma importante interface da UFRJ com a sociedade, um centro de tecnologia que torna o conhecimento e os recursos acumulados na universidade disponíveis, colaborando com a ideia da chamada economia solidária. Desde sua criação em 1995, a ITCP incubou dezenas de cooperativas populares, gerando cerca de 2.700 novos postos formais de trabalho, permitindo a inclusão econômica e social de trabalhadores desempregados, subempregados ou que ingressavam no mercado informal. As áreas de atividades são as mais diversas, de grupos de catadores de lixo a organizações comunitárias rurais ou de turismo.

CYBER-ESCOLA
Há projetos muito interessantes que vale a pena destacar aqui, como a Cyber-escola, uma parceria entre a ITCP da COPPE/UFRJ e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com o objetivo de implantar um centro público de acesso à informática, cerca de trinta jovens de baixa renda, na faixa etária de 18 a 24 anos, receberam formação e qualificação profissional, bem como assessoria para constituição de uma cooperativa de um micronegócio em informática, na cidade de Nova Iguaçu (RJ).

A ideia da Cyber-escola associa o conceito de cybercafé ou lan house, e os serviços oferecidos nesse tipo de negócio, ao de espaço de formação em informática, gestão e educação cooperativista. “Essa iniciativa impulsionou a contratação de vários desses jovens por empresas locais, o que, embora tenha debilitado a cooperativa, conseguiu inserir vários deles no mercado de trabalho”, explica Lucia Lambert, coordenadora de Gestão da ITCP da COPPE/UFRJ.

INTERCÂMBIO DE INCUBADORAS
Os resultados acumulados pela trajetória da ITCP da COPPE/UFRJ nesses 14 anos foram tão bons, que o seu know-how também se espalhou para outras universidades pelo Brasil, formando uma Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativismo Popular.

Atualmente, quarenta universidades brasileiras contam com incubadoras desse tipo, entre elas, as também renomadas Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP). “O pioneirismo nos faz constantemente reavaliar e corrigir rumos, ao mesmo tempo em que nos incita a experimentar novos caminhos”, explica Lucia, responsável ainda pelo Portal do Cooperativismo Popular, site com informações sobre o tema.

Entre os projetos futuros da ITCP da COPPE/UFRJ está a criação de um “Parque Tecnológico da Reciclagem”, que tem como objetivo estruturar a cadeia produtiva da reciclagem, por meio da integração e do intercâmbio entre cooperativas de catadores de recicláveis, centros de pesquisas e mercado consumidor. Seu principal objetivo é a inserção de tecnologia nos processos de coleta, transformação e distribuição dos recicláveis e desenvolvimento de novos produtos na UFRJ. “Embora haja grandes desafios, como o acesso limitado à informação, à proteção legal e ao financiamento, o cooperativismo popular surge como um importante aliado na transformação de vidas”, diz Lucia.

E para quem gostaria de apoiar essa iniciativa, há boas alternativas: uma é visitar a Cooperloja, simpática loja de produtos das cooperativas incubadas pela ITCP da COPPE/UFRJ, presente tanto no campus da Ilha do Fundão, no Rio, como também em três endereços no Piauí. Ou procurar as cooperativas mais próximas, espalhadas pelo Brasil, consultando a Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativismo Popular.

LINKS DAS INSTITUIÇÕES E PROJETOS CITADOS:
Incubadora Tecnológica de Cooperativismo Popular (ITCP) da COPPE/UFRJ
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ)
Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativismo Popular
Incubadora Tecnológica de Cooperativismo Popular (ITCP) da USP
Incubadora Tecnológica de Cooperativismo Popular (ITCP) da Fundação Getúlio Vargas/SP
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
Cyber-escola
Cooperloja

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