sexta-feira, 3 de junho de 2011

Antônio Torres

era o meu preferido para a Academia

A
Este era o meu preferido para a Academia.



Antônio Torres- Nascido em Sátiro Dias, no sertão da Bahia, em 1940, Antônio Torres estudou em Alagoinhas e Salvador, onde ingressou no Jornal da Bahia. Ao mudar-se para São Paulo, aos 20 anos, passou a trabalhar no diário Última Hora. Na capital paulista, viria a trocar o jornalismo pela publicidade, tendo sido redator e diretor de criação de várias agências, também em Portugal e no Rio de Janeiro.

Estreou na literatura em 1972, com o romance Um Cão Uivando para a Lua, que causou um grande impacto, sendo considerado a revelação do ano pela crítica, e abriu caminho para a sua carreira literária, que hoje conta com 17 livros publicados, alguns deles com várias edições no Brasil e traduções em muitos países. Em 1998, recebeu do governo francês o título de Chevalier des Arts et des Lettres, por seus livros publicados na França até então (Essa terra e Um táxi para Viena d’Áustria).

Mais conhecido como romancista, Antônio Torres é também contista (Meninos, eu conto) e cronista (Sobre Pessoas, Do Palácio do Catete à venda de Josias Cardoso), cujo conjunto da obra mereceu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 2000. No ano seguinte, foi agraciado (junto com o catarinense Salim Miguel, por Nur na Escuridão), com o Prêmio Zaffari & Bourbon, da 9ª. Jornada Literária Nacional de Passo Fundo, por seu romance Meu Querido Canibal.

Livros publicados- Pela Editora Record- (Romances):Um cão uivando para a Lua;Os homens dos pés redondos;Essa terra; Carta ao Bispo; Adeus, velho; Balada da infância perdida; Um táxi para Viena d’Áustria; O cachorro e o lobo;Meu querido canibal; O nobre seqüestrador; Pelo fundo da agulha; (Contos):Meninos, eu conto -Pela Editora Rocco; (História para crianças): Minu, o gato azul; Pela Editora Leitura- (Crônicas, perfis e memórias): Sobre Pessoas; Pela Íbis Libris: Do Palácio do Catete à venda de Josias Cardoso; (Crônica – escrita por ocasião da Primavera dos Livros de 2007, realizada no Museu da República/ Palácio do Catete, Rio de Janeiro, e da qual Antônio Torres foi o patrono). Fora de mercado: O Centro de nossas desatenções (Relume-Dumará/ RioArte) O Circo no Brasil (Funarte/ Atração).

Aproveito para repetir aqui a postagem que fiz em 2009 sobre uma palestra do autor, na Biblioteca Municipal de Petrópolis. Acho que já passou da hora de repetirmos a dose, mas com divulgação eficiente e com a devida atenção que um evento assim o exige.

Sylvio Costa Filho

sábado, 6 de junho de 2009

Antônio Torres em Petrópolis




No dia 27/05/2009 o escritor Antônio Torres esteve na série "Encontro com o autor" que a biblioteca do Centro de Cultura de Petrópolis tem promovido. Foi uma oportunidade ímpar, pena que muitos não ficaram sabendo e perderam esses momentos maravilhosos proporcionados pelo escritor que mais uma vez se revelou como um grande contador de histórias, muitas delas reais. Antônio Torres já está há um ano residindo em Itaipava e isso é motivo de satisfação para nós todos, uma vez que é uma honra ter em Petrópolis alguém tão especial para as letras da nossa língua portuguesa.

"Vim de um lugar que não tinha livro, o livro apareceu quando apareceu a professora..."

" Só há uma oficina literária no mundo: a leitura em voz alta..."

"Se o Sol ficasse vermelho demais era o prenúncio do fim do mundo.


"...eu sinto falta do sonho que havia naquele tempo..."

Sobre o trabalho do escritor, citando um título de Plínio Marcos: "Viagem de um imbecil até o entendimento."

Antônio Torres durante a palestra



"Antônio Torres nasceu em 1940, num povoado chamado Junco (hoje a cidade de Sátiro Dias), no sertão da Bahia. Descobriu sua vocação literária na escola rural da sua terra, incentivado por uma professora chamada Teresa. Logo, passou a escrever as cartas das pessoas do lugar, a recitar poemas de Castro Alves em praça pública, no Dia da Bandeira e no Sete de Setembro, a ajudar o padre a celebrar a missa - em latim! Esse tempo ficou gravado em sua memória e iria marcar o seu destino de escritor.
Estudou em Alagoinhas e Salvador, onde se tornou repórter do Jornal da Bahia. Foi jornalista e publicitário também em São Paulo e Portugal. Depois de muitas andanças pelo país e pelo mundo, radicou-se no Rio de Janeiro. Hoje é um dos escritores mais conhecidos de sua geração, com livros traduzidos em muitos países (inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, hebraico e holandês).
Em 1998, foi condecorado pelo governo francês como Chevalier des Arts et des Lettres por suas obras publicadas na França."
(dos livros "Meninos, eu conto" e "Meu Querido Canibal")


Aproveito este espaço também para apresentar a minha solidariedade ao escritor Antônio Torres e colo as palavras de Marcelo Moutinho e Moacyr Scliar, além de acrescentar que agora as palavras de Cristo, "Senhor! Perdoai-os, eles não sabem o que fazem!" , também servirão para "os imortais". O blog, de onde tirei a postagem abaixo é o Pentimento
»
Pior para a Academia Escrito em 02 de junho de 2011
separador

E o Merval Pereira virou acadêmico, derrotando Antonio Torres. Pior para a Academia. Como bem disse o amigo Henrique Rodrigues, pelo visto, escritor agora só entra na ABL com sistema de cotas. Meu desagravo ao Antonio vem sob a forma de uma crônica escrita justamente pelo Moacyr Scliar, cuja cadeira na instituição era disputada. Segue o texto, que explicita a gravidade do erro cometido hoje:

"Meu querido Antônio Torres"

Moacyr Scliar

"Em Junco (Bahia), onde nasceu e se criou, Antônio Torres escrevia cartas para os analfabetos moradores da região. Uma ocupação que condicionou, e de forma mais que simbólica, seu destino: escrevendo, Torres se tornou um grande escritor, reconhecido no país e no exterior. Mas é, ao mesmo tempo, um escritor que escreve por aqueles que não podem ou não sabem fazê-lo. É um autor popular, no mais legítimo sentido da palavra. Não é de admirar que obras como Os Homens dos Pés Redondos (1973), Essa Terra (1976) – traduzido pelo menos em 15 idiomas – Carta ao Bispo (1979), Adeus, Velho (1981), Um Táxi para Viena d’Áustria (1991), Meu Querido Canibal (2000) tenham feito sucesso tanto de público quanto de crítica.

Deste sucesso, posso dar um testemunho pessoal. Sou amigo de Torres há muitos anos. Pertencemos à mesma geração literária, a geração que começou a publicar em fins dos anos 60 e começo dos 70, ou seja, no auge da ditadura. Naquela época escrever era uma forma de resistência. Resistência a que Torres engajou-se de maneira admirável. Junto com Ignácio de Loyola Brandão e João Antônio, ele percorreu o país, falando para jovens nos mais remotos lugares. E foi várias vezes para o Exterior.

Nessas viagens, não raro nos encontramos. Era, e é, ocasião para um bate-papo que se continua através do tempo, uma conversa que sempre retomamos. Para mim, com enorme prazer. É impossível não gostar de Torres. Ele é, pessoalmente, o mesmo autor amável e emotivo que encontramos nas páginas de seus livros. É um homem profundamente generoso. E profundamente brasileiro. As platéias estrangeiras sempre o escutam com atenção porque sabem que, através de sua voz, fala o Brasil mais autêntico, o Brasil que também está todo em sua obra. Que também prima pela originalidade. Quem chamaria um canibal de “meu querido”, senão Antônio Torres?

Agora ele está, como já fez muitas vezes, nos visitando. É uma oportunidade de conhecê-lo, e de conhecer as suas obras. Vale a pena. Nas páginas de Antônio Torres o Brasil escreve suas cartas. "

do escritor e jornalista Marcelo Moutinho.









Nenhum comentário:

Postar um comentário