quarta-feira, 14 de julho de 2010

Jornal do Brasil encerra versão impressa (Tribuna de Petrópolis)

Jornal do Brasil encerra versão impressa

Os repórteres do Jornal do Brasil criticam a falta de informação da empresa sobre o fim da edição impressa do veículo. Os jornalistas dizem que só ficaram sabendo do encerramento da publicação por meio de notícias divulgadas em outros veículos. Os profissionais preferiram não se identificar, e aguardam um comunicado na intranet da empresa ou que a informação seja dada pessoalmente por alguém da direção.

De acordo com duas fontes, o clima na Redação é relativamente normal, e os jornalistas estão tentando manter o profissionalismo, já que a informação de que a empresa investirá apenas na edição online ainda não foi dada internamente.

Uma das fontes negou a informação divulgada pelo O Globo de que dois funcionários teriam passado mal com a notícia. “É compreensível que isso aconteça, mas ainda não aconteceu nada do tipo”.

Para outra jornalista, que diz que os repórteres trabalham normalmente, o clima não tem sido bom. “Pra mim, particularmente, o clima não está bom porque tenho um apego muito grande ao jornal”, lamentou.

Outro repórter confirmou que o último salário dos profissionais estaria atrasado. “Na sexta-feira (9) recebemos apenas R$ 800,00 do pagamento de junho e ainda não há previsão de quando devemos receber o restante”, explicou.

Sindicato deve acompanhar situação

O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Rogério Marques Gomes, disse que atrasos salariais no Jornal do Brasil eram constantes, mas que depois a empresa regularizava a situação com os funcionários. Para Gomes, o problema é outro. “A maior irregularidade do JB é a contratação de um grande número de jornalistas como Pessoa Jurídica (PJ)”.

Gomes lamentou a situação e disse que o sindicato está de “luto” pela decisão de Nelson Tanure, que anunciou a intenção de manter apenas a versão online do jornal. “Posso dizer que estamos de luto. É uma situação lamentável. Isso é péssimo para a democracia, porque o Rio de Janeiro fica numa situação de transmitir praticamente uma opinião só, a do grupo Globo”, destacou.

O dirigente afirmou que pretende se reunir com os demais membros da diretoria do sindicato para discutir os passos que devem ser tomados a partir de agora. “Estamos pensando em fazer alguma coisa para que essa decisão não se concretize, o que parece difícil, mas perder o JB é perder uma parte da história do Brasil”.

Caso o anúncio de Tanure se concretize, a entidade pretende acompanhar a situação dos jornalistas de perto. “Vamos acompanhar rigorosamente de perto, pra que não aconteça o que aconteceu com a TV Manchete”, enfatizou.

Fonte: Comunique-se

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