quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Manifesto e Panfleto

Como o nosso tema é cidadania vamos abordar inicialmente tipos de textos que aparecem muito na prática cotidiana e que se relacionam ao tema.


Manifesto


É um texto de intenção persuasiva. Nele, o escritor deve expor, com caráter de
denúncia, uma problemática pública, ou seja, de interesse de um determinado grupo de pessoas, e chamar a sociedade a uma ação em conjunto para a sua resolução. Deve haver, ainda, cobrança às autoridades públicas competentes, mostrando, com propriedade, os principais pontos do problema: causas e consequências. Estruturação: título, corpo do texto, local e data.

Folheto e Panfleto

São textos de cunho persuasivo e intenção publicitária. Com essas variedades textuais, o autor apresenta produtos ou ideias e deseja levar o leitor ao seu consumo ou à sua aceitação. Configura-se, portanto, como uma exposição de características, levando-se em conta os diferenciais do produto e a pertinência das ideias.
(grifo nosso)

copiado de: http://www.portalsas.com.br/pdfs/lab_redacao/proposta1.pdf
nesse endereço você encontrará características de outros tipos de textos.

E porque estamos falando de Modernismo Brasileiro vamos abaixo colocar alguns textos de manifestos realtivos ao modernismo.

A 1ª revista modernista chamava-se Klaxon e teve em seu primeiro número um editorial-manifesto do qual copiamos alguns trechos:

(...) Klaxon sabe que o progresso existe. Por isso, sem renegar o passado, caminha para diante, sempre, sempre. (...)

Klaxon não é exclusivista. Apesar disso jamais publicará inéditos maus de bons escritores já mortos.

Klaxon não é futurista. Klaxon é klaxista.

(...) Klaxon cogita principalmente de arte. Mas quer representar a época de 1920 em diante. Por isso é polimorfo, onipresente, inquieto, cômico, irritante, contraditório, invejado, insultado, feliz."


alguns trechos do Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade:

alguns trechos do Manifesto:

"A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

(...) A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem. (...)

A Poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança. (...)

A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.

(...) Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano. (...)

A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.

Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres."


Manifesto do Verde-Amarelismo ou da "Escola da Anta", que, entre outras coisas, afirmava:

"O grupo 'verdamarelo', cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva; - o grupo `verdamarelo', à tirania das sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira (...)

Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as expressões históricas.

Nosso nacionalismo é `verdamarelo' e tupi. (...)"


Do Manifesto Antropófago, transcrevemos alguns trechos:

"Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os

coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupy or not tupy, that is the question.

(...)

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

(... )

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade. Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove."

Oswald de Andrade Em Piratininga. Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha.


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