quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

"Grito Negro" José Craveirinha

GRITO NEGRO

José Craveirinha

Eu sou carvão!

E tu arrancas-me brutalmente do chão

e fazes-me tua mina, patrão.

Eu sou carvão!

E tu acendes-me, patrão,

para te servir eternamente como força motriz

mas eternamente não, patrão.


Eu sou carvão
e tenho que arder, sim
e queimar tudo com a força da minha combustão

Eu sou carvão
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão, meu irmão
até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão
Tenho que arder
queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu serei o teu carvão, patrão!

2 comentários:

  1. Pesquisei sobre Caveirinha e achei sua vida muito interessante,nesse poema ele deseja transmitir como era a vida dos moçambicanos,lutando contra a ocupaçao colonial naquela época...Terminando o meu comentario deixo a minha opiniao "Sempre devemos lutar pelos nossos direitos".

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    1. Valeu Paloma!!!Cidadania é isso aí! Exerça-a também aqui! O blog é para isso!!!

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