Educação Sustentável
Nereis Paula Ferreira
O desencontro entre a educação e cidadania planetária, são dois mundos que procuram um ao outro, mas não se encontram. É aqui que entra em cena a ecopedagogia: pedagogia da terra. Ela não é uma pedagogia a mais, ao lado de outras pedagogias. Seu sentido está como um projeto alternativo global em que a preocupação não está apenas na preservação da natureza, ou no impacto das sociedades humanas sobre o ambiente natural, mas num ponto de vista sustentável se visto do ponto de vista ecológico (Ecologia integral). Ela está ligada, portanto, a um projeto utópico: mudar as relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje. Este é o sentido profundo da ecopedagogia ou da pedagogia da terra. A educação é uma das responsáveis pela formação do homem, esta deverá estar vinculada aos princípios da dignidade, da participação, da co-responsabilidade, da solidariedade, da eqüidade e da ética. Prepara-lo é preparar as novas gerações, para agir com responsabilidade, ética e sensibilidade dando início a uma educação sustentável.
"O sistema não teme o pobre que tem fome. Teme o pobre que sabe pensar" que favorece sobremaneira, hoje, os modelos neoliberais não é "miséria material das massas, mas sua ignorância", ignorância que faz as pessoas esperarem soluções produzidas pelos sistemas. A função da educação de caráter reconstrutivo político, conclui o autor, "é desfazer a condição de massa de manobra, como bem queria Freire". (DEMO, 2000 ).
O desenvolvimento sustentável vendo de forma crítica tem um componente educativo formidável. Haja vista que a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação.
A ecopedagogia é uma pedagogia para promoção da aprendizagem contextualizada dando sentido das coisas para o cotidiano. Implica uma reorientação dos currículos para incorporar princípios defendidos por ela, como exemplo, orientar a concepção dos conteúdos e a elaboração dos livros didáticos. Jean Piaget ensinou que os currículos devem contemplar o que é significativo para o aluno. Esse conceito é correto, mas é incompleto. Os conteúdos curriculares têm que ser significativos para o aluno, e só terão relevância para ele, se esses conteúdos forem relevantes também para a saúde do planeta, para um contexto mais amplo.
Segundo (GUTIERREZ, 1998, p.21), "só encontramos sentido em caminhar vivenciando o contexto e o processo de desbravar novos caminhos; não apenas observando-o, por isso a educação sustentável é uma pedagogia democrática e solidária".
Como lugar de cultura e de estudo aberto a tudo a educação deve ser reconhecida por sua responsabilidade na participação dos grandes debates relacionados com o processo de transformação da sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário