domingo, 4 de outubro de 2009

...uma floresta que sumiu (do Balaio do Kotscho)

03/10/2009 - 12:55

Especial/Araguaia: Em busca dos desaparecidos, uma floresta que sumiu

Caros leitores olímpicos
Antes de começar a escrever a reportagem sobre a minha viagem ao Araguaia, como prometi na quinta-feira, não posso deixar de partilhar com vocês a imensa alegria que senti ao ficar sabendo na volta da fantástica vitória do Rio em Copenhague. Sediar a Olimpíada de 2016 não foi uma conquista só da mais bela cidade do mundo, mas de toda uma geração de brasileiros que continua acreditando neste país.

***

SÃO GERALDO DO ARAGUAIA (PA) – Nossa viagem no helicóptero do Exército que partiu de Marabá na manhã de sexta-feira era em direção aos fundões da selva amazônica, no sul do Pará, cenário da Guerrilha do Araguaia, quase 40 anos passados.
Mas selva mesmo, aquela da mata imensa e fechada que a gente conhecia, não há mais.
Em meia hora de vôo, dava para ver ao longo dos 120 quilômetros, até São Geraldo do Araguaia, os trágicos resultados da destruição da mata que mudou completamente a paisagem neste período. Neste pedaço sempre conflagrado do sul do Pará, desde os anos 1970, após a abertura da Transamazônica, a maior floresta do mundo foi derrubada e queimada sem dó, virou pasto.
Com a terra árida pisoteada pelo gado e após um longo período de estiagem, mais parece que estamos chegando ao sertão nordestino. Sim, aqui neste pedaço sempre conflagrado do sul do pará, a selva já virou sertão.
O solo típico do semi-árido nordestino só é salpicado aqui e ali por algumas nesgas de mata separando os latifúndios às margens das grotas, o outro nome dos igarapés da região. A única faixa de mata contínua ainda visível neste trecho é o da Reserva Indígena Sororó, dos índios sururi.
A primeira constatação que faço, antes mesmo da nossa primeira parada, na Grota do Mutuma, onde os membros do Comitê Interinstitucional do Ministério da Defesa acompanharão escavações que estão sendo feitas em busca dos corpos de 57 combatentes do PCdoB desaparecidos no Araguaia, é que neste lugar hoje seria impossível montar uma guerrilha.
Ficou inviável alguém montar nestas terras desmatadas uma operação militar clandestina, tão difícil como localizar os restos mortais dos desaparecidos, tantos anos passados, com a paisagem completamente alterada.
“Eles vieram para cá porque contavam com a defesa da mata para garantir o equilíbrio estratégico”, lembra Diva Santana, irmã da guerrilheira desaparecida Mariadiná, uma baiana decidida que integra o comitê de 11 membros formado por decreto presidencial para supervisionar os trabalhos do Grupo de Trabalho do Tocantins, criado em abril deste ano pelo governo federal.
Desde a anistia concedida pelo regime militar em 1979, Diva acompanha todas as incursões na região do Araguaia-Tocantins, até agora frustradas, em busca dos corpos na esperança de encontrar os restos mortais de sua irmã.
Agora, ao lado dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e de Paulo Vanucchi, dos Direitos Humanos, que chefiam esta missão do governo, ela acompanha os trabalhos de escavação na Grota do Mutuma, onde ficava o “Destacamento C”, um dos três montados pelos guerrilheiros.
Após uma rápida explanação feita por Edmundo Müller Neto, do Ministério da Defesa, que é o coordenador de campo do GTT, Diva fica mais animada. “Esse é um ponto muito interessante, temos esperança de encontrar Mundico hoje. Várias testemunhas, ex-mateiros que foram guias do Exército e moradores antigos, indicaram este mesmo local em momentos diferentes do trabalho da ouvidoria”, informou Müller.
Mundico era o nome de guerra de Rosalindo de Souza, também baiano, um dos primeiros mortos nos combates, ainda em 1972, quando o Exército entrou na área pela primeira vez. As circunstâncias da sua morte até hoje estão envoltas em mistério: suicídio, acidente ou justiçamento feito pela própria guerrilha por estar namorando uma companheira.
Diva acredita mais que tenha sido um acidente causado pela própria arma e afasta a possibilidade de justiçamento. “Isto é até uma ofensa, não fazia parte do código moral da guerrilha”.
Uma equipe formada por dois antropólogos forenses, quatro geólogos e seis ajudantes abre dois buracos de 80 por 120 centímetros indicados pelo rastreamento do GPR (Ground Penetration Radar), um equipamento capaz de localizar anomalias no solo a até três metros de profundidade.
Para tristeza de Nayara Souza Alves, de 40 anos, sobrinha de Rosalindo, nada foi encontrado, mais uma vez (desde agosto, já foram investigados 36 alvos em 14 diferentes áreas do sul do Pará num total de 24.300 metros quadrados, tendo o GPR percorrido uma distância de 51 quilômetros em linha reta).
Nayara, que é de Itapetinga, na Bahia, assim como seu tio, veio de Araguaina, no Tocantins, onde vive atualmente, para acompanhar as escavações.
“Eu era muito pequena quando ele veio para lutar aqui, mas me lembro do sofrimento do meu avô Rosalvo, que morreu sem poder enterrar o corpo do neto. Para nós da família, ficou só esse vazio, este silêncio. Só temos algumas cartas dele guardadas. O tio falava sempre do seu ideal de fazer um país melhor para todos nós”.
Militares da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) deixam o marco geodésico 1026 na terra para informar a quem passar por ali no futuro que aquele local já foi investigado.
De volta ao helicóptero, nossa próxima parada é a Fazenda Bacaba, na cidade de São Domingos do Araguaia ( antiga São Domingos das Latas), a 70 quilômetros de Marabá, uma das três bases do Exército durante o combate à guerrilha (as outras ficavam em Marabá e Xambioá).
Em mais meia hora de viagem de helicóptero, que sobrevoou a Serra das Andorinhas, da qual falarei mais adiante, os raros sinais de vida na floresta que virou pasto, vistos do alto, eram os rebanhos de gado branco correndo assustados com o barulho dos rotores do helicóptero.
Na base de Bacaba, o Exército construiu uma pista de pouso para apoiar as operações na área. A partir da análise de documentos recebidos pelo Ministério da Defesa e de diversos orgãos e entidades, incluindo as Forças Armadas, havia referências a inumações clandestinas de guerrilheiros nos entornos da pista.
Antes do início das escavações neste local, onde também nada foi localizado, o Comitê Interinstitucional, do qual faço parte, reuniu-se com as equipes do GTT, que fizeram uma longa explanação dos trabalhos até aqui cumpridos.
Todos falaram das dificuldades para obter resultados positivos nas investigações de campo em razão da mudança radical na geografia da região. O fato positivo é que a presença conjunta de militares e civis, incluindo representantes das famílias dos desaparecidos, tirou o medo de falar dos moradores da região, que passaram a colaborar com os pesquisadores.
Em nome das famílias, Diva Santa agradeceu o empenho das equipes técnicas e dos militares chefiados pelo general de brigada Mario Lúcio de Araújo, que garante os recursos financeiros e humanos e organiza toda a infra-estrutura. “A vontade do povo brasileiro é que a questão seja resolvida e esclarecida de uma vez por todas para que possamos virar esta página da nossa história”.
Diva fez um apelo aos militares que participaram da fase final das operações, em 1974, ainda na ativa ou já reformados, para que prestem informações capazes de auxiliar nas buscas.
Este é o grande desafio daqui para a frente. Os trabalhos de campo, que serão interrompidos no final de outubro, em razão do início do período de chuvas, e só poderão avançar no próximo ano com a colaboração destes militares.
Tanto os ministros Jobim e Vanucchi, como os membros das equipes técnicas e o ex-deputado Aldo Arantes, observador independente que representa o PCdoB no GTT, insistiram em suas falas na necessidade do convencimento dos militares que participaram do combate à guerrilha para contar o que aconteceu na reta final da campanha, ainda que dificilmente os corpos possam ser localizados.
“O nosso trabalho é a favor da verdade histórica, não é contra ninguém”, resumiu o ministro Nelson Jobim, que viajou acompanhado do comandante do Exército, Enzo Martins Peri, simbolizando o distencionamento que está havendo entre militares e civis na questão do Araguaia.
Um dos militares que participaram da terceira fase de operações militares no Araguaia, o coronel aviador reformado Pedro Correa Cabral, de 67 anos, estava presente à reunião, mas não falou.
A ser verdade tudo o que o coronel me contou em entrevista ao Balaio, depois da reunião, sobre o destino dado aos corpos dos guerrilheiros durante a chamada “Operação Limpeza”, no início de 1975, será impossível localizá-los. Trechos do seu depoimento:
“No último mes de combate, em dezembro de 1974, segundo os nossos controles, só restava um guerrilheiro vivo que não foi localizado e conseguiu fugir da área. Era o Angelo Arroyo (ele seria morto pouco tempo depois pelo DOI-CODI durante invasão feita na casa onde a direção do PCdoB estava reunida na Lapa, em São Paulo)”.
“Nós da FAB fomos chamados no início de janeiro para fazer a “Operação Limpeza” com a finalidade de não permitir, depois que os militares saíssem que a área fosse escarafunchada por jornalistas e familiares dos mortos, causando problemas ao governo e às Forças Armadas. A ordem eram sumir com os corpos dos guerrilheiros”.
“Um colega meu da FAB, o coronel Sergio Camargo, localizou um paredão de pedra ao norte da Serra das Andorinhas para fazermos este trabalho. Ele falou para o comando que já sabia para onde levar e queimar os corpos, mas foi transferido para Belém, e o serviço ficou para mim e outros pilotos. Só eu transportei uns 15 fardos com os corpos que foram cercados de pneus e queimados com gasolina. Cheguei a pousar lá quando os fardos levados por outro helicóptero ainda estavam queimando”.
“Isto foi feito entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro de 1975. Fui o último piloto a deixar a área. Conto tudo isso no meu livro “Xambioá _ A guerrilha do Araguaia”, lançado em 1993. Já voltei três vezes á Serra das Andorinhas, mas não consegui encontrar o local exato onde os corpos foram queimados. Na primeira vez, fui com o pessoal da revista Veja, logo que o livro foi lançado. Em 2001, acompanhei uma missão do então deputado Luis Eduardo Greenhalg, com o apoio da FAB, e voltei em 2004 com um grupo interministerial”.
“Espero que o grupo que agora está aqui convoque o coronel Sergio Camargo para vir para cá e colabore com as buscas porque foi ele que descobriu o paredão das Andorinhas e sabe voltar lá. É possível que a gente encontre lá pelo menos restos do aço que é empregado na fabricação de pneus para provar que os corpos foram mesmo queimados ali”.
Ao nos despedirmos, o coronel Cabral estava bastante emocionado com o que acabara de assistir e ouvir na reunião. “Não esperava viver para ver isso que vi hoje, ver o comandante do Exército participando de uma reunião ao lado do Aldo Arantes, do PCdoB, com o mesmo objetivo de encontrar a verdade. É um outro Exército, um outro país, muito melhor, mais próximo da democracia”.
Ao final da missão, de volta a Brasília na noite de sexta-feira, depois de passar o dia todo subindo e descendo de avião e de helicóptero militares, os joelhos moídos, mais quebrado que arroz de terceira, também tive esta sensação de que o Brasil muidou muito, e para melhor, desde que fui fazer minhas primeiras reportagens na Amazonia no começo dos anos 70. A notícia triste, é que a floresta está sumindo.

Morre a cantora argentina Mercedes Sosa (ultimosegundo.ig.com.br)




Morre a cantora argentina Mercedes Sosa

04/10 - 07:02 , atualizada às 10:27 04/10 - Redação com agências internacionais

BUENOS AIRES - A cantora argentina Mercedes Sosa, de 74 anos, morreu neste domingo em Buenos Aires. A cantora sofria de uma doença hepática complicada por problemas respiratórios.

AFP
Mercedes Sosa tinha 74 anos

"Nesta data, na cidade de Buenos Aires, Argentina, temos que informar que a senhora Mercedes Sosa, a maior artista da Música Popular Latino-americana, nos deixou", afirmou sua família em uma nota.

A morte de Mercedes Sosa mobilizou a Argentina neste domingo. Todos os canais de televisão passaram a transmitir shows dela.

"Mãe amada e amorosa, mulher da América ferida, a sua canção nos dá asas e faz com que a pátria toda, encolhida e desolada, ainda não morra, porque sempre cantarás nas nossas almas", afirmou a cantora Teresa Parodi, amiga de Sosa.

Outro artista e amigo de Mercedes Sosa, Juan Carlos Saravia, disse que a notícia era esperada, mas "quando chega é muito triste".

O corpo da artista será velado a partir do meio-dia (horário de Buenos Aires), na sede do Congresso Nacional.

"La Negra"

Sosa é uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana e a mais famosa artista argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla.

Com seis décadas de carreira na qual circulou por todos os gêneros musicais, Mercedes Sosa repartiu o palco em todo mundo com músicos de diferentes estilos e gerações, sem perder nunca sua profunda ligação com o folclore, a música predominante do interior argentino.

Entre os compositores que interpretou estão Charly García, Alejandro Lerner, Atahualpa Yupanqui, León Gieco, Fito Páez e Silvio Rodríguez.

Sosa enfrentou também censura e perseguição na década de 1970, durante a ditadura militar argentina, quando os seus discos, carregados de conteúdo social, transformaram-se em referência contra o regime.

Internação

Ela foi internada em 18 de setembro e estava em coma desde quinta-feira, respirando com a ajuda de aparelhos. O estado de saúde de Sosa era acompanhado por numerosos artistas, incluindo alguns que a visitaram no hospital, e por fãs, que encheram de mensagens o site oficial da cantora na internet.

"São instantes de oração. Isto tem a ver com uma situação de vida em que ela viveu plenamente seus 74 anos, fez praticamente tudo o que quis, viveu uma vida muito plena", disse na quinta-feira a jornalistas Fabián Matus, o único filho da cantora. "Mercedes sempre foi um símbolo de liberdade", acrescentou.

Sosa, apelidada carinhosamente de "La Negra", por causa da cor de sua pele, ficou fora de cena por algum tempo anos atrás por um problema de saúde, mas retornou em 2005.

Neste ano, ela lançou um disco em dois volumes denominado "Cantora", em que canta em parceria com artistas como Joan Manuel Serrat, Caetano Veloso e Shakira, razão pela qual está indicada a três prêmios Grammy Latino.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Esqueleto leva humanidade a 4,4 milhões de anos


Esqueleto leva humanidade a 4,4 milhões de anos

01/10 - 18:56 - Agência Estado

Logo Agência Estado

A história da espécie humana recuou mais um milhão de anos, com cientistas aprendendo cada vez mais sobre Ardi, um hominídeo que viveu há 4,4 milhões de anos onde hoje fica a Etiópia. A fêmea de 50kg e 1,2 metro percorria as florestas um milhão de anos antes da famosa Lucy, estudada há décadas como o mais antigo esqueleto de um ancestral humano.

Reuters
Provável aparência de Ardi
Este esqueleto, ainda mais antigo, reverte o que se pensava sobre evolução humana, avalia o antropólogo C. Owen Lovejoy, da Universidade Estadual de Kent. Em vez de o homem ter evoluído de um criatura semelhante ao chimpanzé, a nova descoberta oferece evidências de que chimpanzés e humanos evoluíram de um ancestral comum muito antigo, mas por caminhos diferentes.

"Este não é o ancestral comum, mas é o mais perto dele que já chegamos", disse Tim White, diretor do Centro de Pesquisa em Evolução Humana da Universidade da Califórnia em Berkeley.

As linhagens que levaram aos humanos modernos e aos chamados grandes macacos provavelmente tiveram um mesmo ancestral há 6 ou 7 milhões de anos, calcula White.

Mas Ardi tem várias características que não aparecem em macacos africanos contemporâneos, o que leva à conclusão de que esses animais evoluíram bastante desde o último ancestral comum com a humanidade.

Características

Os cientistas montaram o esqueleto de Ardi a partir de 125 pedaços. O estudo do fóssil, em andamento desde sua descoberta, em 1994, indica que a espécie viveu nas matas e era capaz de escalar árvores usando as quatro patas, mas o desenvolvimento de braços e pernas sugere que essas criaturas não passavam muito tempo na copa das árvores. E eram capazes de andar eretas, sobre as patas traseiras, quando estavam no chão.

Chamado anteriormente de Ardipithecus ramidus - o que significa "raiz dos macacos do chão" - o fóssil é descrito em detalhes em 11 artigos publicados pela revista Science em sua mais recente edição.
"Esta é uma das descobertas mais importantes para o estudo da evolução humana", disse David Pilbeam, curador de paleontologia do Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia de Harvard.

"Está relativamente completo, já que preserva cabeça, mãos, pés e algumas partes essenciais. Representa um gênero que pode ser ancestral do australopiteco, que é o ancestral do nosso gênero, homo", disse Pilbeam, que não tomou parte nas pesquisas apresentadas na revista.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O indigenista brasileiro Márcio Santilli um dos 38 "heróis do ambiente" do ano de 2009.

(Folha Online)

O indigenista brasileiro Márcio Santilli, 53, foi escolhido pela revista americana "Time" um dos 38 "heróis do ambiente" do ano de 2009.

Ex-deputado constituinte, ex-presidente da Funai e coordenador do ISA (Instituto Socioambiental), Santilli foi um dos idealizadores da chamada redução compensada de emissões por desmatamento, o embrião do Fundo Amazônia.

Bruno Miranda/Folha Imagem
Márcio Santilli, que idealizou a chamada redução compensada de emissões por desmatamento
Márcio Santilli, que idealizou redução compensada de emissões por desmatamento

"Santilli raciocinou que as nações que reduzirem sua taxa de desmatamento abaixo da média histórica poderiam receber compensação através de certificados de emissões comercializáveis no mercado de carbono.

A compensação viria após 2012, e só quando as reduções forem confirmadas por meio de imagens de satélite", afirma a revista.

Isso poderia ao mesmo tempo limitar a perda de florestas tropicais e garantir que os habitantes dessas regiões sejam compensados pelos países ricos por deixar a mata em pé.

Na mesma categoria do brasileiro, a de "líderes e visionários", foram contemplados o ministro do Ambiente da Noruega, Erik Solheim, e o secretário de Energia dos EUA, Steven Chu.

Os moradores de Vauban, subúrbio da cidade alemã de Freiburg, receberam o título na categoria "inovadores" por terem parado de usar carros.

O incêndio e a sede (Austrália)



Foto da frente de combate ao incêndio que devastou a Austrália.

"Não basta apagar o incêndio."

Quem não entende um olhar, muito menos entenderá uma longa explicação...!
(Provérbio Árabe)

Inquérito para investigar vazamento de prova do Enem

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NotíciaÚltimo Segundo

Aberto inquérito para investigar vazamento de dados de prova do Enem; apuração terá foco em SP

01/10 - 11:56
Redação com Agência Estado

Este artigo segue as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que o inquérito que irá investigar o vazamento de informações sobre o Enem já está aberto. O exame, que seria realizado no próximo fim de semana para 4,5 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País, foi suspenso após indícios de que a prova foi furtada.

Segundo Haddad, o inquérito da Polícia Federal que vai investigar o suposto furto da prova está capitaneado pela polícia de São Paulo. "Isso é assunto de polícia", disse ele. "A apuração começa hoje", completou.

Na tarde de quarta-feira, 30, o jornal "O Estado de S. Paulo" foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil.

O ministro, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem.

Durante a entrevista, Haddad elogiou a atitude do jornal em avisar o ministério. "Não fosse a conduta do jornal até aqui, nós correríamos o risco de ter aplicado a prova e ter que cancelar. Seria um transtorno para mais de 4 milhões de pessoas", disse.

Segurança

Segundo o ministro, os exames estavam no fim da fase de impressão e já haviam começado a ser distribuídos aos locais de prova. "O último lote que seria impresso era o lote destinado aos presídios", afirmou.

Questionado sobre uma possível vulnerabilidade no sistema, o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, disse que a logística do Enem é muito complexa. "Os procedimentos adotados são aperfeiçoados ano após ano. A cada edital se procura incluir exigências adicionais (...) até onde nós sabemos, os técnicos foram consultados e os requisitos de segurança estavam sendo cumpridos".

Encontro

Funcionários do jornal encontraram o homem que havia telefonado para a redação na zona oeste de São Paulo. Ele estava acompanhado de outra pessoa. Os dois disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. De acordo com a publicação, eles afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas.

O homem teria dito ainda que recebeu o material "de Brasília, de gente do Inep, do MEC". Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro e que não tinha motivação política.

Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. "Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada." Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. "A gente vende isto aqui até por mais dinheiro", disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV.

Novo exame

O MEC tem outra versão da prova do Enem pronta para substituir a que foi cancelada. A expectativa do ministério é realizar o exame em 45 dias. Como a metodologia do Enem exige que as questões sejam pré-testadas, o Inep tem um banco com cerca de 1,8 mil delas. O exame mudou este ano para funcionar como vestibular unificado nacional: 24 universidades federais tinham abolido seus processos seletivos em favor do novo Enem.

(*Com informações do jornal "O Estado de S. Paulo")

Cancelamento do Enem (educacao.uol.com.br)

01/10/2009 - 11h22

Candidato do Enem 2009 deve esperar nova data de exame; veja orientações do MEC

Da Redação
Em São Paulo
Atualizada às 13h30

Os candidatos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 devem aguardar as novas datas de prova, segundo as orientações do MEC (Ministério da Educação). De acordo com a pasta, a nova avaliação deverá ser aplicada nos próximos 45 dias.

O Ministério da Educação cancelou na madrugada desta quinta-feira (1º) a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que seria aplicada neste final de semana em todo o país. Há suspeita de fraude e de que o conteúdo da prova tenha vazado.


Tire suas dúvidas com as informações oficiais fornecidas pelos organizadores do Enem:

Quando será a nova data de prova do Enem 2009

Não está definido. O MEC informa que o anúncio deverá ser feito "nos próximos dias, depois de reorganizar a logística."

É preciso fazer nova inscrição?

Não. Quem está inscrito só tem de esperar. Vale a pena continuar estudando.

É possível se inscrever ainda?

Não. Segundo a assessoria de imprensa do MEC, não será aberto novo prazo para candidatos se inscreverem.

Vai dar tempo de fazer outra prova do Enem?

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) informou que tem um banco de perguntas prontas. Assim, a nova prova só precisa ser impressa, mas já está elaborada.

Quanto tempo demora para imprimir as provas?

O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, afirmou nesta quarta-feira (30) que o processo de impressão do exame leva cerca de um mês. A gráfica tem de imprimir mais de 4 milhões de provas e com alguma antecedência do dia do exame, senão os cadernos não chegam a tempo para os candidatos da Região Norte do país.

Os locais de prova continuam os mesmos?

Não está definido. O MEC informa que os "inscritos serão comunicados oportunamente pelos meios habituais da confirmação da nova data e do local das provas". Normalmente, o local de prova é divulgado no site, por Correios e, neste ano, também por SMS.

Quando sairá o resultado final?

Em razão do adiamento, o resultado final das provas, inicialmente previsto para o dia 8 de janeiro, deve atrasar em cerca de um mês, afirma o ministério.

De quem é a culpa do vazamento do Enem 2009?

O MEC afirma que já acionou o "Ministério da Justiça e a Polícia Federal no sentido de apurar eventuais responsabilidades criminais relativas ao vazamento". Ou seja: os culpados ainda não têm nome.

Quem é responsável pela aplicação do Enem?

O Inep fez uma licitação para a aplicação do exame. O único participante do processo foi o Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção). O consórcio é formado pela Consultec (Consultoria em Projetos Educacionais e Concursos Ltda), Funrio (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência) e Instituto Cetro (Instituto Nacional de Educação Cetro), com matrizes em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. Procurado pela reportagem, o consórcio, por meio de sua assessoria de imprensa, anunciou que não vai se manifestar sobre o assunto.