O Projeto Cidadania Planetária receberá aqui propostas, sugestões e comentários dos professores, orientadores, estudantes e interessados nessa produção de conhecimento que o CIEP 137 CECÍLIA MEIRELES empreenderá. Veiculamos o nosso cotidiano escolar e também matérias afins ao projeto de sustentabilidade em seu sentido amplo.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Acordo entre Estados Unidos e China sobre mudanças climáticas
Autoridades norte-americanas e chinesas assinaram um "memorando de entendimento" no Departamento de Estado após dois dias de negociações de alto escalão em Washington para discutir a economia e outros assuntos estratégicos, incluindo a mudança climática.
Nenhum detalhe do documento foi divulgado de pronto, mas a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que ele salienta a importância da mudança climática nas relações entre os dois países.
"Ele também proporciona aos nossos países um direcionamento à medida que trabalhamos juntos para apoiar as negociações climáticas internacionais e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono", disse Clinton na cerimônia de assinatura.
Ela afirmou que ambos os lados discutiram extensivamente sobre como reduzir as emissões e avançar na conferência climática da ONU em Copenhague em dezembro, que visa esboçar novas metas globais para controlar a mudança climática.
Algumas pessoas nos EUA argumentam que Washington não deveria se comprometer com reduções específicas nas emissões industriais (pois isso poderia aumentar o preço da energia) antes que a China faça o mesmo.
Outros, no entanto, argumentam que a China já adotou mais medidas concretas que os EUA e que Washington precisa mostrar, no tempo que resta até a reunião de Copenhague, que está comprometido com a redução das emissões norte-americanas.
O conselheiro estatal chinês Daí Bingguo disse que os dois países enfrentavam grandes desafios colocados pela mudança climática e que Pequim estava comprometido em cooperar com Washington sobre a questão. (Fonte: Estadão Online e blog Ambiente Brasil)
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Os Selos (Ibase, Social e Verde) do Glossário do Planeta Sustentável
Fonte: Banco do Brasil
Existem cinco categorias de selos sociais:
1. Declaração espontânea individual, como por exemplo a garantia de origem de alguns alimentos vendidos em grandes redes de supermercados;
2. Iniciativas de determinado setor empresarial;
3. Parcerias institucionais, como as que são realizadas pelo selo FSC de garantia de manejo sustentável da madeira;
4. Iniciativas de organizações não-governamentais, como a Abrinq, que garante a preocupação com os direitos da criança e do adolescente;
5. Iniciativas governamentais, entre elas o Inmetro, que garante a qualidade técnica do produto.
Fonte: Revista Página 22, nº 30, maio 09
S.O.S Mata Atlântica
Fonte: Revista Página 22, nº 30, maio 09
S.O.S Mata Atlântica
Lixo doméstico (UOL Ciência e Saúde)
Saiba o que fazer com o lixo doméstico
O Brasil produz, atualmente, cerca de 228,4 mil toneladas de lixo por dia, segundo a última pesquisa de saneamento básico consolidada pelo IBGE, em 2000. O chamado lixo domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volume, ou 125 mil toneladas diárias.
Do total de resíduos descartados em residências e indústrias, apenas 4.300 toneladas, ou aproximadamente 2% do total, são destinadas à coleta seletiva. Quase 50 mil toneladas de resíduos são despejados todos os dias em lixões a céu aberto, o que representa um risco à saúde e ao ambiente.
Mudar esse cenário envolve a redução de padrões sociais de consumo, a reutilização dos materiais e a reciclagem, conforme a "Regra dos Três Erres" preconizada pelos ambientalistas.
A idéia é diminuir o volume de lixo de difícil decomposição, como vidro e plástico, evitar a poluição do ar e da água, otimizar recursos e aumentar a vida útil dos aterros.
Tempo de decomposição dos resíduos

Coleta Seletiva
Veja abaixo quais os tipos de lixo que podem ser reciclados:
DESTINO | PAPEL | PLÁSTICO | VIDROS | METAIS |
---|---|---|---|---|
COLETA SELETIVA | papéis de escritório, papelão, caixas em geral, jornais, revistas, livros, listas telefônicas, cadernos, papel cartão, cartolinas, embalagens longa vida, listas telefônicas, livros | sacos, CDs, disquetes, embalagens de produtos de limpeza, PET (como garrafas de refrigerante), canos e tubos, plásticos em geral (retire antes o excesso de sujeira) | garrafas de bebida, frascos em geral, potes de produtos alimentícios, copos (retire antes o excesso de sujeira) | latas de alumínio (refrigerante, cerveja, suco), latas de produtos alimentícios (óleo, leite em pó, conservas), tampas de garrafa, embalagens metálicas de congelados, folhas-de-flandres |
LIXO COMUM | papel carbono, celofane, papel vegetal, termofax, papéis encerados ou palstificados, papel higiênico, lenços de papel, guardanapos, fotografias, fitas ou etiquetas adesivas | plásticos termofixos (usados na indústria eletroeletrônica e na produção de alguns computadores, telefones e eletrodomésticos), embalagens plásticas metalizadas (como as de salgadinhos) | espelhos, cristais, vidros de janelas, vidros de automóveis, lâmpadas, ampolas de medicamentos, cerâmicas, porcelanas, tubos de TV e de computadores | clipes, grampos, esponjas de aço, tachinhas, pregos e canos |
Fonte: Instituto Akatu
Caso não haja coleta seletiva em seu bairro ou condomínio, procure as cooperativas de catadores e os Postos de Entrega Voluntária (PEVs).
O Grupo Pão de Açúcar também possui pontos de coleta nos supermercados em todo o país. A iniciativa está sendo ampliada para outras bandeiras do grupo, como a rede Extra.
Ciência e democracia na Amazônia ( Le Monde Diplomatique Brasil)
Ciência e democracia na Amazônia
(13/03/2009)
A Amazônia florestal e rural se submete atualmente a três dinâmicas antagônicas, cada uma das quais é apoiada por pontos de vista científicos, independentes entre si.
1- A primeira pode ser qualificada de violenta por se tratar da destruição dos ecossistemas naturais, que são arrancados e queimados. Em seu lugar aparece uma agricultura de subsistência, em pequenas superfícies ou criação de gados e agricultura produtivista, com traços nítidos de mineração e, em geral sobre imensas superfícies adquiridas de maneira frequentemente ilegal.
Há uma pesquisa agronômica, pública e privada, nacional e internacional, que se relaciona com essa dinâmica violenta. Alguns pesquisadores apóiam os mais ricos desses agricultores/criadores que são os atores dessa destruição. Em contrapartida, há outros pesquisadores que apóiam os pequenos produtores para ajudá-los no melhor aproveitamento das terras desmatadas e, assim, frear a dinâmica do desmatamento.
Uma questão: como é que se fazem estas escolhas de colocar as suas competências científicas para uns ou para os outros? Onde acontece o debate e quem decide?
Devemos acrescentar que essa dinâmica violenta é frequentemente justificada pela exploração dos recursos hidráulicos e minerais. São os cientistas que descobrem esses recursos e que propõem as condições de sua exploração. É claro que, nesse momento, o debate democrático costuma fazer falta.
2- Uma segunda dinâmica é aquela da reserva total em grandes superfícies: qualquer nova ocupação humana é proibida ... salvo a dos eco turistas!!!
O objetivo é conservar, proteger recursos, principalmente ecossistemas; e também contribuir a proteger as funções desempenhadas pelos ecosistemas, principalmente as funções biológicas e climáticas. Portanto, trata-se de se dar tempo para conhecer e para entender.
Para a pesquisa científica, as reservas são verdadeira graça divina: em seu interior, é possível realizar tranquilo todas as observações e medidas que permitem entender os funcionamentos naturais e também as relações que existem entre os meios e as sociedades humanas pouco numerosas que lá vivem.
A pesquisa científica, em geral, desempenha também um papel importante para ajudar a delimitar os "parques" e para associar as populações a essa delimitação.
3- Enfim, uma terceira dinâmica, que pode ser chamada de desenvolvimento sustentável, começa a criar raízes: é a dinâmica daqueles que fazem a escolha de ocupar a floresta para viver dela e, assim, protegê-la. É o que ocorre nas reservas chamadas de "extrativistas", nas quais as populações vivem dos recursos biológicos renováveis. É a dinâmica pela qual Chico Mendes brigou e foi assassinado por aqueles que pertenciam à dinâmica violenta; é a dinâmica do PDSA no Amapá - o programa de desenvolvimento sustentável realizado pelo governador João Alberto Capiberibe de 1995 a 2002 - e é também, há cerca de dez anos, a escolha do estado do Acre sob a autoridade dos governadores Jorge Viana e Binho Marques.
A pesquisa científica não está ausente dessa terceira dinâmica, mas é bom refletir sobre as razões de uma presença mais fraca do que nas duas outras. Será o caráter, por assim dizer, mais utópico dessa terceira dinâmica que explica a prudência dos pesquisadores com relação a ela? Ou será que o temor nasce do fato de que o sucesso científico, neste caso, depende de uma relação mais estreita entre pesquisadores e gente do povo?
Atualmente as três dinâmicas disputam uma verdadeira corrida. Durante esses últimos vinte anos, é a destruição violenta, a substituição da floresta pelo gado e pela agricultura produtivista (soja, cana etc), que ganhou e continua a ganhar esta corrida. Apesar da queda recente na taxa de destruição, a destruição anual de 11 mil quilômetros quadrados de floresta natural não pode ser considerada como resultado satisfatório. Destruir a floresta é a solução de facilidade. É a solução economicamente mais interessante a muito curto prazo. Isso porque não se contabilizam, nos custos de produção, as enormes perdas devidas à destruição definitiva das riquezas biológicas e dos solos. Um dia vai ser necessário de pagar por esta destruição e a conta será muito alta!
Em suma, há três dinâmicas em relação às quais o meio científico está presente, mas não se forma unificada: os especialistas se dividem sob o ângulo científico e do ponto de vista político; e isso quer dizer, é claro, que a pesquisa científica, na Amazônia como noutros lugares, não é neutra: ela é influenciável e fortemente influenciada.
Então, algumas questões:
Escolhas políticas foram feitas e anunciadas pelo Presidente Lula com relação à Amazônia brasileira. Desde 2003, a escolha oficial consiste em apoiar a dinâmica de constituição de reservas e a dinâmica do extrativismo sustentável, ou seja, interromper o desmatamento. É uma boa escolha, mas que suscita duas perguntas óbvias: como esta decisão foi construída e como ela é hoje concretizada? Qual foi o papel da pesquisa, qual foi o papel da relação ciência/sociedade na sua elaboração? Esse papel da pesquisa foi limitado. Isso é um dos fatores que limita severamente a concretização da própria escolha. A ausência de preparo e de acompanhamento democrático constitui uma pesada deficiência.
A partir disso, de uma maneira mais geral, uma questão importante é como e onde se fazem as escolhas de prioridade científica e as escolhas de procedimento científico. Por exemplo, como e onde se fazem as escolhas quanto às prioridades agronômicas: agricultura em terras desmatadas ou agro floresta nas reservas extrativistas ?
Onde acontecem os debates democráticos que deveriam associar, no momento da realização das pesquisas, os meios científicos aos meios políticos, mas também os meios científicos diretamente às populações? A iniciativa recente de organizar um fórum permanente "ciência e tecnologia na Amazônia", que reúne os principais responsáveis políticos e científicos da região, é importante, mas insuficiente se as populações não puderem entrar efetivamente em cena.
A pesquisa sobre a Amazônia é, de fato, muito dispersa e muito individualista. E, além disso, ela é, em grande parte, realizada por pessoas que não moram na Amazônia, não vivem no dia a dia da Amazônia, nem vivem no Brasil: isso não facilita as relações entre pesquisa e sociedade e não facilita os debates de programação nacional e internacional.
Então, será que a programação científica não é deixada excessivamente nas mãos dos pesquisadores e dos políticos que tomam as decisões quanto aos financiamentos?
Um exemplo para ilustrar: Brasil e França assinaram, há pouco, um pouco às escondidas, um acordo importante de cooperação científica, cujo objetivo é o conhecimento e a exploração dos recursos biológicos da Amazônia. Qual a participação dos pesquisadores e das populações locais – que não querem que a pilhagem de seus recursos persista – neste acordo? Esse acordo pode ajudar a construir o desenvolvimento sustentável, mas com a condição de que as populações sejam claramente envolvidas, responsabilizadas. "O cupuaçu é nosso", gritam, cada vez mais, as multidões da Amazônia. Elas têm razão.
Quero concluir dizendo que não se deve subestimar a importância das forças democráticas e experimentais que existem na Amazônia. A Amazônia já constitui um grande laboratório de experimentação de procedimentos democráticos a serviço do bem-estar das sociedades humanas: é necessário dispor do tempo necessário para conhecer e valorizar essas experimentações. Já se sabe muito sobre os meios e sobre as sociedades da Amazônia. Muitas experiências de estratégias de "desenvolvimento sustentável" já foram realizadas e muitas estão acontecendo agora. O que devemos fazer para que estes conhecimentos sejam utilizados sem mais atraso?
Brasil lança iniciativa por quebra de patente para energias limpas
O Brasil insiste: o tratado sobre mudanças climáticas que será negociado na Conferência de Copenhague, em dezembro, terá que incluir uma cláusula sobre o compartilhamento de tecnologias "verdes". A proposta bate de frente com a ambição de países ricos de colocar toda a ênfase na ideia de "transferência" de tecnologia. A proposta brasileira é reproduzir um princípio já aplicado na saúde, pelo qual a quebra de patentes é permitida em casos de interesse público. Machado admite que não será fácil estabelecer os critérios para quebra de patentes, diz ele que por ora é mais sensato tentar incluir o princípio no acordo, para depois negociar os detalhes. (Fonte: Folha de S.Paulo, 14/07/09) (BrasilAgro - 14.07.2009)
quinta-feira, 16 de julho de 2009
O nosso blog (uma avaliação)
Um grande abraço do Sylvio. Boas férias!
Reino Unido lança plano de baixo carbono (do Blog Verde)
Reino Unido lança plano de baixo carbono
O governo britânico anunciou hoje um plano de ação para converter o Reino Unido em uma economia sustentável e de baixo carbono.
O Plano de Transição de Baixo Carbono anunciado pelo ministro de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido, Ed Miliband, detalha a maneira como o país irá alcançar suas metas domésticas de redução de emissões de carbono.
A Lei de Mudanças Climáticas definida no fim do ano passado determinou o corte de pelo menos 34% até 2020, em relação aos níveis de 1990. Uma redução de 21% já foi alcançada, o equivalente a zerar as emissões de quatro cidades do tamanho de Londres.
Abaixo as principais metas:
• Mais de 1.2 milhão de pessoas terão empregos verdes;
• 7 milhões de lares passarão por reformas energéticas e mais de 1.5 milhão de domicílios terão suporte para produzir sua própria energia limpa
• 40% da eletricidade virá de baixo carbono, energia renovável, nuclear e carvão limpo
• A quantidade de gás importado será metade do que seria necessário em um cenário habitual
• Os novos carros irão emitir, em média, 40% menos carbono do que é emitido atualmente
15.7.2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Educação E Sustentabilidade
Diz-se que a empresa do futuro deverá estar apoiada num tripé para desenvolver-se: qualidade do que produz, responsabilidade social e cuidado com o meio ambiente, a saúde e a segurança do trabalhador. Acrescentaríamos um quarto elemento: o desenvolvimento da capacidade de colaboração entre os que estão envolvidos dentro da empresa e entre as empresas. Colaborar significa trabalhar em conjunto e harmonicamente para alcançar, além dos objetivos da empresa, a convivência pacífica entre as pessoas e as instituições diversas. Uma razão superior deverá nortear a razão humana.
A empresa de futuro colocará a palavra “serviço” em relevo nas suas atividades para colaborar com a sociedade na qual está inserida.
Há uma enorme mudança cultural em andamento na forma de pensar e de agir das pessoas. O trabalho voluntário começa a ser valorizado porque proporciona um crescimento pessoal sem precedentes, por fugir à rotina e desmontar o egoísmo atávico que esteve impregnado nas sociedades que nos precederam; ao servir, o maior beneficiado é quem serve com inteligência. E servir com inteligência é muito mais do que dar o peixe ou ensinar a pescar; é ensinar a pensar, a resolver problemas próprios e coletivos, a trabalhar em conjunto, a construir o futuro. Servir ainda é uma coisa rara nesta sociedade em que se busca sempre a vantagem pessoal ou se teatraliza uma generosidade e um desprendimento que não existem. E não há que se criar um dia da semana para assumir o papel de voluntário; deve ser um papel permanente, principal. Será necessário criar o pensamento de servir e querê-lo do fundo do coração, pois servir aos outros é a melhor maneira de servir a si mesmo.
Já se entende que a educação é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável. E que ela não deve ser restrita aos bancos escolares, senão alcançar o ambiente familiar e o do trabalho. Deve ser muito mais do que informação, senão percepção, entendimento e compreensão da vida humana em suas relações pessoais e com a natureza. O contexto social que cada indivíduo compõe deve ser por ele entendido, bem como suas obrigações e responsabilidades.
A empresa socialmente responsável tem o dever de proporcionar o debate e a participação do trabalhador no ambiente de trabalho buscando soluções sustentáveis para o desenvolvimento pessoal e social, pois as deficiências do sistema educacional do Estado são tão grandes que serão necessárias muitas décadas para que uma revolução educacional possa trazer algum resultado palpável por esta via.
Nagib Anderáos Neto
www.nagibanderaos.com.br
nagib@sobloco.com.br
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Rio de Janeiro e meio ambiente

Vista do Rio de Janeiro acima do Corcovado, onde o WWF ergueu uma gigantesca torneira de água no Dia Mundial do Meio Ambiente em 2005. Em 1993, o Rio foi o anfitrião da Reunião de Cúpula da Terra da ONU, marco que ajudou a introduzir o problema do aquecimento global na pauta internacional. Foi nessa conferência que mais de cem nações concordaram com a Convenção Estrutural sobre Mudança Climática da ONU (UNFCCC), um tratado que visa reduzir as emissões de gases estufa. (Fotografia: Reuters)
sexta-feira, 10 de julho de 2009
USINA VERDE
UFRJ ON LINE - 25/05/2006 - Usina Verde: empreendimento econômico e ecológico |
Parque Tecnologico USINA VERDE: EMPREENDIMENTO ECONÔMICO E ECOLÓGICO
O projeto trabalha com a incineração de lixo urbano e é considerado uma tecnologia limpa, pois destrói termicamente os gases poluentes produzidos no processo, liberando na atmosfera, sem causar danos ambientais, apenas vapor de água e CO2. Em funcionamento desde 2004, a usina, que fica na Ilha do Fundão, próxima ao Hospital Universitário, recebe diariamente 30 toneladas de resíduos sólidos, já pré-tratados, provenientes do aterro sanitário da Comlurb, no Caju. Na unidade, os resíduos passíveis de reutilização ou de reciclagem são retirados; o restante é incinerado. Os gases ácidos resultantes da incineração do lixo são lavados com água alcalinizada. Ocorre então uma reação química que transforma essas substâncias em sais minerais e água. Geração de Energia Além de ser ecologicamente correta, a usina apresenta também uma faceta econômica, pois cerca de 90% do peso do lixo é transformado em energia. Graças a uma caldeira de recuperação de calor instalada no forno do projeto, o calor da incineração dos gases de combustão é aproveitado para gerar energia elétrica, suficiente para abastecer 2300 residências, com um consumo médio de 200 kW/ mês. A Coppe quer aumentar a eficiência dessa produção. De acordo com Luciano Basto, pesquisador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG) e coordenador do projeto Usina Verde na Coppe, existe a possibilidade de triplicar a quantidade de energia produzida sem alterar os níveis de lixo incinerado. “A usina vai continuar recebendo 30 toneladas por dia, mas em vez de produzir 700 kW, poderá gerar 2 megawatts”, assegura. O centro tecnológico não tem fins lucrativos, mas pretende vender a tecnologia. O módulo comercial da usina teria capacidade para receber 150 toneladas diárias de resíduos, quantidade produzida por uma cidade pequena, com média de 180 mil habitantes. Isso geraria energia suficiente para 7500 residências. “Cerca de 20% da população dessa cidade poderia ser abastecida pelo seu próprio lixo”, explica João Henrique Paes Leme, engenheiro químico e diretor do projeto. O custo inicial para implantação de uma usina desse porte é avaliado em torno de 23 milhões de reais. Pode parecer alto, mas vale lembrar que a importação dessa mesma tecnologia demandará da empresa interessada um investimento de cerca de 23 milhões de dólares. Os créditos de carbono O crédito de carbono é um dos mecanismos de flexibilidade permitidos pelo Tratado de Kyoto, acordo assinado pelas principais nações poluidoras, em 1997, no Japão. Esse sistema possibilita que os países do Norte cumpram as exigências de redução de emissões de gases poluentes fora de seu território. A Usina Verde pode se tornar o 83º projeto brasileiro a receber créditos de carbono. Isso porque, além de não liberar metano, gás danoso ao meio ambiente, ela usa resíduos sólidos em substituição ao combustível fóssil, como o petróleo, para produzir energia. A implantação dessa usina prevê também uma favorável mudança na logística do lixo. Os caminhões vão trafegar menos, utilizando menos diesel, o que diminuirá as remessas de poluentes no ar. A questão do lixo O lixo é hoje um problema que afeta grande parte das cidades brasileiras. O seu armazenamento em aterros sanitários provoca fortes impactos ambientais. Os lixões, como são vulgarmente conhecidos locais de depósito de resíduos sem adequado tratamento, geram decomposição da matéria orgânica, liberando CO2 e metano na atmosfera e poluindo o solo e os lençóis freáticos. Projetos como a Usina Verde e a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Nova Iguaçu ajudam a pensar novas formas de tratamento dos resíduos urbanos. A CTR, parceira do Laboratório de Estudos de Poluição do Ar (Lepa) do Departamento de Meteorologia da UFRJ, foi a primeira usina a receber o certificado de crédito de carbono no mundo. A central possui um aterro controlado, com o piso impermeabilizado, o que evita a contaminação do solo. Ela recebe todo o lixo do município e, apesar de realizar um processo de tratamento diferente do utilizado pela Usina Verde, também produz energia a partir dos detritos. Luciano Basto acredita que a universidade, como centro de excelência, tem o dever de pensar novas tecnologias e soluções para os problemas do país. “O fato de termos chegado a um nível de eficiência na geração de energia pelo tratamento de resíduos é apenas o primeiro passo. A busca pela qualidade total é o nosso grande incentivo”, enfatiza. |