quarta-feira, 30 de maio de 2012

Trabalhos sobre a Rio+20

Hoje os alunos começaram a apresentar seus trabalhos sobre a Rio+20.As turmas 3001 e 3002 já trouxeram algumas pesquisas.

A aluna Paloma do Nascimento Antunes (T.3001)afirmou, em sua conclusão:

" O mundo está pedindo socorro a cada dia, e as pessoas não se preocupam com o futuro, só pensam em si mesmas e em bens materiais... a Rio+20 está aí pra ajudar com implantações de novas leis e cuidados com o nosso planeta; temos que cuidar desse mundo belo que esconde lindos lugares em seu extenso território, só assim poderemos ter uma vida melhor..."

O que é a Cúpula dos Povos


A Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental é um evento organizado pela sociedade civil global que acontecerá entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro – paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), a Rio+20.



Por quê?

Rio+20 oficial marca os vinte anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92 ou Eco 92). Nestas duas décadas, a falta de ações para superar a injustiça social ambiental tem frustrado expectativas e desacreditado a ONU. A pauta prevista para a Rio+20 oficial – a chamada “economia verde” e a institucionalidade global – é considerada por nós como insatisfatória para lidar com a crise do planeta, causada pelos modelos de produção e consumo capitalistas.



Para enfrentar os desafios dessa crise sistêmica, a Cúpula dos Povos não será apenas um grande evento. Ela faz parte de um processo de acúmulos históricos e convergências das lutas locais, regionais e globais, que tem como marco político a luta anticapitalista, classista, antirracista, antipatriarcal e anti-homofóbica.



Queremos, assim, transformar o momento da Rio+20 numa oportunidade para tratar dos graves problemas enfrentados pela humanidade e demonstrar a força política dos povos organizados. “Venha reinventar o mundo” é o nosso chamado e o nosso convite à participação para as organizações e movimentos sociais do Brasil e do mundo. A convocatória global para a Cúpula será realizada durante o Fórum Social Temático (www.fstematico2012.org.br), em 28 de janeiro, em Porto Alegre (RS). O Fórum deste ano é, aliás, preparatório para a Cúpula.



Como?

O Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20 (CFSC) está preparando o desenho da Cúpula dos Povos e do território que ocuparemos no Aterro do Flamengo. O espaço será organizado em grupos de discussão autogestionados, na Assembleia Permanente dos Povos e num espaço para organizações e movimentos sociais exporem, praticarem e dialogarem com a sociedade sobre suas experiências e projetos, chamado de Territórios do Futuro. As ações da Cúpula estarão todas interligadas. Clique aqui para ver a programação.



A ideia é que a Assembleia Permanente dos Povos – o principal fórum político da Cúpula, se organize em torno de três eixos e debata as causas estruturais da atual crise civilizatória, sem fragmentá-la em crises específicas – energética, financeira, ambiental, alimentar. Com isso, esperamos afirmar paradigmas novos e alternativos construídos pelos povos e apontar a agenda política para o próximo período.



Os três eixos são: denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital, soluções e novos paradigmas dos povos e estimular organizações e movimentos sociais a articular processos de luta anticapitalista pós-Rio+20. Para entender melhor como eles organizam as atividades da Cúpula, clique aqui.



Quando?

Por isso, o território da Cúpula dos Povos será organizado de forma livre da presença corporativa e com base na economia solidária, agroecologia, em culturas digitais, ações de comunidades indígenas e quilombolas. Esse encontro da cidadania, que também contará com atrações culturais, ficará aberto até o fim da Cúpula, no dia 23.



Os dias 5 e 20 de junho serão de mobilização global


http://cupuladospovos.org.br/o-que-e/

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Rio+20 Segundo Brice Lalonde

Segundo Brice Lalonde, a Rio+20 é uma oportunidade para considerar o futuro que queremos

A Conferência será realizada no Rio de Janeiro, Brasil, em junho de 2012, vinte anos após a Cúpula da Terra no Rio em 1992.
"A Rio +20 diz respeito aos próximos 20 anos e não apenas os 20 anos que se passaram entre agora e 1992. Precisamos fazer periodicamente um balanço para ver se alcançamos os objetivos determinados pelos nossos chefes de estado, se é necessário revê-los ou criar novos e ver se a solidariedade coletiva e as Nações Unidas continuam a trabalhar bem, além de analisar se o países nesses tempos de crise não estão caindo no perigoso “cada um por si” ", disse Lalonde.
Nessa conferência, os líderes mundiais, os milhares de participantes do setor privado e as ONGs se reunirão para determinar como reduzir a pobreza, como promover a justiça social e como proteger o meio ambiente ao mesmo tempo em que o planeta está se tornando cada vez mais povoado.
"O conceito de sustentabilidade foi publicado em 1987, ou seja, alguns anos antes da Cúpula da Terra no Rio em 1992 pela Comissão das Nações Unidas liderada pelo Dr. Brundtland", lembrou o Sr. Lalonde. "A economia verde é um capítulo do desenvolvimento sustentável, aquele que diz respeito à relação entre economia e ecologia. Precisamos que o desenvolvimento econômico não seja alcançado à custa da natureza, porque os pobres são os que mais dependem da natureza. "
“Os pescadores precisam de peixe e os agricultores precisam de terra fértil”, disse Lalonde. “A natureza é, portanto, um capital, assim como máquinas, fábricas ou o capital financeiro. O capital natural deve ser mantido uma vez que é uma infra-estrutura econômica”.
"Na Rio+20, esperamos cinco a seis resultados diferentes. Espera-se que a declaração, de acordo com a resolução da ONU que criou a conferência, seja um texto concentrado e político. Haverá dois textos: a declaração política e o programa de ação nos anexos ", disse Lalonde.
Para o coordenador da conferência, esta é uma oportunidade histórica para desenvolver idéias que podem trazer um futuro sustentável - um futuro com mais postos de trabalho com fontes de energia limpa, com maior segurança e com um padrão de vida decente para todos. "A Rio +20 será um dos encontros mundiais mais importantes do nosso tempo para o desenvolvimento sustentável ", disse ele.

Da Rio+20

O que é a Rio+20?

Nesta edição especial sobre "desenvolvimento sustentável" vamos tentar esclarecer sobre os objetivos e expectativas da Rio+20, tendo em vista que as negociações para o documento final da Conferência Rio+20 já estão sendo realizadas.
Vinte anos após a Cúpula da Terra, realizada no Rio em 1992, a Rio+ 20 será mais uma oportunidade de refletir sobre o futuro que queremos para o mundo nos próximos vinte anos.
Nessa conferência, líderes mundiais, milhares de participantes do setor privado, ONGs e outros grupos se reunirão para determinar como é possível reduzir a pobreza, promover a justiça social e a proteção do meio ambiente em um planeta que é cada vez mais habitado.
Segundo Brice Lalonde, esta é uma oportunidade histórica para desenvolver idéias que possam promover um futuro sustentável - um futuro com mais postos de trabalho, com fontes de energia limpa, com mais segurança e com um padrão de vida decente para todos. "O Rio+20 é um dos maiores encontros mundiais sobre o desenvolvimento sustentável do nosso tempo", disse Brice.
(Entrevista: Brice Lalonde, Coordenador Executivo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Entrevista por Maha Fayek)

Cúpula dos Povos (Glossário para a Rio+20)


Glossário

Alguns termos e siglas que você lerá com frequência por aqui:
Rio+20: nome alternativo para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD, na sigla em inglês). Será realizada 20 anos depois da ECO-92, conferência pioneira da Organização das Nações Unidas sobre meio ambiente, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
UNCSD: sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20.
CFSC: Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20, grupo responsável pela organização da Cúpula dos Povos.
GA: Grupo de Articulação, formado por redes e organizações de alcance nacional e internacional capilar, que coordena o CFSC.
GT Rio: Grupo de Trabalho do Rio de Janeiro do CFSC, responsável pela realização de atividades e de encontros preparatórios da Cúpula dos Povos na cidade que será sede do evento.
Comitês estaduais: Grupos organizados em diversos estados do Brasil que se organizam periodicamente para planejar atividades e discussões a serem realizadas durante a Cúpula dos Povos.
COP: Conferência das Partes, órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês). A COP reúne-se anualmente desde 1955, em Berlim.
UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que estabelece um quadro geral de países que reconhecem as mudanças climáticas e seus efeitos adversos como uma preocupação comum da humanidade.
G20: Grupo dos 20, fórum formado por ministérios financeiros e bancos centrais de 19 países e da União Europeia. Foi criado em 1999 em resposta à crise financeira do final dos anos 1990 e a um crescente reconhecimento de que mercados emergentes de determinados países não estavam incluídos no centro das discussões sobre governança e economia global.
G77: Grupo dos 77, a maior organização intergovernamental da ONU que promove articulação entre os países do “sul” e seus interesses econômicos coletivos nas questões mais importantes dentro do sistema da ONU, além de promover cooperação sul-sul para o desenvolvimento. Hoje, o grupo tem 131 membros, mas seu nome original foi mantido.
Major Groups: Identificados na Agenda 21 da Rio 92, são mulheres, crianças e jovens, indígenas, organizações não-governamentais, autoridades locais, trabalhadores e sindicatos, negócios e indústria, comunidade científica e tecnológica e fazendeiros.
LDC: Least Developed Country, termo da ONU para designar países com menores taxas de desenvolvimento.
REDD: Sigla em inglês para “Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal”, conceito da ONU referente ao mecanismo de remuneração dos países que reduzem suas emissões de gases estufa por diminuição do desmatamento e da degradação ambiental. O REDD+ é uma ampliação do conceito original que inclui também atividades de conservação, manejo sustentável das florestas e aumento de seus estoques em países em desenvolvimento.
SDG: Sigla em inglês para “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, proposta de medição de ações de desenvolvimento sustentável que deverá fazer parte das discussões na Rio+20.
FSM: Fórum Social Mundial, espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil. É realizado a cada dois anos.
FST: Fórum Social Temático. De caráter internacional como o FSM, mas com o objetivo de aprofundar debates em determinadas regiões e/ou discutir questões específicas consideradas prioritárias pelo Conselho Internacional do FSM

Documento da Rio+20 revelado pela Cúpula dos Povos


Rio+Leaks: veja nova versão do documento que será negociado na Rio+20 oficial, não divulgado pela ONU

A Cúpula dos Povos divulga em primeira mão a mais recente versão do documento que servirá de base para as discussões na Rio+20 oficial (o ‘rascunho zero’), distribuída apenas para os grupos negociadores das Nações Unidas – Estados-membros, organizações intergovernamentais e Major Groups. No espírito Wikileaks, esta divulgação de um documento mantido fora do alcance do público pela ONU é apenas a primeira da série que chamamos de Rio+Leaks.
As Nações Unidas publicaram na íntegra apenas a primeira versão do documento. O motivo? Não sabemos. Mas a Cúpula considera que todas as versões do ‘rascunho zero’ – intitulado O futuro que queremos – são de interesse público e ajudam a entender os jogos de poder e os interesses que circulam nos debates a portas fechadas na sede da ONU, em Nova York.
Neste documento, formulado após uma rodada de negociações informais realizada no início de maio, as 80 páginas revelam uma “linguagem mais amena que as outras versões do ‘rascunho zero’”, segundo a antropóloga Iara Pietricovsky, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20. Como nas outras duas versões do documentos que analisamos aqui, Iara apontou alguns aspectos importantes – explícitos e implícitos –  do texto.
Consensos vagos
Nesta versão mais recente do ‘rascunho zero’, alguns parágrafos terminam com a frase “concordado ad ref“. Significa que aqueles pontos e temas estão o mais próximo possível de um consenso geral, que será acordado durante a Rio+20. No entanto, são justamente esses parágrafos os mais vagos, avalia Iara. “Os pontos de maior consenso sempre são expressos por palavras como ‘reafirmamos’, ‘reconhecemos’, ‘convidamos’, ‘sublinhamos’, ‘enfatizamos’ etc. Qualquer um que ler esses pontos vai concordar: ninguém se sente ameaçado”, opina.
Os pilares são três, o foco é um
A ideia dos três pilares do desenvolvimento sustentável – econômico, social e ambiental – permanece central nesta nova versão de O futuro que queremos. Estranhamente, no entanto, apenas o pilar ambiental tem retranca própria no texto. “A ausência de capítulos referentes aos pilares social e econômico acentua o meio ambiente e ameniza a importância das outras dimensões”, critica Iara. “Assim, o escopo da conferência fica reduzido, e também a ligação entre os três pilares.
Um exemplo da valorização do pilar ambiental em detrimento dos outros dois é a ideia de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) como órgão fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável. “Deveria haver uma retranca para o pilar econômico e outra para o pilar social, também indispensáveis”, pondera a antropóloga.
Mulheres e direito à água
Embora o texto do documento atual ainda entenda corporações privadas e movimentos sociais como elementos de igual peso no escopo da sociedade civil, alguns movimentos sociais conseguiram incorporar suas reivindicações: as mulheres, os movimentos de direito à água e, em parte, os sindicados.
As mulheres são mencionadas diversas vezes ao longo do texto como detentoras de um “papel fundamental para desempenhar rumo ao desenvolvimento sustentável”. O direito à água também é um dos únicos a ser reafirmados, segundo Iara. “A forte menção às mulheres e ao direito à água são vitórias desses grupos sociais nas negociações dentro da ONU”, explica. “Ainda assim, no caso da água, o texto abre espaço para o setor privado.”
Metas de desenvolvimento sustentável
Como esperado, as Metas de Desenvolvimento Sustentável (SDGs, na sigla em inglês) foram apresentadas no documento, embora sem menção ao modo como elas deverão ser implementadas. “Nenhum SDG é mandatório: há apenas propostas, sugestões e ideias que ficarão a cargo dos países implementar ou não”, critica Iara.
Para ler a nova versão do documento O futuro que queremos, publicada (mas não divulgada) na última terça (22/5), clique aqui (pdf em inglês).

Programação da Cúpula dos Povos (Na Rio+20)


Programação


Entenda o encadeamento da programação da Cúpula dos Povos
No que se refere às atividades de discussão e debates, a programação encadeia três tipos de atividades:
As Atividades autogestionadas de articulação deverão realizar discussões, promover reflexões e fazer propostas que serão reunidas nas plenárias de convergências.
As Plenárias de Convergências, por sua vez, reunirão propostas em grandes grupos temáticos:
Plenária 1 – Direitos, por Justiça Social e Ambiental
Plenária 2 – Defesa dos Bens Comuns Contra a Mercantilização
Plenária 3 –  Soberania Alimentar
Plenária 4 – Energia e Indústrias Extrativas
Plenária  5 – Trabalho: Por uma Outra Economia e Novos Paradigmas de Sociedade
(os nomes ainda poderão ser ajustados)
As Plenárias de Convergência devem acumular debates para a Assembleia dos Povos, espaço central da Cúpula onde serão definidas as lutas, ações e práticas para o período seguinte à Rio+20.
  1. Como consta na grade de programação do evento, a Assembleia dos Povos será dividida em três eixos temáticos: Denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital;
  2. Soluções e novos paradigmas dos povos;
  3. Agendas, campanhas e mobilizações que articulam os processos da luta anticapitalista pós-Rio+20.
A programação da Cúpula é composta também por:
Territórios do Futuro
Os Territórios do Futuro são espaços onde demonstraremos soluções para as diversas crises globais a partir dos povos do planeta.
Neles, reuniremos experiências demonstrativas, práticas, espaços de troca de saberes e educação popular que mostrem aos participantes da Cúpula e à sociedade caminhos para a construção de um planeta com justiça social e ambiental.
Os Territórios incluem o Aterro do Flamengo e outros locais na cidade do Rio de Janeiro.
Para entender como foi elaborada a programação e saber detalhes sobre o encadeamento de atividades, consulte o documento de metodologia.
Para entender os três eixos que norteiam a Cúpula clique aqui.

Da Cúpula dos Povos (Rio+20, ONU e Corporações)


“Nós queremos uma ONU para os povos e não para as corporações”

Coletiva da Cúpula dos Povos para a imprensa internacional, no Sindicato de Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Foto: Adriana Medeiros)
A coletiva que a Cúpula dos Povos promoveu hoje no Sindicato Dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro reuniu jornalistas dos mais importantes veículos de comunicação das Américas e da Europa. Durante o encontro, foram discutidos os principais assuntos que entrarão na pauta de discussões no evento que vai acontecer em menos de um mês no Rio de Janeiro.
Quem esteve à frente foram Marcelo Durão e Fátima Mello, integrantes do Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos. Num primeiro momento, foi feito um apanhado geral do evento e de algumas bandeiras que a entidade levanta – direito à terra e à cidade, descentralização da natureza, consumo consciente, desenvolvimento sustentável – e posteriormente, a mesa foi aberta para perguntas.
O que realmente preocupa
Marcelo Durão explicou que uma das maiores expectativas que a Cúpula tem é que a Rio+20 seja capaz de reduzir, efetivamente, o poder das corporações nas decisões e que os interesses da iniciativa privada não prevaleçam mediante às negociações sobre questões sociais e do meio ambiente. Durão atenta para o fato de que esses debates devem ser permanentes e que é algo que já vem sendo reiterado há um certo tempo. “Esse é um processo que não se inicia, nem acaba aqui”, alerta.
Fátima Mello diz que hoje há uma “captura corporativa do sistema ONU”. E explica que “as corporações têm avançado sobre convenções, regimes internacionais, que ao nosso ver deveriam estar direcionada aos povos. Nós queremos uma ONU para os povos e não para as corporações. Nós queremos a democratização efetiva do sistema internacional”.
Fátima deixou claro que a Rio+20 deveria, de fato, reconhecer certos atores que não reconhece na prática. Para ela, é necessário que haja uma democratização dos organismos internacionais. Um dos temas que foi dado como exemplo foi o fato de que não dá para discutir a questão da segurança alimentar sem ter os atores diretos presentes e inseridos dentro das discussões para que eles sejam capazes de expor seus pontos de vista e requerer o direito à terra.
Há que se pensar na necessidade de um modelo de desenvolvimento que atenda e leve em consideração os povos, mas não é o que se vê na discussão oficial. E é aí que entra a Cúpula dos Povos, que pretende dar voz e vez aos que não as têm. É com a força que a Cúpula ganhou ao longo dos anos que se tem tentado levar à mesa de discussão os atores e as comunidades afetadas, levar àquelas pessoas que estão diretamente ligadas às zonas de conflito, às zonas ameaçadas. Na opinião de Marcelo Durão o que ocorre é uma inversão. “A voz e a vez são sempre das corporações porque a pauta é sempre econômica.”, explica.
Fátima Mello e Marcelo Durão respondem às perguntas dos jornalistas durante coletiva (Foto: Adriana Medeiros)
Por dentro da Cúpula
A Cúpula dos Povos recebeu quase 23 mil inscritos, mas que devido à questões de acomodação e segurança, houve a necessidade de se fazer uma triagem e selecionar apenas 15 mil pessoas, que virão de várias partes do mundo, em especial das Américas, Europa e norte da África. Sem falar no cadastro de pessoas físicas, que ainda será aberto.
Ao final da coletiva, falou-se um pouco de como se dará a organização no encontro. Ao todo, foram mil e cem atividades autogestionadas inscritas pelos participantes. Houve um enxugamento, devido à razões de tempo e espaço. Essas atividades foram propostas pelos próprios participantes, elas seguirão para as plenárias e posteriormente para as assembleias. Outra atividade interessante que terá na Cúpula são os “Territórios do Futuro”. Lá serão apresentadas práticas, soluções, experiências que mostram o que a sociedade civil quer para o mundo e para os povos.

http://cupuladospovos.org.br/2012/05/nos-queremos-uma-onu-para-os-povos-e-nao-para-as-corporacoes/

terça-feira, 8 de maio de 2012

Vem aí a Rio+20

Agora estamos todos de olho na Rio+20. Vocês sabem o que será? Quando será? Onde será? Quem participará e do que tratará? Procure saber, pois falaremos muito desse evento aqui no blog e em todo o Brasil. As turmas do 3º ano do Ensino Médio irão pesquisar e apresentar ao final de maio os seus trabalhos, portanto para eles e todos nós: "mãos à obra!" Comece pesquisando por aqui. Em nosso blog já existem algumas postagens. Lá em cima, no espaço da pesquisa, onde tem a lupinha digite Rio+20 e já encontrará algum material.