quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Agenda Ambiental: Como fazer

Agenda ambiental é um plano de desenvolvimento e interação que diagnostica e propõe soluções para uma população reduzir os impactos negativos que suas intervenções causam sobre o meio-ambiente.


Agenda Ambiental

A conservação do meio-ambiente e o desenvolvimento sustentável são temas cada vez mais frequentes, e uma das consequências comuns sentidas por organizações e coletividades é a expectativa crescente – por parte dos clientes, dos parceiros, do poder público ou de outros interessados – do desenvolvimento e execução de uma Agenda Ambiental, conceito alinhado ao da célebre Agenda 21 proposta (com escopo mais amplo) na conferência Eco 92, mas que pode ser implementado em variados âmbitos: a agenda ambiental de um país, de uma empresa, de um município, de uma escola, de um órgão público, de uma família, etc.

A efetividade das agendas ambientais existentes pode ser debatida a partir do seu conteúdo, ou mesmo dos resultados realmente alcançados por elas. Mas mesmo quando a redução dos impactos ambientais negativos é de pequena monta, é frequentemente empregado o argumento de que o próprio processo de construção e divulgação da agenda ambiental de um grupo ou organização contribui para a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e tem efeitos secundários positivos.

Mas debater a efetividade das agendas ambientais está fora do nosso escopo de hoje, pois a intenção deste artigo é bem mais modesta: apresentar um modelo simplificado de como fazer agenda ambiental, para você empregar na sua organização ou coletividade – preferencialmente com o apoio de uma consultoria versada em ISO 14000 ou de alguma organização voltada à promoção da sustentabilidade.

Elementos básicos de uma Agenda Ambiental

Alguns elementos precisam estar presentes e bem definidos para que possa ser construída uma Agenda Ambiental. Entre os essenciais sob o ponto de vista do processo, incluímos:

  1. A coordenação: é indispensável definir objetivamente quem responde pela criação da Agenda Ambiental, pela sua execução e pela avaliação e apresentação dos resultados. Pode ser uma pessoa, um departamento, um grupo de trabalho, ou o que fizer mais sentido na sua organização. Com sorte, serão voluntários e profundamente comprometidos com o tema, e a atribuição de responsabilidade será apenas uma formalidade. Em qualquer caso é desejável que o grupo responsável pelo planejamento e execução seja multidisciplinar, com a presença de especialistas nas diversas áreas de conhecimento usualmente necessárias: biólogos, educadores, comunicadores, engenheiros, gestores, etc. Este grupo tem que ter clareza sobre quais os recursos à sua disposição, o horizonte temporal e outras variáveis que servirão como parâmetros para suas ações e para o produto gerado.
  2. O público: é necessário identificar quem é o público atingido pela agenda, bem como o público interessado. A participação do primeiro é crucial para o sucesso não apenas da construção da agenda, mas também para a sua execução; já o segundo precisa ser bem conhecido, pois muitas das ações da agenda serão dirigidas a ele, ou irão considerá-lo como co-partícipe ou envolvido na implementação.

  3. O escopo territorial: uma agenda ambiental tem um âmbito de atuação, idealmente sob controle ou jurisdição da organização proponente do projeto. Os limites deste escopo precisam ser definidos com clareza – por exemplo, se for a agenda ambiental de uma escola, é preciso saber se seus efeitos pretendidos se restringem ao que ocorre no ambiente escolar propriamente dito, ou se expandem até as casas dos alunos e professores, ou mesmo à comunidade no seu entorno.
  4. O horizonte temporal: a agenda ambiental deve ser ajustada periodicamente, mas usualmente é produzida com um “prazo de validade” explícito, ao final do qual é necessário repetir o processo, com novo diagnóstico completo, pois os ajustes pontuais deixarão de ser eficazes para manter suas relevância.

Os produtos de uma Agenda Ambiental

O processo de construção de uma agenda ambiental é rico em vantagens possivelmente difíceis de confirmar ou mensurar, como a conscientização produzida nos envolvidos e atingidos, as mudanças em processos inspiradas pelo próprio processo de avaliação, o conhecimento produzido ou transferido, etc.


Em nossas mãos

Mas há 2 produtos principais que podem se constituir em entregas reais e possuem maior potencial de serem percebidos como “resultado” do processo construtivo do plano, ainda que o resultado real seja o efeito que eles ainda deverão produzir. São eles:

  1. diagnóstico: o levantamento objetivo da situação existente quanto aos impactos (sócio-)ambientais das atividades praticadas, identificando e classificando problemas e até mesmo elencando (sem detalhamento) alternativas de soluções possíveis, quando couber.
  2. plano de ação: o detalhamento das soluções aprovadas para as situações identificadas no diagnóstico, listando os projetos e atividades que serão iniciados em resposta a elas para corrigir, prevenir ou mitigar impactos ambientais negativos.

Como elaborar sua agenda ambiental: plano simplificado

O processo de elaboração deve ser adequado às práticas de sua organização, e às limitações de recursos, prazo e outras que estiverem em vigor, e que devem ser consideradas pelos responsáveis no momento de planejar suas atividades e delimitar o que será produzido.

Como referência, os 9 passos e a ordem abaixo indicam um modelo básico com base no que foi praticado no Ministério do Meio Ambiente:

  1. Comunicação e sensibilização: a direção da organização proponente do processo de construção da agenda ambiental deve comunicar, pelos meios usuais e adequados a cada público (interno e externo), a decisão de implementá-la. O plano deve considerar a realização preliminar (antes dos demais passos que necessitem de participação do público) de iniciativas de capacitação, sensibilização e conscientização que forem necessárias e interessantes no contexto. Depois que a construção da agenda ambiental tiver sido iniciada, e mesmo após a sua ativação, é usual que o plano de comunicações inclua participação em eventos que congreguem outras organizações passando pelo mesmo processo, para que possam trocar experiências e aperfeiçoar seus processos;
  2. Definição da equipe: é a instalação formal do grupo de trabalho, ou a atribuição formal da responsabilidade a um departamento ou órgão. Idealmente a composição da equipe deve ser representativa dos diversos segmentos da coletividade abrangida pela agenda.
  3. Delimitação do âmbito de atuação: é a definição formal do escopo territorial e do horizonte temporal já aludidos acima. Por exemplo, uma empresa pode optar por uma agenda que se limite a tratar interações que ocorrem dentro de suas próprias instalações, mas também pode estender seu escopo para incluir as comunidades no seu entorno, as residências dos colaboradores, as influências sobre as atividades dos seus fornecedores, as consequências do uso de seus produtos pelos clientes, etc.
  4. Identificação dos públicos: só pode ser feita após a conclusão do passo acima, pois define quem são as pessoas direta ou indiretamente envolvidas nas ações que serão objeto do plano.

    Diagnóstico

  5. Diagnóstico: é um dos principais produtos do processo, e é um documento amplo, que descreve detalhadamente os terrenos e instalações da organização (prédios, móveis, veículos, equipamentos, etc.), sua população, as plantas e animais presentes e ao redor, características do ar, da rede de esgoto e outros efluentes, do uso de energia elétrica e combustíveis, água, matérias-primas e outros consumíveis, acessos, produção sonora, impacto visual, geração de tráfego e outros elementos relevantes a uma análise de impacto ambiental, já identificando e classificando aspectos negativos.
  6. Levantamento de propostas: é a consequência propositiva do diagnóstico, elencando (com pouco detalhamento) propostas de potenciais soluções ou ações de redução de dano ambiental.
  7. Criação do plano de ação: a partir das propostas levantadas, selecionar as que serão colocadas em prática, detalhando-as na forma de um Plano de Gestão Ambiental. Aqui não deve haver espaço para definições vagas: cada ação deve ser acompanhada de um descritivo de como deverá ser executada, parâmetros de avaliação, prazos, responsáveis, metas de curto, médio e longo prazo, meios e recursos. Uma vez publicado, começa a execução, por parte dos responsáveis indicados.
  8. Acompanhamento e avaliação: é o núcleo da atividade de gestão do plano de ação. Deve haver um plano (e suporte informatizado, se for o caso) para coleta e análise dos dados sobre a execução, permitindo o monitoramento e a verificação da efetiva execução (e dos resultados) das ações previstas. Por sua própria natureza esta atividade compete à direção da organização proponente da agenda (que usualmente a delega a uma Comissão de Acompanhamento com as mesmas características representativas da equipe que produziu o plano), e inclui a verificação do atingimento das metas e até mesmo a execução de ajustes delas.
  9. Revisão anual: não há necessidade de repetir todo o diagnóstico e o levantamento de soluções anualmente, mas é importante reunir todos os envolvidos (no sentido amplo) em um evento anual de avaliação, divulgando resultados, apresentando pendências e ajustando metas (ou mesmo procedimentos) para o ano seguinte.

Focos iniciais comuns

As versões iniciais de agendas ambientais frequentemente usam uma abordagem ampla das interações sócio-ambientais no âmbito das organizações a que se referem, sem deixar de lado também a atenção a medidas cuja efetividade é percebida mais pelos ganhos em conscientização.

Um foco inicial bastante comum (que serve igualmente a indústria, comércio e serviços, públicos e privados) é a simples eliminação ou redução do desperdício de recursos como: matérias-primas, insumos, material descartável, combustível, energia elétrica, água, calefação, refrigeração, conectividade, material de escritório e similares.

O tratamento de “lixo” também é um foco inicial comum, com iniciativas de reuso e reciclagem, coleta seletiva, etc.

Em indústrias, principalmente, mas também onde haja frotas e outras fontes comuns de poluição visível, o tratamento de esgotos, outros efluentes, fumaça, poluição sonora, visual, eletromagnética e eletrônica também precisa estar em destaque desde a primeira versão do plano. Uma alternativa que tem se tornado comum (e cuja efetividade desconheço) é o plantio de árvores para compensar a emissão de gases poluentes.

O bom uso da água, especialmente nos grandes centros urbanos, é uma preocupação constante, e frequentemente é tratado à parte da redução do desperdício dos demais recursos, especialmente por haver grandes oportunidades de ganho neste quesito, com ações simples (mas nem sempre fáceis) como a adoção de descargas inteligentes, torneiras temporizadas, eliminação de vazamentos, reaproveitamento de água servida, estações de tratamento de efluentes, etc.

As ações de conscientização também costumam receber bastante atenção nas versões iniciais dos planos, com iniciativas como palestras, concursos diversos, exposições de arte feita com materiais reciclados, publicações, etc.

Iniciativas diversas e voltadas a temas correlatos, tais como a medicina do trabalho, a saúde mental, o tráfego urbano, o reflorestamento de encostas, a limpeza de rios e áreas costeiras, a prevenção de inundações, as hortas domésticas e muitos outros também tem sido incluídas frequentemente em agendas ambientais.

Exemplos de agendas ambientais

Alguns links para exemplos e mais informações:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PT: Qual a Grande Transformação? Leonardo Boff

Leonardo Boff
Teólogo
PT: Qual a Grande Transformação?

Não sou membro do PT mas um cidadão que se interessa pelos destinos do nosso pais, nos últimos sete anos moldados pelo governo Lula.

A campanha eleitoral se iniciará oficialmente dentro de pouco. Há o grande risco de que predomine um espírito menor, diria quase infantil, de uma campanha plebicistária entre os feitos do governo de FHC e daquele de Lula. Seria a disputa tola entre o ontem e o anteontem ou entre o atrasado e o velho, como preferem alguns ecologistas. Pois ambos os contendores, na relação desenvolvimento e natureza, manejam o mesmo paradigma, sob severa crítica mundial, por conter o veneno que nos pode matar. Isso só serviria para distrair os eleitores dos verdadeiros problemas que o Brasil e o mundo irão enfrentar.

Uma disputa eleitoral séria, à altura da fase planetária da humanidade e da importância fundamental do Brasil dentro dela, não deveria estar voltada para o passado a ser continuado mas, sim, para o futuro a ser construido coletivamente. Quem apresenta o melhor projeto de Brasil para o nosso povo e em sua relação para com a nascente sociedade mundial? Que contribuição essencial podemos dar face aos cenários dramáticos que se desenham no horizonte?

Permito-me apresentar três sugestões para animar a discussão interna do PT. O lema do encontro nacional - A Grande Transformação - nos remete Karl Polanyi com o clássico livro do mesmo título (1944) no qual mostra como a sociedade virou uma sociedade de mercado, transformando tudo em mercadoria. Não será essa a Grande Transformação pensada pelo PT. Para que seja outra coisa, o partido deve assumir seriamente este fato irrecusável: A Terra mudou porque já estamos dentro do aquecimento global. A roda não pode mais ser parada, apenas diminuir-lhe a velocidade. Se o termômetro da Terra subir para mais de dois graus Celsius, nos próximos decênios, como previstos pelos melhores centro de pesquisa, enfrentaremos no Brasil e no mundo a tribulação da desolação. Muitos projetos já concluidos do PAC poderão ser anulados. Não incluir em todos os planejamentos este dado é mostrar falta de inteligência prática e irresponsabilidade histórica. Do contrário teremos que aceitar a maldição de nossos filhos e filhas e de nossos netos e netas.

Outro dado não menos perturbador é: a insustentabilidade do sistema-Terra. A partir de 23 de setembro de 2008 ficamos sabendo que o planeta Terra ultrapassou em 30% sua capacidade de repor os bens e serviços necessários para a vida. Estamos consumindo hoje o que precisaremos amanhã. Se quisermos universalizar o nivel de consumo das classes médias mundiais, incluidos os oitenta milhões de brasileiros, precisaríamos já agora de três Terras iguais a esta. Este modelo de crescimento, como parece subjacente ao PAC, mostra a sua inviabilidade a médio e a longo prazo. Não é que deixemos de produzir. Devemos produzir mas dentro de um outro paradigma menos depredador do sistema-Terra, com um acordo de respeito à suportabilidade de cada ecossistema e com uma ampla inclusão social, imbuidos todos de uma ética do cuidado, da responsabilidade universal e da busca do bem viver para todos.

Por fim, o PT precisa conscientizar o fato de que o Brasil é, seguramente, o pais-chave para o equilibrio do Planeta. Ele é a potência das águas, o detentor das maiores florestas, as grandes sequestradoras de dióxido de carbono e reguladoras dos climas, com imensa biodiversidade e vastas terras agricultáveis, podendo ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro, com capacidade incomparável de gerar energias alternativas e com um povo altamente criativo, que fez um ensaio civilizatório dos mais significativos, não imperialista, e com uma visão encantada do mundo que lhe permite, no meio das contradições. celebrar suas festas, torcer por seus times e dançar seus carnavais, características essas decisivas para conferir um rosto humano à mundialização em curso.

O futuro passa por nós. Não percebê-lo por ignorância ou distração é não escutar os apelos da Mãe Terra e é defraudar seus filhos e filhas, nossos irmãos e irmãs que apenas pedem singelamente viver com decência.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Menina de 15 anos comanda banda e projeto social no Pelourinho

Carnaval de Salvador
Menina de 15 anos comanda banda e projeto social no Pelourinho
Sábado, 13/02/2010 - 07:18
Salvador - Elen Silva tinha oito anos quando resolveu fundar uma bandinha para brincar o carnaval em Salvador. Juntamente com a mãe, Nilzete Silva, ela fundou a bandinha Meninos da Rocinha, que desfilou na tarde de ontem pelas ruas do Pelourinho. Atualmente com 15 anos e já sem a mãe – que morreu no fim do ano passado – Elen também comanda um projeto social que atende as crianças carentes da comunidade chamada Rocinha, no Pelourinho.

“Com quatro ou cinco anos ela já tocava o tambor de lata, sozinha. Passados alguns anos, ela fundou a banda de lata com crianças, algumas delas moradoras de rua”, afirmou Monica Silva, irmã de Elen. Para formar a banda, começaram a comprar os instrumentos aos poucos com recursos próprios e, algumas vezes, com a ajuda dos turistas que visitavam o Pelourinho.

Mesmo sem apoio e recursos, Elen dá aulas de percussão e reforço escolar para as crianças do projeto. Em troca, exige que elas frequentem a escola e não “andem fora da linha”. “A Elen é muito pulso forte e eles a obedecem”, disse Monica.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

5 anos do assassinato de Dorothy Stang

12/02/2010 - 07h52

Assassinato da missionária americana Dorothy Stang completa cinco anos

da Folha Online

Após cinco anos do assassinado da missionária americana Dorothy Stang, lembrado nesta sexta-feira, os familiares e amigos da freira ainda cobram por Justiça, denunciam que as ameaças continuam e temem novos homicídios.

Dorothy tinha 73 anos quando foi baleada com seis tiros em uma estrada de terra de Anapu, que fica a 300 quilômetros de Belém, no sudoeste do Pará.

O crime ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2005. A freira tinha origem norte-americana, mas era naturalizada brasileira. Iniciou seu ministério no Brasil na década de 60 pelo Maranhão, mas, na região do Pará, onde foi assassinada, viveu cerca de 20 anos.

12.fev.2004//Reuters
Dorothy Stang foi morta a tiros em uma estrada vicinal de Anapu (PA) em 2005
Dorothy Stang foi morta a tiros em uma estrada vicinal de Anapu (PA) em 2005

Dorothy ficou conhecida pela ativa atuação pastoral e missionária, voltada para trabalhadores rurais e para a redução de conflitos fundiários.

De acordo com a Promotoria, a morte dela foi encomendada porque a missionária defendia a criação de assentamentos para sem-terra na região, o que desagrava fazendeiros.

Réu confesso do assassinato de Dorothy, Rayfran das Neves Sales, abriu mão de seu quarto julgamento, em dezembro último. A advogada de defesa, Marilda Cantal, formulou um pedido de desistência do acusado com a justificativa de que um outro interrogatório seria muito desgastante para o caso.

Com isso, ficou mantida a pena de 27 anos, estabelecida no primeiro julgamento de Rayfran, em dezembro de 2005. A decisão permite com que a advogada entre com pedido de progressão do regime, já que o réu cumpriu mais de um sexto da pena e apresenta bom comportamento no Centro de Recuperação do Coqueiro.

Os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura também são acusados pelos crimes. Galvão, conhecido como Taradão, está em liberdade e nunca foi julgado pela acusação de ser um dos mandantes do crime. Moura, conhecido como Bida, foi preso na semana passada após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Identificados como o intermediário da ação e como o pistoleiro que acompanhou Rayfran no momento do crime, Amair Feijoli da Cunha e Clodoaldo Carlos Batista continuam cumprindo pena de 18 e 17 anos, respectivamente. Após terem cumprido três anos, passaram ao regime semiaberto.

Bida foi condenado a 30 anos de reclusão em regime fechado pelo Tribunal de Júri do Pará. Porém, como a pena foi superior a 20 anos, ele teve direito a um novo julgamento, no qual foi absolvido. Com a absolvição, o fazendeiro foi colocado em liberdade por decisão do STJ.

O Ministério Público do Pará recorreu da decisão e conseguiu anular a absolvição e uma nova decretação de prisão do fazendeiro. Foi dessa decisão que a defesa de Vitalmiro recorreu ao STJ. Ao analisar o relator recurso, o ministro-relator Arnaldo Esteves Lima concedeu liminar, mantendo a liberdade do acusado até o julgamento do mérito do habeas corpus, o que ocorreu na semana passada, quando ele voltou à cadeia.


Arte/Folha

Com informações da Efe e Agência Brasil

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

20 anos da Libertação de Mandela (Esquerda.Net)

20 anos da Libertação de Mandela


11-Feb-2010
Kamran Mojedi - Nelson Mandela - Impressions, The Printed Image - El Camino Art Gallery - Foto de Marshall Astor - Food Pornographer / FlickrEm 11 de Fevereiro de 1990, Nelson Mandela era libertado da prisão de Robben Island, onde passou 27 anos preso. O ex-presidente sul africano será homenageado no parlamento sul-africano.

Há 20 anos, Nelson Mandela deixava o centro correccional Victor Verster, para onde havia sido transferido dezoito meses antes. Quatro anos depois Mandela viria a ser eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, cargo em que permaneceria até o final de seu mandato em 1999.

Diversas homenagens foram feitas diante da entrada do centro Victor Verster, transformado nesta quinta-feira em um monumento histórico. Na chegada ao parlamento sul-africano Mandela estava acompanhado de sua esposa Graça Machel e foi protegido do público devido ao seu frágil estado físico.

Após uma caminhada que refez o caminho de Mandela quando ele deixou a prisão Victor Verster, políticos e veteranos da luta contra o apartheid se reuniram próximo a uma estátua que o representa dando seus primeiros passos de homem livre, com o punho erguido em sinal de vitória.

Eduardo Galeano e O Livro dos Abraços

“Um mar de fogueirinhas”... Assim o escritor uruguaio Eduardo Galeano descreve o mundo no primeiro capítulo de sua obra “O Livro dos abraços”. Editado pela L&PM em versão ‘pocket’, o livro é resultado das andanças de Galeano pelo mundo e seu olhar peculiar sobre a vida e a construção das cidades. Com mais de trinta títulos traduzidos em diferentes línguas e conhecido pelas suas veias abertas pela América Latina, Galeano consegue transcender e deslocar suas impressões em capítulos curtos numa linguagem poética, doce e cortante.

Como o primeiro texto chamado “O Mundo”. Curto e explosivo em sua essência, Galeano brinca com as palavras ao imaginar um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia que conseguiu subir aos céus. “Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas (...) Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras (...)”. Das fogueirinhas acesas, ele parte na tentativa de contemplar a origem desse mundo incendiário acrescentando no absurdo da poesia, pinceladas generosas de história. Como o fim da guerra civil da Espanha e os olhos de um menino, acrescidos de seu sentimento de homem político, artista e exilado na década de 70.

Um dos textos bonitos do livro, além de tantos outros, é um chamado “A fundação da Arte/1”, quando Diego não conhecia o mar e seu pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse a imensidão. Viajaram para o sul. Quando o menino viu o mar, sentiu algo mais forte que ele que ficou mudo de tanta beleza. “E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar”.

São muitos capítulos preenchidos por esses textos curtos que aliviam o espírito a cada lance de olhar. Nesse ir e vir de palavras, pensamentos e sensações, o escritor dispara sobre a realidade e o inusitado, unindo sonhos a críticas severas em relação ao sistema capitalista e a forma como o mundo está sendo construído. O interesse de Galeano é mais do que nunca a memória, unindo a sua e a memória coletiva, da América, num só corpo. O interessante do livro é que pode ser lido de qualquer parte. Não existe uma linearidade, o que torna a leitura deliciosa. No mais, é um livro delicado e afiado como a própria vida e desperta desejos, inquietações, dores e principalmente aquece o sentimento de esperança de uma América castigada por ditaduras, sombras e um mar incendiário de possibilidades. A impressão que se tem ao folhear as 271 páginas dos abraços de Galeano é receber em doses homeopáticas a realidade e a ilusão em forma de poesia.

Galeano é autor de “As Veias Abertas da América Latina”, “Dias e Noites de Amor e Guerra”, “Memória do Fogo”, “Bocas do tempo”, “Palavras andantes”, “Futebol de sol e a sombra”, entre outros.

Título Livro: O Livro dos Abraços
Autor: Eduardo Galeano
Selo: Coleção Letras Natalenses
Preço médio do livro: R$ 25.00

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Frase do dia (1)

" Mesmo no exílio, a esperança pela liberdade se mantém viva."

Júnior T.3001

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

visita

professor fabio visitou o blog

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Reunião dos professores de língua portuguesa

Compareceram, ontem, à reunião de planejamento para o ano letivo de 2010, as professoras Sônia Mello, Taís, Tatiana e o Sylvio. A dirigente do turno da noite, Maria, também esteve presente. Foram apresentadas sugestões para que trabalhássemos com o material do PDE, o Gestar II, idéia essa defendida por Tatiana, que afirmou já ter experimentado no ano anterior e ter obtido bons resultados. Taís levou uma cópia da proposta curricular da Secretaria de Educação do Estado que também já havia sido indicada por Sylvio, uma vez que estava plenamente dentro das diretrizes que os professores desejam para o presente ano. Todos manifestaram insatisfação com o livro didático adotado e por outro lado reconheceram a importância do trabalho com o texto, na produção, leitura e interpretação. Taís e Sônia chamaram atenção para o fato de que devemos ser cautelosos ao mudar o estilo do trabalho, ponderando que isso pode causar dificuldades extras para os alunos, devido às deficiências. Tatiana e Sylvio afirmaram que pelos problemas que existem, a nova abordagem só proporcionará avanços e que o trabalho será mais estimulante para todos e todas. Conteúdos e problemas serão trabalhados a partir dos textos. Foi sugerido que fossem produzidas cópias de textos para trabalhar em sala de aula. O material do GESTAR traz muitas sugestões interessantes de atividades. Ficou acordado que faremos uma adequação da proposta curricular, com o material do GESTAR e as séries e turmas. O material existe no colégio e na internet.

Haiti e reciclagem (eco4planet)

Economia do Haiti terá ajuda de reciclagem
Escombros poderão ser reciclados; dinheiro da coleta ajudaria haitianos

A ONG Viva Rio estuda medidas para ajudar a restabelecer a economia de Porto Príncipe, capital haitiana, devastada pelo terremoto que atingiu a região há quase três semanas.

Segundo o diretor- geral da instituição, o antropólogo Rubem César Fernandes, que viajou ao Haiti no dia seguinte à tragédia e retornou na manhã deste sábado(30) ao Brasil, está em análise a instalação de uma planta de reciclagem de entulho que seria abastecida pela própria população, que receberia uma quantia em dinheiro para levar o material.

De acordo com ele, embora haja dificuldades imediatas muito sérias, para ajudar a reconstruir o país é preciso pensar também a médio e longo prazos. “Falta comida, falta água, mas é preciso pensar também na movimentação da economia, para gerar trabalho e renda para a população e assim reduzir o desespero”, disse. “Seria um trabalho tipo formiguinha. As pessoas encheriam os carrinhos e levariam até nós os entulhos que estão por toda parte e nós pagaríamos por isso. Com a reciclagem, daríamos uma valorizada no material e ajudaríamos a movimentar com a economia”, completou ele, destacando que considera o povo haitiano bastante criativo.

Fernandes disse ainda que a chegada da estação da chuva, em março, também preocupa os haitianos, em boa parte sem ter onde se abrigar. Por isso, segundo ele, já começou uma corrida por tendas.

“Agora estamos em um período de seca e muita gente ainda dorme do lado de fora. As tendas, eu diria, viraram itens mais cobiçados até do que alimento. E pode ficar ainda pior, porque em março começam as chuvas, que podem ser fortes e costumam alagar tudo.”

Ele informou que vai conversar na próxima semana com representantes do Instituto de Arquitetos do Brasil para ver se é possível promover uma aproximação entre profissionais brasileiros e haitianos para pensar a reconstrução do país, preservando a história local, mas usando outros materiais, mais resistentes a abalos sísmicos.

“Lá, tudo é feito de concreto e pedra. Poderiam ser utilizados madeira, ferro e bambu, mais maleáveis, que balançam, mas não caem tão facilmente. Também é preciso repensar a ocupação de encostas, muito mais altas do que as brasileiras”, disse.

A ONG Viva Rio, criada no Rio de Janeiro em 1993, mantém há alguns anos um centro comunitário em Bel Air, na região central da capital haitiana com o objetivo de ajudar a sociedade local a enfrentar o crime organizado em gangues que assolam Porto Príncipe desde o fim da ditadura de François e Jean-Claude Duvalier, que comandaram o regime ditatorial entre a década de 1950 e 1985.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Parabéns Aline! Educação Nota 10

Alunos com melhores médias recebem na Câmara o Prêmio Educação Nota 10

Alunos de níveis médio e fundamental de Petrópolis que tiveram as melhores médias de seus cursos recebem hoje o prêmio Educação Nota 10, da Câmara Municipal. Participaram do concurso alunos de 183 escolas da rede municipal e de 17 colégios da rede estadual. Entre os estudantes que tiveram as melhores médias, três com melhores resultados em cada segmento serão premiados. Os vencedores recebem prêmios de R$ 1.500, R$ 1.000 e R$ 500 – do primeiro ao terceiro lugar, respectivamente. A premiação, às 16h, em solenidade no plenário da Câmara Municipal, será feita pelo presidente da Casa, vereador Bernardo Rossi, que criou o projeto no ano passado, como forma de incentivo à educação.
“A avaliação e escolha dos vencedores foi feita com base nas melhores médias gerais dos alunos. Com esse projeto, queremos incentivar os estudantes, que irão se esforçar para ganhar o prêmio e assim melhorar o desempenho escolar. Desta forma, podemos também contribuir para a valorização do ensino público”, explica Bernardo Rossi.
Na categoria de ensino fundamental, os vencedores da primeira edição do concurso são: em primeiro lugar, Nathalia de Sá Mayworm, aluna da Escola Santa Maria Goretti; em segundo, Felipe da Paz Lage, aluno da Escola Municipal Rosemira de Oliveira Cavalcanti; e em terceiro, Josimara Rocha Barros, da Escola Municipal Beatriz Zaleski.
No seguimento do ensino médio serão premiados: Letícia Oliveira de Souza, estudante do Liceu Municipal Cordolino Ambrosio, em primeiro lugar; Aline de Melo Navarro Siqueira, do Colégio Estadual Hercília Henriques Moretti, em segundo; e Juliana Rabelo Avelino, aluna do Colégio Estadual Moysés Furtado Bravo, em terceiro lugar. Na entrega do prêmio, os alunos serão acompanhados por seus responsáveis e pelos diretores de suas respectivas escolas.
De acordo com o regulamento do curso, participaram da seleção estudantes regularmente matriculados nas escolas públicas da cidade e que concluíram o ensino fundamental e médio. A avaliação e escolha dos premiados foi feita por uma comissão composta por três servidores do Legislativo, indicados pelo presidente da Casa, Bernardo Rossi. A comissão foi responsável pela organização, aferição dos dados e divulgação do resultado do concurso.

Reunião com os professores de língua portuguesa

Hoje, 4 de fevereiro, às 19:00h, os professores de português do C.E. Hercília Moret estarão reunidos para preparar um plano de ação para o ano letivo de 2010. E sejam bem-vindos todos e todas! Viva Gaia! Viva a biodiversidade! Viva o ser humano! Viva a língua portuguesa!

Islândia lidera ranking ambiental

27/01/2010 - 14:05:17

Islândia lidera ranking ambiental

Leticia Freire, do Mercado Ético*

Um novo ranking que reflete a performance das nações em termos ambientais coloca algumas das mais fortes economias do mundo bem no final da fila, como é o caso dos Estados Unidos e da China. Ambos os países amarguram a 61ª e 121ª posição do Environmental Performance Index.

No estudo passado, atualizado e compilado a cada dois anos pelas Universidades da Columbia e Yale, as duas nações ficaram em 39º e 105º.

A surpresa deste ano veio por conta da Islândia, que atingiu praticamente todos os quesitos do Index. O país converteu toda sua fonte de energia em renováveis – se aliando a outros países europeus, reconhecidos por seus esforços “verdes”, como é o caso da Suíça, Suécia, Noruega e Finlândia.
“Países responsáveis com as questões ambientais estão assumindo novas políticas como um desafio de evoluir, e não estagnar, como em outros casos” disse Daniel C. Esty, diretor do Centro de Política e Legislação de Yale, e responsável pela coleta de inumações do Environmental Index. “Estados Unidos e China estão sofrendo as consequências de uma industrialização desenvolvimentista sem, contudo, prestar atenção na questão ambiental e social desse processo”, reforçou ele.

A pesquisa, disponível online no link epi.yale.edu, marca uma pontuação baseada nas performances de áreas que incluem saúde, meio ambiente, preservação da diversidade e redução de emissão de gases que causam o efeito estufa, poluição do ar e desperdício.

Outros bons exemplos na área ambiental vêm da Costa Rica e Colômbia. Ambos os países permaneceram no topo da lista devido aos esforços para preservar a floresta nativa e eficiência energética nos transportes públicos, respectivamente.

*com informações do The New York Times.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Valorização do Ser Humano

A proposta para este ano de 2010, ano da biodiversidade, é trabalharmos tendo como tema principal a valorização do Ser Humano. Dentro da nossa linha da Cidadania Planetária vamos insistir nas questões relativas à ecologia social e mental. Postagens e comentários serão bem-vindos. A dignidade e o respeito são valores que precisamos resgatar em muitas situações de nossa vida, em nosso tempo.

  • Aprender com as diferenças e os diferentes.
  • Realizar o verdadeiro sentido da solidariedade e do companheirismo.
  • Para salvar o planeta, é preciso mudar as mentes e a forma de relação entre os cidadãos e cidadãs que habitam Gaia.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aos companheiros jardineiros (professores)


Começando o ano

No Sol de um novo dia

Que vai despontando.

O caminho que inicia

Já vem clareando

Reinaugurando a vida.

Encontraremos sementes

Futuros frutos e flores.

Será preciso regá-las

Com a calma e o sopro dos ventos.

Deixar brotar suas cores

E ter cuidado ao podá-las.

- sylvio -