domingo, 31 de maio de 2009

Publicidade Verde (Thiago Gomes)

Deixe Gaia mais feliz,
jogue o lenço no lixo
depois de assoar o nariz.

A melhor moradia, a melhor comida, o melhor lugar -
Planeta Terra.

Salve Gaia; salve a vida!

Seu vizinho joga lixo no seu quintal, lixo na rua e lixo do lado da lixeira?
Seus problemas acabaram!
Chegou o vizinho conscientizado em prol de Gaia.

Tenha um pouco de educação, não jogue lixo no chão.

Thiago Gomes Alves (T.
2002)

SEMANA DO MEIO AMBIENTE NO HERCÍLIA


CHEGOU A SEMANA DO MEIO AMBIENTE! ESTAMOS AQUI COM MUITOS TEXTOS E SUGESTÕES DAS TURMAS DO HERCÍLIA. OS PRIMEIROS CARTAZES JÁ APARECEM. A CAMINHADA ECOLÓGICA JÁ FOI REALIZADA E PARA O BLOG FORAM ENVIADAS ENTREVISTAS E TAMBÉM VÍDEOS REALIZADOS DURANTE A CAMINHADA. TODOS EM SUAS REFLEXÕES CONCLUEM QUE AÇÕES SÃO URGENTES PARA SALVAR O PLANETA, A SOCIEDADE E A BIODIVERSIDADE. DURANTE A SEMANA QUE SE INICIA O BLOG SERÁ APRESENTADO PARA VÁRIAS TURMAS E TAMBÉM VÍDEOS RELACIONADOS COM O TEMA DA CIDADANIA PLANETÁRIA. CONTINUAREMOS DURANTE TODO O ANO, . TRABALHANDO JUNTOS, ESTUDANTES, PROFESSORES E COMUNIDADE. PARA O 2º SEMESTRE PREPARAREMOS ALGUMAS ATIVIDADES MAIS PRÁTICAS E VIVENCIAIS! ESTUDANTES E PROFESSORES, VOCÊS QUE AINDA NÃO ABRAÇARAM O PROJETO VENHAM CONOSCO!!! E AQUELES QUE JÁ ESTÃO TRABALHANDO, PARABÉNS E VAMOS ADIANTE!!! A FOTO QUE ILUSTRA ESTA POSTAGEM É O CARTAZ QUE FOI PRODUZIDO PELOS ALUNOS DO FUNDAMENTAL!
MUITO BEM!!!

Petrópolis e o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

Petrópolis é a primeira cidade a assinar o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

27/05/2009 - O secretário de Meio Ambiente, Luís Eduardo Peixoto, esteve no Jardim Botânico do Rio de Janeiro para a Cerimônia de Comemoração do Dia Nacional da Mata Atlântica, evento que contou com a presença da secretária estadual de Ambiente, Marilene Ramos, e do Secretário Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca Abastecimento, Cristino Áureo.

Além do lançamento de um livro sobre biodiversidade, a cerimônia marcou a apresentação do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, uma articulação nacional entre instituições públicas e privadas.

Petrópolis foi a primeira cidade a assinar o pacto, através da Secretaria de Meio Ambiente. “Faremos todo o possível para sensibilizar o povo petropolitano sobre a importância da preservação da Mata Atlântica.

Manter essa vegetação significa preservar a própria existência do ser humano”, disse o secretário Luís Eduardo Peixoto. Teresópolis e Cachoeira de Macacu também assinaram o projeto.

O Pacto visa a restauração da Mata Atlântica em 15 milhões de hectares até o ano de 2050, com a plantação de espécies nativas e reposição da fauna. “O projeto é uma ação positiva e promove a articulação institucional em prol da restauração da Mata Atlântica.

Isso demonstra, mais uma vez, que a secretaria Municipal do Meio Ambiente está alinhada com o pensamento do Estado e do Ministério, fazendo parte dos programas e aderindo aos projetos de forma pioneira”, completou Peixoto.

Problema ambiental - A Mata Atlântica vem sofrendo tanto pelo desmatamento quanto pelas invasões das chamadas espécies exóticas, que não são nativas desse ecossistema.

Essas invasões naturais podem ser de plantas, animais, patógenos ou qualquer outro tipo de organismo que possa causar prejuízo ambiental ou econômico e, ainda, danos à saúde humana.

Particularmente, espécies exóticas causam um grande impacto ambiental, incluindo a eliminação das espécies locais, por meio de competição ou transmissão de patógenos, com conseqüência a destruição parcial ou total do ecossistema local.

Ascom - Prefeitura de Petrópolis

8ª Conferência Latino Americana de Preservação


IBDN realiza 8ª Conferência Latino Americana de Preservação ao Meio Ambiente em São Paulo

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo será o palco da 8ª Conferência Latino Americana de Preservação ao Meio Ambiente, que será realizada no dia 04 de junho à partir das 18hs no Auditório Franco Montoro pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN) com apoio do Deputado João Caramez.

A Conferência faz parte da Semana Ambiental 2009 da ALESP, idealizada para buscar soluções e demonstrar envolvimento nas questões ambientais, além de trazer discussões de relevante interesse para a população.

O tema para este ano é Desenvolvimento Limpo para um Mundo Melhor

Logo após as palestras o IBDN fará a entrega do Certificado de Mérito Ambiental 2009 às empresas e personalidades que promoveram ações positivas em prol do meio ambiente.

Para este ano estão confirmados empresas e personalidades como: Bosch, Programa Desafios do Aquecimento Global, Fundação Padre Anchieta, Instituto de Reciclagem do Adolescente, MSN Verde, Vereador Gilberto Natalini, Clube YouSol, Envolverde, Holytech ,Oliva Plus ,Colégio Esperanto , Café Cabloco e Comando da Polícia Ambiental.

A realização do evento conta com o apoio da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e de parceiros do IBDN, tais como Café Pilão, Novodisc e Petrobrás.

Para maiores informações acesse o site http://www.ibdn.org.br


Dia do Ipê Amarelo

Dia do Ipê Amarelo

O município institui no calendário das comemorações do Município de Petrópolis, o “Dia do Ipê Amarelo” a ser comemorado no dia 28 de junho.

O ipê-amarelo está presente nas matas do Rio de Janeiro e Minas Gerais e nas florestas do Rio Grande do Sul do país. A madeira da árvore é pesada, dura e compacta. É de longa durabilidade, mesmo sob condições favoráveis ao apodrecimento. Seu florescimento acontece na época do inverno. É muito usada em projetos ornamentais e de paisagismo.

O Ipê Amarelo

IpeAmarelo

Ipê-amarelo é o nome popular de algumas espécies de árvores da região Sul e Sudeste do Brasil, pertencentes à família botânica Bignoniaceae, gênero Tabebuia, que também compreende espécies com flores de cor branca, roxa, rosa ou lilás. Em outras regiões brasileiras, os ipês recebem outras denominações.O nome científico Tabebuia, de origem tupi-guarani, significa pau ou madeira que flutua. É denominada, pelos índios, de caxeta, árvore que nasce na zona litorânea do Brasil, cuja madeira íntegra (inatacável) resiste ao apodrecimento.

O ipê amarelo é a árvore mais conhecida, a mais cultivada e, sem dúvida nenhuma, a mais bela. Não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie dele, porém a existência do ipê em habitat natural nos dias atuais é rara entre a maioria das espécies.

As árvores desta espécie proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras. Originária do Brasil é a espécie de ipê mais utilizada em paisagismo. Durante o inverno, as folhas do ipê-amarelo caem e a árvore fica completamente despida. No início da primavera, entretanto, ela cobre-se inteiramente com sua floração amarela, dando origem ao famoso espetáculo do ipê-amarelo florido. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada.

Nome científico: Tabebuia chrysotricha
Nomes populares: ipê-amarelo, ipê-tabaco
Origem: Brasil
Família: Bignoniáceas
Luminosidade: sol pleno
Porte: Pode chegar a 8 metros de altura
Clima: quente e úmido
Copa: rala, com diâmetro um pouco maior que a metade da altura
Propagação: Sementes
Solo: fértil e bem drenado
Podas: recomenda-se apenas podas de formação

Crise da Educação (do blog "Observatório da Imprensa")

"O Porquê de uma Crise Crônica"

Luiz Weis

"Contextualizar” é um daqueles verbos abomináveis arrancados a fórceps de um substantivo – no caso, contexto.

Mas contextualizar é o que mais se cobra, com razão, do jornalismo, para que vá além da notícia em estado bruto, com informações adicionais que lhe deem sentido e perspectiva.

É o bom e velho por quê – ou os porquês – das coisas.

Sinal de como os jornais brasileiros pouco se empenham em oferecer ao leitor esse acompanhamento que o ajudará a digerir o prato principal, a “contextualização” é bem mais frequente no noticiário do exterior, seja porque as agências internacionais se encarregam disso, seja porque os editores transcrevem textos desse tipo saídos na imprensa estrangeira. O exemplo da hora são as matérias que procuram ligar os pontos da história da explosão de uma bomba atômica na Coreia do Norte.

Por isso quando sai algo do gênero em relação a um assunto nacional – e quando esse algo é de primeira qualidade – seria injusto não destacar o esforço bem sucedido.

Todos os jornais que contam deram na quinta-feira, 28, os principais resultados do censo do Ministério da Educação que pela primeira vez apresenta um amplo perfil do 1,8 milhão de professores que trabalham da creche ao ensino médio, em escolas públicas e particulares.

O levantamento informa, por exemplo, em quantas escolas e turnos os professores trabalham, para quantas turmas, quanto ganham e qual é a sua formação para as disciplinas que lecionam, conforme o nível dos cursos.

Assim se ficou sabendo que um em cada quatro professores da quinta à oitava série não tem diploma de curso superior com licenciatura, como exige a lei, e que um em cada cinco não tem nenhuma graduação. E ainda que pouco mais da metade dos docentes que ensinam física no curso médio não se formaram em física – o pior caso de descompasso entre quem ensina e o que ensina.

O problema era já conhecido das autoridades do setor, assim como se conhece a causa fundamental da baixa qualificação de muitos professores – salários baixos também.

Mas o repórter Antônio Gois, da sucursal carioca da Folha de S.Paulo, foi além disso, na matéria de contexto intitulada, um tanto obviamente, “Com esse salário, quem quer ser um professor?”

Ele garimpou na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), do IBGE, a informação de que “na comparação de 30 ocupações que exigem nível superior, as cinco de menor rendimento médio são todas relacionadas ao magistério” – e mostra os números que dão ideia do tamanho do buraco.

Ele deu outro passo ainda. Capturou nas respostas ao questionário socioeconômico preenchido pelos participantes do Enade, o exame que substituiu o Provão, que “os alunos em cursos de formação de professores são os mais pobres, de famílias menos escolarizadas e que mais estudaram na rede pública”.

E fechou com uma pergunta que já traz embutida a resposta: o que é mais vantajoso para um licenciado em áreas que já não dão conta da demanda, como matemática, física e química: lecionar uma dessas matérias em troca de uma paga inicial de R$ 1.335, ou prestar concurso público para ser bancário, ganhando de saída R$ 2.216?

Eis um dos grandes porquês - se não o porquê – da crônica crise da educação brasileira.

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COMENTÁRIO DO BLOG CIDADANIA PLANETÁRIA

Postamos aqui o texto acima, por ser essa uma questão fundamental da cidadania. E gostaríamos de lembrar que a realidade salarial, em nosso estado do Rio de Janeiro, é muito pior do que a que é apresentada em São Paulo. Desenvolver um país com esse tratamento dado à educação e aos professores é inominável. Estamos perdendo na base, na formação da sociedade, a consequência está aí, aos olhos de todos nós. Até quando!!!???

sexta-feira, 29 de maio de 2009

População começa a optar por alimentação saudável

População começa a optar por alimentação saudável

por Giovana Cardeira FiorattiÚltima modificação 13/03/2009 12:25

13/03/2009

População começa a optar por alimentação saudável

Acerolas orgânicas fazem parte de uma alimentação saudável - Fonte: Agência Brasil

A Organização Mundial de Saúde (OMS) registra, ao redor do planeta, mais de um bilhão de adultos com excesso de peso e cerca de 300 milhões com obesidade clínica. Esses números são três vezes maiores do que aqueles registrados há 25 anos. No Brasil, a situação não é muito diferente. Um estudo, divulgado em 2006, pelo Ministério da Saúde, mostrou que 40% da população brasileira sofre com excesso de peso.

A preocupação com a saúde tem sido o principal motivo do crescente aumento do número de pessoas que buscam uma alimentação saudável, de boa qualidade biológica e sem qualquer resquício de agrotóxicos. O cultivo de alimentos orgânicos – uma das vertentes da agricultura alternativa – implica a não utilização de agrotóxicos e fertilizantes químicos. A agricultura convencional utiliza inseticidas contra pragas e herbicidas químicos para controlar ervas daninhas. Já os produtores orgânicos usam fertilizantes naturais, como adubo orgânico. A agricultura alternativa tem procurado suprir a carência de uma alimentação saudável sem prejudicar o meio ambiente, isto é, busca o equilíbrio sustentável do ambiente não o degradando.

Segundo dados de uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o uso de agrotóxicos e fertilizantes é a segunda causa de contaminação da água no País. Há algumas doenças, como alergias e câncer, que são atribuídas aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos. Não é por acaso, que o consumo de alimentos orgânicos vem aumentando a cada ano – cerca de 30%, segundo estimativa do Instituto Biodinâmico, um dos órgão que certifica o setor no Brasil.

O consumo de produtos orgânicos torna-se, portanto, uma alternativa para as pessoas atentas com a qualidade de sua alimentação e com a questão da preservação do meio ambiente. Porém, um dos problemas que envolvem a questão do consumo de legumes, verduras, frutas e derivados sem pesticidas são os altos preços, em comparação com os “tradicionais”, nos supermercados.

Consumo consciente

E por falar em consumo consciente, no próximo dia 15 de março, é comemorado o Dia Mundial do Consumidor. A data surgiu no ano de 1962 quando, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, instituiu o Dia do Consumidor, por meio de mensagem especial enviada ao Congresso Americano sobre proteção aos interesses dos consumidores. Em 1985, a Assembléia das Organizações das Nações Unidas (ONU) adotou os Direitos do Consumidor como uma das diretrizes da entidade, o que conferiu legitimidade e reconhecimento internacional.

Segundo a ONU, todos os consumidores possuem quatro direitos fundamentais: O direito à segurança ou proteção contra a comercialização dos produtos perigosos à saúde e a vida; o direito à informação, em que os aspectos gerais da propaganda e a necessidade das informações sobre o próprio produto e sua melhor utilização passam a ser considerados; o direito à opção, ou seja, a livre concorrência e a competitividade entre empresas como forma de beneficiar o consumidor; direito a ser ouvido, que passou a considerar os interesses dos consumidores na hora de elaborar políticas governamentais e de procedimentos de regulamentação.

O Instituto Akatu tem um programa de consumo consciente. Para conhecê-lo, clique aqui.

Fonte: Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)

http://www.metodista.br/maiscidadania/sustentabilidade/populacao-comeca-a-optar-por-alimentacao-saudavel/

Flores da Pita






Para preparar a semana do meio ambiente algumas flores fotografadas pela Pita Cavalcanti.
As imagens falam por si mesmas.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Essa sociedade merece sobreviver? (Leonardo Boff)

Essa sociedade merece sobreviver?

O atual Presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel d’Escoto Brockmann, ex-chanceler da Nicarágua sandinista, está conferindo rosto novo à entidade. Tem criado grupos de estudo sobre os mais variados temas que interessam especialmente à humanidade sofredora como a questão da água doce, a relação entre energias alternativas e a seguridade alimentar, a questão mundial dos indígenas e outros. O grupo talvez mais significativo, envolvendo grandes nomes da economia, como o prémio Nobel Joseph Stiglitz é aquele que busca saídas coletivas para a crise econômico-financeira. Todos estão conscientes de que os G-20, por mais importantes que sejam, não conseguem representar os demais 172 países onde vivem as principais vítimas das turbulências atuais. D’Escoto pretende nos dias 1, 2 e 3 de junho do corrente ano reunir na Assembléia da ONU todos os chefes de estado dos 192 países membros para juntos buscarem caminhos sustentáveis que atendam à toda a humanidade e não apenas aos poderosos.

O mais importante, entretanto, reside na atmosfera que criou de diálogo aberto, de sentido de cooperação e de renúncia a toda a violência na solução dos problemas mundiais. Sua sala de trabalho está coberta com os ícones que inspiram sua vida e sua prática: Jesus Cristo, Tolstoi, Gandhi, Sandino, Chico Mendes entre outros. Todos o chamam de Padre, pois continua padre católico, com profunda inspiração evangélica. Ele é homem de grande bondade que lhe vem de dentro e que a todos contagia.

Foi sob sua influência que o Presidente da Bolívia Evo Morales pôde propor à Assembleia Geral que se votasse a resolução de instaurar o dia 22 de Abril como o Dia Internacional da Mãe Terra, o que foi aceito unanimemente. Foi honroso para mim poder expôr aos representantes dos povos os argumentos científicos, éticos e humanísticos desta concepção da Terra como Mãe.

Tudo isso parece natural e óbvio e de um humanismo palmar. Entretanto – vejam a ironia – representantes de países ricos acham o comportamento do Padre muito esquisito. Apareceu há pouco tempo um artigo no Washington Post fazendo eco a esta qualidade. Dizia o articulista que Miguel d’Escoto fala de coisas estranhíssimas que nunca se ouvem na ONU tais como solidariedade, cooperação e amor. Em seus discursos saúda a todos como irmãos e irmãs (Brothers and Sisters all). Mais estranho ainda, diz o articulista, é o fato de que muitos representantes e até chefes de estado como Sarkosy estão assumindo a mesma linguagem estranha.

Meu Deus, em que nível do inferno de Dante nos encontramos? Como pode uma sociedade construir-se sem solidariedade, cooperação e amor, privada do sentimento profundo expresso na Carta dos Direitos Humanos da ONU de que somos todos iguais e por isso irmãos e irmãs?

Para um tipo de sociedade que optou transformar tudo em mercadoria: a Terra, a natureza, a água e a própria vida e que coloca como ideal supremo ganhar dinheiro e consumir, acima de qualquer outro valor, acima dos direitos humanos, da democracia e do respeito ao ambiente, as atitudes do Presidente da Assembleia da ONU parecem realmente estranhíssimas. Elas estão ausentes no dicionário capitalista.

Devemos nos perguntar pela qualidade humana e ética deste tipo de sociedade. Ela representa simplesmente um insulto a tudo o que a humanidade pregou e tentou viver ao longo de todos os séculos. Não sem razão está em crise que mais que econômica e financeira é crise de humanidade. Ela representa o pior que está em nós, nosso lado demens. Até financeiramente ela se mostrou insustentável, exatamente no ponto que para ela é central.

Esse tipo de civilização não merece ter futuro nenhum. Oxalá Gaia se apiade de nós e não exerça sua compreensível vingança. Mas se por causa de dez justos, consoante a Bíblia, Deus poupou Sodoma e Gomorra, esperamos também ser salvos pelos muitos justos que ainda florescem sobre a face da Terra.

Leonardo Boff é autor de Do iceberg à Arca de Noé, (Garamond),Rio.

Discurso de Leonardo Boff no dia 22 de abril de 2009, Dia Internacional da Mãe Terra

ASSEMBLEiA GERAL DA ONU / UN GENERAL ASSEMBLY / ASAMBLEA GENERAL DE LA ONU

Discurso de Leonardo Boff no dia 22 de abril de 2009, Dia Internacional da Mãe Terra

Senhor Presidente Miguel d’Escoto Brockmann
Senhor Presidente do Estado Plurinacional de Bolivia, Sua Excelencia Evo Morales Ayma
Distinguidos delegados
Irmãos e Irmãs todos


No de 2000 a Carta da Terra nos fazia esta severa advertência:: «Estamos num momento crítico da história da Tierra, na qual a humanidade deve escolher o seu futuro...A escolha nossa é: ou formamos uma aliança global para cuidar da Tierra e cuidarnos uns dos outros ou arriscamos a nossa própria destruição e a da diversidade da vida”

Se a crise econômico-financeira é preocupante, a crise da não-sustentabilidade da Terra se apresenta ameaçadora. Os cientistas que acompanham o estado da Terra, especialmente a Global Foot Print Network têm falado do Earth Overshoot Day, do dia em que foram ultrapassados os limites da Terra. E isso ocorreu exatamente no dia 23 de setembro de de 2008, uma semana após o estouro da crise econômico-financeira nos EUA. A Terra ultrapassou em 40% sua capacidade de reposição dos recursos necessarios para as demandas humanas. Neste momento necessitamos mais de uma Terra para atender a nossa subsistência.

Como garantir a sustentabilidade da Terra já que esta é a premissa para resolver as demais crises: a social, a alimentária, a energética e a climática? Agora já não temos uma Arca de Noé que salve alguns e deixa perecer os demais. Todos devemos nos salvar juntos.

Como asseverou recentemente com muita propriedade o Secretário Geral desta Casa, Ban Ki-Moon:”não podemos deixar que o urgente comprometa o esencial”. O urgente é resolver o caos econômico, mas o esencial é garantir a vitalidade e a integridade do planeta Terra. É decisivo superar a crise financiera, porém o imprescindível e essecial é: como vamos salvar a Casa Comum e a Humanidade que é parte dela?

Esta é a razão para termos adotado a resolução sobre o Dia Internacional da Mãe Terra que, a partir de agora, se celebrará no dia 22 de abril de cada ano.

Dado o agravamento da situação ambiental, especialmente do aquecimento global, temos que atuar juntos e rápido. Não temos tempo a perder nem nos é permitido errar. Caso contrário, há o risco de que a Terra possa continuar mas sem nós.

Em nome da Terra, nossa Mãe, de seus filhos e filhas sofredores e dos demais membros da comunidade de vida, quero agradecer a esta Assembléia Geral por haver sabiamente aprovado esta resolução.

Neste contexto, me permito fazer uma breve apresentação do fundamento que sustenta a idéia da Terra como nossa Mãe.

Desde da mais alta ancestralidade, as culturas e religiões sempre têm testemunhado a crença na Terra como Grande Mãe, Magna Mater, Inana e Pachamama.

Os povos originários de ontem e de hoje tinham e têm clara consciencia de que a Terra é geradora de todos os viventes. Somente um ser vivo pode produzir vida em suas mais diferentes formas. A Terra é, pois, nossa Mãe universal.

Durante séculos e séculos prevaleceu esta visão até a emergência recente do espírito científico no século XVI. A partir de então, a Terra já não é mais considerada como Mãe, senão como uma realidade sem espírito, entregue ao ser humano para ser submetida, mesmo com violência. A mãe-natureza que devia ser respeitada se transformou em naturaza-selvagem que deve ser dominada. A Terra se viu convertida num baú cheio de recursos naturais, disponíveis para a acumulação e o consumo humano.

Neste novo paradigma não se coloca a questão dos limites de suportabilidade do sistema-Terra nem dos recursos naturais não renováveis. Pressupunha-se que os recursos seriam infinitos e que poderíamos ir crescendo ilimitadamente na direção do futuro. O que efetivamente é uma grande ilusão.

A preocupação principal era e é: como ganhar mais no tempo mais rápido possível e com um investimento menor? A realização histórica deste propósito fez surgir um arquipélago de riqueza rodeado por um mar de miséria.

O PNUD de 2007-2008 o confirma: os 20% mais ricos do mundo absorvem 82,4% de todas as riquezas da Terra enquanto os 20% mais pobres têm que se contentar com apenas 1,6%. Estes dados provam que uma ínfima minoria monopoliza o consumo e controla os processos econômicos que implicam pilhagem da naturaza e grande injustiça social.

Entretanto, a partir dos tardios anos 70 do século passado se tem imposto a constatação de que um planeta pequeno, velho e limitado como a Terra já não pode suportar um projeto ilimitado. Faz-se urgente outro modelo que tenha como eixo a Terra, a vida e o bem viver planetário no quadro de um espírito de colaboração, de responsabilidade coletiva e de cuidado.

Agora a preocupação central é: como viver e produzir em harmonía com a Terra, com os seres humanos, como o universo e com a Última Realidade, distribuindo equitativamente os beneficios entre todos e alimentando solidariedade para com as gerações presentes e futuras? Como viver mais com menos?

Foi neste contexto que se resgatou a visão da Terra como Mãe. Já não é mais a percepção dos antigos mas uma constatação empírica e científica. Foi mérito dos cientistas e sábios como James Lovelock, Lynn Margulis e José Lutzenberger nos anos 70 do século passado, ter demostrado que a Terra é um superorganismo vivo que se autoregula. Ela articula permanentemente o físico, o químico e o biológico de forma tão sutil e equilibrada que, sob a luz do sol, propicia a produção e a manutenção de todas as formas de vida. Por milhões de anos o nível do oxigênio, essencial para a vida, se mantem em 21%, o nitrogênio, decisivo para o crescimento, em 79% e o nivel de sal dos oceanos em 3,4%. E assim todos os elementos necessários para a vida. Não é que sobre a Terra haja vida. A Terra mesma é viva, chamada de Gaia, a deusa grega para significar a Terra viva.

Que toda a Terra está cheia de vida no-lo comprova o conhecido biólogo Edward O. Wilson. Escreve ele:”Num grama de terra ou seja, em menos de um punhado, vivem cerca de dez bilhões de bactérias pertencentes até a seis mil espécies diferentes”. Efetivamente, a Terra é Mãe fecunda.

A Terra existe já há 4, 4 bilhões de anos. Num momento avançado de sua evolução, de sua complexidade e de sua auto-organização, começou a sentir, a pensar e a amar. Foi quando emergiu o ser humano. Com razão nas linguas ocidentais homo/homem vem de húmus, terra fecunda. E em hebraico Adam se deriva de adamah, terra cultivável. Por isso, o ser humano é a própria Terra que anda, que sente, que pensa e que ama, como dizia o poeta indígena e cantador argentino Atahualpa Yupanqui.

A visão dos astronautas confirma a simbiose entre Terra e Humanidade. De suas naves espaciais testemunhavam de forma comovedora: ”daqui, contemplando este resplancedente planeta azul-branco, não se percebe nenhuma diferenta entre Terra e Humanidade. Formam uma única entidade”. Mais que como povos, nações e etnias devemos nos entender como criaturas da Terra, como filho e filhas da Mãe comum.

Entretanto, olhando a Terra mais de perto, nos damos conta de que ela se encontra crucificada. Possui o rosto do terceiro e quarto mundo, porque vive sistematicamente agredida. Quase a metade de seus filhos e filhas padecem fome e sede e são condenados a morrer antes do tempo. A cada quatro segundos, consoante dados da própria ONU, morre uma pessoa estritamente de fome.

Por isso, são expressões de amor à Mãe Terra, as políticas sociais de muitos paises, como por exemplo, de meu pais, o Brasil, sob o governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, particularmente o programa Fome Zero e Bolsa Familia. Em seis anos se devolveu vida e dignidade a 50 milhões de pessoas que antes viviam na pobreza e na fome.

Temos que baixar a Terra da cruz e ressuscitá-la. Para esta tarefa gigantesca somos inspirados por um documento precioso: a Carta da Terra. Nasceu da sociedade civil mundial. Em sua elaboração envolveu mais de cem mil pessoas de 46 paises. Em 2003 uma resolução da UNESCO a apresentou “como um instrumento educativo e uma referência ética para o desenvolvimento sustentável”. Participaram ativamente de sua concepção Mikhail Gorbachev, Maurice Strong e Steven Rockfeller e eu mesmo entre otros. A Carta entende a Terra como dotada de vida e como nosso Lar Comum. Apresenta pautas concretas que podem salvá-la, cuidando-a com comprensão, com compaixão e com amor, como cabe a toda mãe. Oxalá, um dia, esta Carta da Terra, possa ser apresentada, discutida e enriquecida por esta Assembléia Geral. Caso seja aprovada, teríamos um documento oficial sobre a dignidade da Terra junto com a declaração sobre a dignidade da pessoa humana.

Mas cabe fazer uma advertencia. Para sentir a Terra como Mãe não é suficiente a razão dominante que é funcional e instrumental. Necesitamos enriquecê-la com a razão sensível, emocional e cordial, pois ai se enraiza o sentimento profundo, se elaboram os valores, se cultivam o cuidado essencial, a compaixão e os sonhos que nos inspiram ações salvadoras. Nossa missão, no conjunto dos seres, é a de ser os guardiães e cuidadores desta sagrada herança que recebemos do universo: a Terra, nossa Mãe.

Para terminar permito-me fazer uma sugestão: que se coloque na cúpula interna da Assembléia uma destas imagens belíssimas e plásticas da Terra vista a partir de fora da Terra. Suspensa no transfundo negro do universo, ela evoca em nós sentimentos de reverência e de mútua pertença. Ao contemplá-la, tomamos conciência de que ai está o nosso Lar Comum.

Pediria ainda que fosse aprovada uma recomendação de que no dia 22 de abril, dia Internacional da Mãe Terra, se fizesse um momento de silêncio em todos os lugares públicos, nas escolas, nas fábricas, nos escritorios, nos parlamentos para que nossos corações entrem em sintonia com o coração de nossa Mãe Terra.

Concluo. Tal como está, a Terra não pode continuar. É urgente que mudemos nossas mentes e nossos corações, nosso modo de produção e nosso padrão de consumo, caso quisermos ter um futuro de esperança. A solução para a Terra não cái do céu. Ela será o resultado de uma coalizão de forças em torno a uma consciência ecológica integral, uns valores éticos multiculturais, uns fins humanísticos e um novo sentido de ser. Só assim honraremos nossa Casa Comum, a Terra, nossa grande generosa Mãe.

Muito obrigado.

Leonardo Boff
Representante do Brasil e da Comissão da Carta da Terra.

Evento Limpando & Reciclando / Dia Mundial do Meio Ambiente 2009





Escrito por Denise Machado
Qui, 14 de Maio de 2009 00:02
O Meio Ambiente irá ganhar mais um presente no sábado, dia 30 de maio, das 10 às 13 horas, sábado. Na abertura da Semana Mundial do Meio Ambiente, um grande mutirão estará retirando das areias cariocas o máximo de lixo e microlixo, e conscientizando a população a descartar estes detritos corretamente.

20.000 sacolas plásticas biodegradáveis e compostáveis – feitas a base de milho – serão distribuídas nas praias do Rio de Janeiro (vale ressaltar que a utilização destas sacolas ajuda a minimizar o forte impacto do Aquecimento Global).


Esta Campanha conta com o trabalho voluntário de alunos da Rede de Ensino e de várias instituições de educação; cursos de idiomas; informática; artes marciais; universidades e escolas públicas; escolinhas de surfe, de futebol, de mergulho,dentre outros.
O lixo será coletado em duplas; sendo este catalogado e, ao término da ação, reaproveitado por cooperativas e instituições de reciclagem, servindo como exemplo para as demais Ações e Campanhas Ecológicas.


Pontos de Encontro:


(Com início às 10 h e término às 13 h em todos os pontos, simultaneamente):
- Praia de Copacabana:
A) No Posto Seis, onde os voluntários seguirão em arrastão até a rua Santa Clara;
B) Em frente à Rua Rodolfo Dantas;
- Praia de Ipanema:
- Na Pedra do Arpoador (Posto 7), os voluntários estarão caminhando na coleta em direção à Rua Garcia D´Avila;
- Praia da Barra da Tijuca:
- No Quebra-Mar em direção à Barraca do Pepê;
- Praia do Recreio:
- Na Praça TIM MAIA;
- Praia de Sepetiba:
- No “Coreto”:
- Ilha de Paquetá:
- Na Praia da Moreninha.


Esta Ação conta com o Co-Patrocínio da Secretaria de Meio Ambiente – Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ; e com o Apoio da OI; SuperVia; Metrô Rio; Wise Up; Outback; Universidades Castelo Branco - UCB; Sushi Carioca; Jeep Tour; ANTILHAS, BASF; GALI; AL Technology e Consult; Revista Surfar; OI FM; Lojas Aqualung; Unicard; PROVE; Aqualittera; Programa Na Praia; Amigança Produções & Promoções; Grupamento da Guarda Municipal do Rio de Janeiro; CEA Marapendi; Guarda Municipal de Paquetá; Jornal do Meio Ambiente; Video Clipping Produções; Supervídeo; Agência Rio de Notícias; Projeto Orla – MMA / Governo Federal; ONG Clean Up The World Australia.


O Projeto Limpeza Na Praia - Instituto Ecológico Aqualung (IEA) - convida a todos os Amantes da Natureza a preservar as nossas praias e lutar por um mundo mais limpo. Todos estão convidados a participar! Faça a sua parte e traga a sua família e amigos!


Em prol de um mundo melhor e de uma maior qualidade de vida para todos.
Organização Clean Up The World RJ / Brazil e Instituto Ecológico Aqualung - IEA Projeto Limpeza Na Praia
Site: www.institutoaqualung.com.br (Projeto Limpeza Na Praia)
E-Mail: limpezanapraia@institutoaqualung.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .


terça-feira, 26 de maio de 2009

Transgressão e construção da cidadania planetária

Transgressão e construção da cidadania planetária

por Lina Rosa

"Devemos ser militantes de uma nova civilização. Caso contrário, perderemos a perspectiva de transformação". A perspectiva de transgressão rumo a construção da cidadania planetária foi costurada por um trio de históricos e assíduos defensores do meio ambiente: a senadora Marina Silva, o teólogo Leonardo Boff e o educador Moacir Gadotti, que compuseram a mesa da Conferência I do Fórum Mundial de Educação, que aconteceu em 26 e 27, Belém (Pará). Antecedida por atividades culturais, contou com a participação da Banda Marcial e Fanfarra da Escola Estadual de Ensino Médio Visconde de Souza Franco, do Grupo, Clama e Declama e do Grupo de Tradição Folclórica Moara, este último, traduzindo o clima do momento, apresentou a música Canta Forte meu Pará.

Na sequência, autoridades locais e Salete Camba Valesan, do Conselho Internacional do FME, deram boas-vindas e agradeceram governos, órgãos públicos e segmentos da sociedade civil que contribuíram para a realização do Fórum.

Cada integrante desse trio, cada um a seu modo, propôs lúcidas e sadias transgressões em favor da causa ambiental com vistas a outro mundo possivel. Atentas, milhares de pessoas, maioria educadores e estudantes de diferentes países, aguardavam o inicio das exposições. "Viemos de diferentes lugares para reascender a esperança", anuncia Gadotti, que, primeiramente agradece o esforço e o empenho de todos que contribuíram para realização da sexta edição do FME.

Falou também da alegria de novamente estar se a juntando aqueles que lutam por uma educaçao de qualidade e por um mundo mais humano e justo. De pronto, trouxe o mestre Paulo Freire para mesa, lembrando suas recomendações: "Não viemos para ensinar, mas para aprender". Gadotti recorda que a construção da cidadania planetária constitui missão do Fórum Mundial de Educação e Fórum Social Mundial e que para tanto há necessidade de transgredir, correr riscos, que também são gestos pedagógicos. Lembrou que o livro Pedagogia da Autonomia de Freire poderia se chamar pedagogia da transgressão, pois é um convite a.

O FME, como parte da FSM, segundo ele, constitui um grande avanço do movimento social na América do Sul e, que, sem dúvida, vem consolidando as bases da nova globalização, expressão cunhada pelo geólogo Milton Santos. "O direito à Educação está associado a outros direitos. Ela vai bem quando a saúde, o transporte, etc, vão bem", enfatiza. Reconheceu que as conquistas ja alcançadas são frutos dos movimentos populares, Movimento de EJA, das Mulheres, dos Direitos Humanos e de muitos outros. Lembrou pessoas que nos antecederam ou estão na luta por uma vida digna, sustentável. Dentre elas, Ibsen de Souza Pinheiro, Thiago de Mello e Chico Mendes, este um mártir da floresta, cuja lembrança arrancou aplausos da platéia.

Parabenizando a todos que cuidam do legado de Paulo Freire, Leonardo Boff afirmou que estamos vivendo uma crise sistêmica global que coloca em xeque nossa civilização. "Se não buscarmos uma nova civilização a terra poderá continuar, mas sem nós. Nós, os humanos e outras espécies que habitam o planeta Terra, precisamos criar condições para que ele continue vivo e buscar soluções conjuntas para os problemas da humanidade. É necessário evitarmos bifurcações", adverte Boff. E continua: "Temos um destino comum. Se esta nova civilização não nascer, vamos nos extinguir de crise em crise". O teólogo, insistiu: "A crise nos força buscar alternativas que inclua todos os seres vivos". Boff enumera cinco princípios básicos que poderão guiar a nova civilização proposta:

- Sustentabilidade que permita a vida se expandir lembrando que "não queremos qualquer vida".

- Cuidado amoroso com a Terra: O que amamos, cuidamos. Razão intelectual mais razão do coração.

- Respeito, cada ser tem direito ao existir. Tolerância com o diferente.

- Responsabilidade com as coisas da Terra, com os outros e consigo mesmo. Responsabilidade pelo futuro do mundo.

- Cooperacão e solidariedade, o que certamente marcou um salto civilizatório: da animalidade para humanidade. "Os animais, ao contrario das pessoas, nao dividem seu prato".

Lembrando um texto bíblico, Boff reitera que precisamos de vida com qualidade e "vida em abundância".

A senadora Marina Silva começa sua exposição citando Edgar Moran "A mudança no princípio e apenas um desvio". Segue citando Thiago de Mello, que ao falar da necessidade de preservar o meio ambiente propõe "uma nova maneira de caminhar". Marina, de forma contundente, fala da urgência de salvar a vida na Terra. Salvar a Amazônia e seus povos, suas línguas, suas águas, suas espécies. "Difícil mesmo e defender o meio ambiente no ambiente da gente", acentua.

Falando da crise ambiental e da crise econômica mundial, Marina conclui: "Precisamos resolver as duas agora, subvertendo e transgredindo". Subverter e transgredir o que?, pergunta ela. Subverter e transgredir a lógica do mercado que nos induz a pensar que "ser feliz é ter mais". A nova lógica mostra que "ser feliz é ser mais". Assim, nova globalização indentifica e aponta o impasse entre os verbos ter e ser.

Falando também da importância da Cultura, que nunca deve ser dissociada das outras áreas, jamais da Educação, a senadora afirmou que não há nenhuma ação, ou prática, que não seja mediada pela Cultura. É necessário ensinar presente passado e futuro, lembrando que "tradição e a capacidade de colher na história anterior para resignificar o futuro".


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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Para a "Nossa Carta da Terra" Turma 2004


Aí vão os primeiros textos da turma 2004, após o debate, para a criação da "Nossa Carta da Terra"

  • Conscientizar a população
  • Não alterar a natureza
  • Catalizar a poluição das fábricas, veículos etc.
  • Criar adaptações para as pessoas portadoras de deficiência em geral
  • Igualdade social para todos os seres vivos
  • Combater a corrupção
  • Ajudar os mais necessitados
(André Luiz, Elsa Maria, Jeane, Mariana, Paloma, Tiago)

  • Combater a poluição através da reciclagem. Evitando jogar lixos nos rios.
  • Combater o desmatamento, evitando queimadas para um ar mais limpo e para a proteção das encostas.
  • Preservar a natureza para proteger os animais da extinção.
  • Colocar filtro nas fábricas para a redução de popuição no ar.
  • Fazer bom uso da água potável para não haver desperdício. E para evitar a falta de eletricidade.
  • Diminuir a produtividade das indústrias para diminuir o aquecimento global.
  • Racismo: todos devem saber que somos iguais, apesar de raça, religião, time etc.
(Sabrina, Edna, Valderei, Márcio, Diego)

  • Reciclagem.
  • Ônibus e carro movidos a gás natural.
  • Eliminar as indústrias que ainda soltam fumaça no ar.
  • Evitar desmatamento.
  • Diminuir a exportação de animais.
  • Promover mais palestras sobre o assunto.
  • Aumentar a limpeza dos rios e mares para diminuir a poluição.
  • Preservar os animais em extinção.
(Juliana, Juciane, Fabiana)

  • Maior organização na coleta e reciclagem do lixo.
  • Preservar os ecossistemas.
  • Maior aproveitamento dos alimentos.
  • Utilização de combustível vegetal como o biogás e o biodiesel.
  • Evitar o desmatamento e queimadas em torno da criação de gado.
  • Preservação dos mananciais (economizar a água potável).
  • Evitar as plantações transgênicas e híbridas.
(Andreza Simões Israel, Priscila Alves Quaresma, Almir Gonçalves)

  • O assunto deve ser divulgado, para que as pessoas possam entender o tamanho da gravidade do problema.
  • Respeitar o habitat dos animais, para que não entrem em extinção.
  • Começar a reciclar dentro da sua própria casa.
  • Economizar energia.
  • Evitar um pouco o uso de máquinas poluentes e usar mais a mão de obra.
  • Aceitar e respeitar a opinião das pessoas.
  • Todos se unirem para ainda dar tempo de salvar o planeta.
(Débora, Geizelaine, Jéssika, Natália Diniz)

  • Valorização do meio ambiente.
  • Diminuir poluição de gás em massa.
  • Reciclagem em geral.
  • Produzir embalagens (produtos)biodegradáveis.
  • Respeitar a raça, cor, nação sem nenhuma forma de preconceito.
  • Proteção aos animais inclusive os em extinção.
  • Evitar desmatamentos, queimadas e combater a gripe suína.
(Edgley, Marcelo, Wellington, Guilherme, Anderson)

  • Defender o direito de todas as pessoas.
  • Prevenir os danos contra o meio ambiente.
  • Eliminar a discriminação de raça, religião, opção sexual, cultural etc.
  • Eliminar a corrupção em todas as entidades públicas e privadas.
  • Respeitar todos os animais.
  • Tratar todos os seres vivos com respeito e educação.
  • Eliminar armas nucleares e tóxicas.
(Taiara Cristina B. de Siqueira)


AJUDAR OS MAIS NECESSITADOS:
"Escolhemos esse tema porque hoje em dia o desrespeito pela população é muito grande , muitas pessoas não têm consciência de que todos nós somos filhos de um só: "Deus" - por isso temos que ser solidários não só para garantir uma vaga no céu, mas para ficarmos satisfeitos de poder ajudar o próximo de coração aberto.
Ajudar os mais necessitados não só com bens materiais, mas também respeitando e acreditando no valor que cada um de nós temos."

DEFENDER OS DIREITOS DE TODOS:
A fome, a miséria, as doenças, as guerras.
Os negros, os índios, os pobres, os brancos.
Sempre vemos isto com indignação e repulsa, os acontecimentos que os cercam, e nos cercam, e vemos isto crescer e acontecer, e não fazemos nada ou não queremos fazer nada, isto é assim mesmo?
Desde que o Mundo é Mundo.
Desde que a Terra é Terra.
Passamos por várias crises e esperamos que alguém resolva para nós.
A conscientização só é falada, não é um ATO.
Vamos arregaçar as mangas, mostrando cidadania, a começar aqui mesmo, na nossa escola, na nossa classe.
Vamos levantar essa bandeira para podermos cobrar, para fazermos disto um verdadeiro ATO e deixar de ser apenas falada."
Almir Gonçalves, Andreza Simões Israel, Priscila Alves Quaresma, Renata da Silva


EVITAR O DESPERDÍCIO DE ÁGUA:
"Reaproveitando a água da máquina de lavar para outros fins como por exemplo: lavar quintal, canil etc.
Diminuir o tempo durante o banho, pois a cada minuto são desperdiçados 9 litros de água."
COMBATER O PRECONCEITO:
"O preconceito seja racial ou social, mesmo que muitos falem que não existe resta sempre um pouco.
A melhor forma de evitar o preconceito é respeitando o modo de ser e a opinião de cada um, independentemente de cor, raça, ou religião."
Edna Pereira, Valderei Batista da Silva

CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
"A população deve se conscientizar a não destruir o planeta da seguinte forma:
Evitar o desperdício de água;
Não jogar lixo nos rios;
Respeitar a vida social das pessoas;
Preservar os animais em extinção;
Defender os direitos de todos;
Ajudar os mais necessitados.
Para isso acontecer devemos promover palestras, distribuir panfletos, distribuir informativos, folderes, jornais, revistas etc. E também promover programas no rádio e televisão. Para fazermos um Planeta melhor."
André Luís, Angélica, Elsa Maria, Jeane, Paloma

"As pessoas têm que saber do que trata o assunto, para poderem
se conscientizar. Divulgando mais o asunto em rádio, televisão, jornais etc, as pessoas poderão se conscientizar mais sabendo do assunto. Tudo é uma questão de consciência."

"Temos que começar a fazer a nossa parte dentro de casa, reciclando, ou seja, tendo rsponsabilidade..."
André Geraldo, Débora, Jéssika, Geizelaine e Natália Diniz

"(...) Cada um de nós pode contribuir para melhorar essa situação, ou será que teremos de deixar todos esses problemas como herança para nossos filhos e netos?"
Juciane, Juliana e Adevaldo

"Cada um fazer sua parte com responsabilidade.
Sabemos que para mudar um bairro ou uma cidade já é muito difícil, imagina mudar o mundo, mas isso não é para desanimar nem desistir do nosso planeta, se cada um fizer sua parte nem que seja um pouquinho, podemos mudar.
(...)
Uma semana é pouco para mudar o mundo mas dá para começar..."

"Menos máquinas e mais mão-de-obra. Devemos conscientizar as empresas que nós, os homens, em geral, podemos mais do que os empresários pensam..."
Edgley, Anderson, Guilherme, Marcelo e Wellington







WWF

Cidadania Planetária e educação (Claudemiro Godoy)

Nesta pós-modernidade aclamada por muitos e muitas, inúmeros desafios foram impostos à humanidade. Tais desafios são heranças da barbarização e coisificação do ser humano ocorrida no século XX. O raiar do século XXI, pós-moderno para os grupos hegemônicos, assistiu as consolidações de um processo que tomou forma e conteúdo a partir das profundas transformações que se sucederam no cenário geopolítico mundial com o fim da guerra fria, a saber: o fenômeno da globalização ou mundialização.Por um lado, sabemos que este processo de mundialização irreversível introduziu um modelo de dominação econômica, política e cultural extremamente excludente para os povos do Sul. Também não significa ser menos verdadeira a afirmação que o fenômeno da globalização propiciou o surgimento de novas tecnologias que podem oferecer as condições materiais para uma possível cidadania global. Infelizmente, a globalização e seu modelo de dominação utilizam das novas tecnologias para a especulação econômica de grupos hegemônicos que se encontram no poder. Neste cenário, os países vão perdendo sua soberania nacional e os movimentos sociais são ideologicamente criminalizados por suas ações coletivas.

Segundo Otavio Ianni, a globalização materializou a antiga noção de que o mundo é uma aldeia global. Conseqüentemente, somos todos nós, cidadãos do mundo, pois não existe mais fronteira de comunicação e de pertença na tecnologia virtual da rede mundial de computadores. E, se somos cidadãos do mundo, então deveríamos estar cientes de nossos direitos e deveres e, com isso, procurarmos uma forma de criar e implementar novos direitos e deveres para que possamos exercer com maior plenitude a cidadania mundial. Mas, não é bem isso o que vemos. Aliás, percebe-se o contrário. Existe uma barreira entre os cidadãos do mundo e os que se encontram na periferia do mundo, no submundo do mundo globalizado. Dois mundos que se confrontam constantemente. O mundo dos que participam do mercado e da economia globalizada, pois possuem condições materiais de existência para comprar e se tornar clientes dessa mundialização. E, por fim, o mundo dos que não participam do mercado e da economia globalizada, pois não possuem condições materiais de existência para comprar e se tornarem clientes dessa mundialização. Resta a estes últimos viverem com as migalhas e sobras que caem da farta mesa daqueles e daquelas que se encontram no primeiro mundo.

A noção de cidadania planetária surge a partir de uma concepção onde se afirma que, independente da nacionalidade, habitamos o mesmo planeta ao qual devemos cuidar e compartilharmos princípios, valores, atitudes e comportamentos comuns, próprios de uma única comunidade, a comunidade dos seres humanos. A cidadania planetária pode ser uma ferramenta útil para a construção de um processo paralelo de globalização. Sabemos que a globalização é um fenômeno irreversível. O que não pode ser irreversível é o modelo de globalização que temos, neoliberal, de mercado, economicista, especulatório, excludente e dominante. A alternativa possível é a construção de uma cidadania planetária que promova uma globalização cooperativa e solidária onde se prevaleça os interesses dos povos, objetivando a eliminação das diferenças socioeconômicas e a integração da diversidade cultural da humanidade. Este é um processo lento e gradual que abrange questões vitais relacionadas ao futuro da vida no planeta, tais como a ecologia e a criação de um novo paradigma eficiente de desenvolvimento sustentável.

A cidadania planetária é desconsiderada por muitos e muitas. É uma utopia necessária para nós hoje pois se trata de repensar os preceitos de uma nova ética planetária, realmente sustentável para a casa comum dos seres humanos. E de nada adianta pensarmos na ecologia e no meio ambiente se não pensarmos também no homem enquanto ser ecológico e com pertença ao meio ambiente. Se se cuida da floresta e dos animais torna-se urgente cuidar também do homem, excluído desse sistema perverso proporcionado pelo neoliberalismo de mercado. Evidentemente que a cidadania planetária é uma utopia (um caminho que se faz e só se faz caminho caminhando - algo não realizado que historicamente poderá se realizar). É uma utopia diante do modelo de produção capitalista e dos conflitos atuais no qual vivemos. Conflitos e tensões entre Ocidente e Oriente são os que mais assustam a humanidade hoje.

O caminho vem sendo feito por diversos movimentos sociais e por grupos coletivos que se juntam para pensar o futuro da humanidade. Destaco dois momentos propositivos onde se faz o caminho da cidadania planetária, a saber: Fórum Social Mundial e seus Fóruns temáticos espalhados por todo o planeta terra, principalmente nos países que se encontram abaixo da linha da pobreza; e os diversos movimentos sociais da sociedade civil juntamente com governos populares que se efetivaram na América Latina nesta última década investiram na educação para a conscientização por meio de uma educação não-formal e formal para que possa ser restabelecido o princípio motriz da humanização face ao descontrolado modelo de barbárie do neoliberalismo. Também este modelo produz um discurso de cidadania planetária, discurso demagógico, pois reproduz as armadilhas do ecocapitalismo visto sob a ótica da lucratividade-utilitarista. Um exemplo claro disso é a reivindicação dos povos indígenas contra a Privatizada Empresa Ex-Publica Vale do Rio do Doce (ainda não sei ao certo se foi doada ou leiloada pelo Governo FHC?) que se utiliza dos recursos de áreas indígenas ou da União e não possuem um compromisso com a cidadania planetária que queremos. O discurso é pautado no ecocapitalismo, ou seja, dizem eles: Já investimos anualmente cerca de 90 milhões de reais para as populações indígenas. É a barbárie do capital em atuação, pois não se clama somente por investimos, mas por humanização e compromisso com a casa comum de todos.

Podemos dizer que a cidadania planetária se apresenta neste cenário em defesa da vida e a lógica de um novo modelo não deve jamais tornar-se em sistema, pois sistemas se tornam em doutrinas e dogmas prontos e acabados. Nesta perspectiva, a sociedade civil por meio das organizações populares e movimentos sociais devem exercer um importante papel de formação de uma nova consciência ética, consciência da cidadania planetária, a partir da defesa incondicional a qualidade de vida para todos sem distinção de nada. Com isso, estaremos em comunhão promovendo novos valores realmente democráticos e defendendo a formação de um novo ethos planetário.

Todos e todas são co-responsáveis pela promoção dessa cidadania planetária. Cidadania Planetária que busca a substituição da globalização neoliberal/de mercado para uma nova globalização, solidária, fraterna, uma globalização cooperada. De um lado temos a concepção que reproduz uma visão de mundo cartesiana onde o próprio homem se identifica com uma máquina que aciona seu comando de autodestruição. De outro lado temos um pensamento condizente com o século XXI, uma visão coerente de respeito à vida, onde são garantidos, os direitos e deveres sociais, políticos, econômicos, ambientais e culturais.

Neste contexto, o papel da educação é de fundamental importância para a implantação de uma nova consciência mundial nas futuras gerações e para a análise e discussão das questões que constituem obstáculos à construção de uma sociedade mais justa, ética e próspera.


domingo, 24 de maio de 2009

Educação Ambiental e Aquecimento Global

Água ( do blog coletivos educadores para territórios sustentáveis)

O drama da água em escala global

Artigo do jornalista Washington Novaes publicado em 27 de março no jornal O Estado de São Paulo. Vale a pena refletir, sempre, sobre os números assustadores que se referem à questão da água.

"O Fórum Mundial da Água, encerrado no último fim de semana em Istambul, com a presença de 28 mil delegados de 182 países, trouxe à tona informações dramáticas sobre esse setor no mundo, bem como recomendações para a Convenção do Clima, reuniões do G-8, governos e outras instâncias de decisão.
A começar pelo fato de mais de 1 bilhão de pessoas já não terem acesso a água de boa qualidade e 2,5 bilhões não disporem de redes de coleta de esgotos. Como a população mundial continuacrescendo à razão de 80 milhões de pessoas por ano, são mais 64 bilhões de metros cúbicos anuais no consumo global de água, diz o relatório Water in a Changing World, de 26 agências da ONU.

Além disso, acentua o documento, as pressões continuam crescendo: as hidrelétricas, que respondem por perto de 20% da energia no mundo, são cada vez mais solicitadas para reduzir as fontes poluidoras derivadas do carvão, do gás e do petróleo – e isso significa mais barragens quando, segundo a Comissão Mundial de Barragens, já existem 45 mil no mundo (só as com pelo menos 15 metros de altura), mais de 80% do fluxo dos rios é
interrompido e vários dos grandes rios não chegam mais aos oceanos (Colorado, Amarelo e outros). A agropecuária, que usa cerca de 70% da água, aumenta seu consumo com a demanda de alimentos (1 quilo de trigo exige de 400 litros a 1 mil litros para ser produzido, diz o documento; 1 quilo de carne, entre 1 mil e 20 mil litros; 1 litro de combustível “verde”, cerca de 2,5 mil litros).
Não é só. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lembra que, se um ser humano precisa de apenas 3 litros diários para beber, precisará de cerca de 3mil litros por dia para produzir sua alimentação – o que pode elevar o consumo total, em casa e fora dela, para 4 mil litros por dia por pessoa.

Tem mais. Doenças veiculadas pela água são a segunda causa de morte de crianças com menos de 5 anos: 4,2 mil por dia. Dessas crianças, 125 milhões vivem em casas sem água potável de boa qualidade; 23% da população mundial defeca ao ar livre, porque não dispõe de instalações sanitárias nem de redes de esgoto – o que leva a ONU a concluir que, se o saneamento fosse
universalizado, seriam reduzidas em 32% as doenças diarreicas, que matam, junto com outras veiculadas pela água, 1,7 milhão de pessoas por ano (no Brasil, perto de 80% das internações pediátricas e das consultas na rede pública se devem a essas doenças).

Reduzir esses dramas e caminhar em direção aos Objetivos do Milênio exigirá enfrentar muitos condicionantes: o aumento da população; as regras para
compartilhamento dos aquíferos pelos vários países; impedir que mudanças do clima façam ainda mais vítimas entre os pobres e continuem a derreter os
gelos das montanhas, que abastecem centenas de milhões de pessoas; a crise econômica global, que restringe recursos.
Também exigirá novas tecnologias, mudanças no padrão de consumo e no mercado de alimentos e mais planejamento, controle da poluição, regras para
expansão urbana desordenada e redução do desmatamento.
A situação brasileira, nesse quadro, poderia ser até privilegiada, já que dispomos de 12% do fluxo superficial de água no mundo, além de grandes depósitos subterrâneos. Mas além da distribuição geográfica da água ser muito desigual (72% na Amazônia, 6% no Sudeste), diz a Agência Nacional de Águas, há anos que todas as nossas bacias hidrográficas, da Bahia ao Sul
do País, estão em“situação crítica” por causa de poluição, desperdício ou conflitos pelo uso.
E a situação do abastecimento de água e saneamento continua dramática. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são 34,5 milhões de pessoas (28,6% da população urbana) que não dispõem de redes de coleta de esgotos, mas se a elas se acrescentarem os que contam apenas com fossas, chega-se perto de 50%. Quase 10% não têm suas casas ligadas
a redes de abastecimento de água. Mas a “universalização” das redes de esgotos e de água só acontecerá em 20 anos.
Apesar disso, estamos devolvendo R$ 202 milhões ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) porque não fomos capazes de fazer licitações e cumprir outras exigências. E tudo isso sem entrar no terreno do tratamento de esgotos, já que apenas pouco mais de 20% dos esgotos coletados recebem algum tratamento (em geral, apenas primário, que devolve 50% da carga orgânica aos rios, onde são a causa principal de poluição). Ou no terreno da perda de água, que está acima de 40% nas maiores cidades brasileiras.

Pode haver encaminhamentos, claro. Os recursos para o saneamento têm de aumentar. É possível ampliar as redes de coleta com menos gastos se se adotar em maior escala o sistema de ramais condominiais (que já atendem a 15 milhões de pessoas, inclusive grande parte de Brasília). Para reduzir as perdas de água, é indispensável criar nos bancos públicos sistemas de financiamento para recuperação e manutenção das redes (hoje só se financiam novas barragens, adutoras e estações de tratamento, muitas vezes
mais caras). Urge implantar os comitês de gestão de bacias em todo o País (só dois funcionam hoje) e a exigência de pagamento pelo uso da água (com os recursos daí advindos aplicados na própria bacia).

Deixar, o Tesouro Nacional, de contingenciar recursos dos comitês. Disciplinar o uso de águas por pivôs centrais, que em grande parte desperdiçam metade do que retiram dos mananciais. Reciclagem e reúso da água têm de se tornar rotina. Nas cidades, é fundamental exigir a retenção de água de chuva em cada imóvel e usá-la inclusive nos sistemas sanitários (ajudando também a reduzir as enchentes). Ampliar para todo o País o sistema adotado em São Paulo, de individualizar as contas nas habitações coletivas, para estimular a economia (é preciso ter também faixas mais diferenciadas para o consumo, pelo mesmo motivo).

Enfim, são muitos caminhos. Não se pode perder mais tempo diante da gravidade do quadro."

Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br

Como participar da Agenda 21? (planetasustentavel.com.br)

Beto Uechi / Pingado

MOVA-SE

Como participar da Agenda 21?

Conheça e faça parte desse projeto existente há 15 anos


Por Yuri Vasconcelos
Revista Vida Simples - 06/2007

O jeito mais fácil é freqüentar as reuniões da Agenda 21 local. Lançada na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (ECO-92), a Agenda 21 é um instrumento que reúne representantes do poder público, empresas e sociedade civil (é aí que você entra) para planejar políticas públicas. Ela está dividida em três níveis que visam ao desenvolvimento sustentável de uma região (Agenda 21 Local), de um país (Agenda 21 Brasileira) ou do planeta (Agenda 21 Global).

"É fundamental que as pessoas participem das reuniões da Agenda 21 Local para opinar sobre as mudanças que querem na sua cidade", diz Rubens Born, diretor-executivo da ONG paulista Vitae Civilis, ligada ao desenvolvimento sustentável.

Nesses encontros, são debatidas questões ligadas ao meio ambiente e temas de interesse de todo cidadão, como a aplicação dos recursos do orçamento municipal ou a construção de novas escolas. Informe-se na prefeitura de sua cidade ou consulte os sites do Ministério do Meio Ambiente (no www.mma.gov.br, clique em Agenda 21 e Sistema Agenda 21) e da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais (www.redeagenda21local.org.br) para saber se existe Agenda 21 Local na sua cidade. Resposta negativa?

A saída então é mobilizar um grupo de pessoas para iniciar o processo. O site do Ministério do Meio Ambiente tem um passo-a-passo de como levar esse desafio à frente.

sábado, 23 de maio de 2009

Parábola para a Ação da Cidadania

Parábola

“Longe, muito longe daqui havia um pais muito rico. Rico, mas corrompido pelo egoísmo e pela indiferença do seu povo. Nesse país vivia um homem que ia todos os dias durante muitos anos para o meio da praça tentar convencer as pessoas a mudarem de atitude, a lutarem contra as injustiças. Quase ninguém ouvia. Um dia um viajante que passava por ali lhe perguntou:

-Há anos que eu passo por aqui e vejo você lutando para modificar as pessoas. Por que você continua?

E o homem lhe respondeu:

- É simples. Se eu desistir elas que terão conseguido me modificar”. *

* (campanha da Ação da Cidadania - anos 90).

Chovendo em nossa cabeça (Gabeira, chuva e Petrópolis)

Chovendo em nossa cabeça

Fernando Gabeira

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As chuvas que castigam o norte-nordeste castigam nossa reputação. Quando caíram, em Santa Catarina, fizemos inúmeros debates nas cidades do estado, para aprender as lições. Trouxemos o debate para Brasilia, nacionalizando-o. Pouco adiantou todo o esforço; as chuvas reproduzem os problemas e não há soluções no horizonte.

Tanto em Santa Catarina como no norte do Rio, constatamos que a ajuda do governo sempre chega tarde. Em alguns casos, só chega no próximo desastre. Saída? A sugestão é um fundo de prevenção de desastres que possa ser acionado no momento da crise.

Muitas cidades não têm defesa civil organizada. Os governos ficam sem um interlocutor local para iniciar os trabalhos. Esta é uma tarefa de todos. Temos levado a idéia de cursos sobre defesa civil nas escolas. As crianças podem ajudar a preparar os pais.

Assim como não há uma pressão sobre os prefeitos para que organizem a defesa civil, não há também projetos de adaptação às chuvas. Há algum tempo, tento levar a Petrópolis a idéia de um projeto que possa ser levado ao Brasil, respeitadas as diferenças.

O que mais dói não é a preparação estratégica, mas o silêncio da política. Estamos com um quase um milhão de atingidos. O presidente fez um sobrevôo, prometeu ajuda. Não há sequência, além do socorro básico.

Nas chuvas do norte do Rio , obtivemos certa coordenação com o Banco do Brasil que abriu linha de crédito para pequenos empresários . Agora, era preciso uma sala de crise:mapas, gráficos, dados novos,tudo deveria estar sobre a mesa.

Ou avançamos agora, ou perderemos cidades inteiras para as águas. O governo precisa pedir socorro à ciência (Bush não acreditou em Nova Orleans) e à sociedade. Em época de gripe e chuva, que tal ler Os Três Porquinhos?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Contribuição da turma 803

Contribuição de Jozenir Roberto de Souza Dalia, da turma 803. Muito obrigada!!!

Chitãozinho e Xororó - O Rio

O rio vai descendo a serra
Vai molhando a terra seca do sertão
Vai formando uma corrente
Feita uma serpente solta pelo chão
E a água do seu leito
É leite no peito da mãe plantação
Que vai eliminar a fome
E matar a sede de toda nação

O rio vai criando filhos
Vai regando o milho, arroz, feijão
Vai seguindo o seu caminho
Segue seu destino, sua direção
Depois que vem a colheita
O rio sempre aceita dos canaviais
O bagaço do alimento
E a sobra de tudo que ninguém quer mais

Rio que não tem carinho
Qualquer dia desses vão te dar valor
Nasce limpo e morre sujo
Envenenam tudo, até o próprio amor
Será que eles não percebem que natureza pede
para viver
Enquanto vai morrendo o rio
Nada em sua volta poderá nascer


Profª Mariana

Dia Internacional da Diversidade Biológica (IDB) (Canal Azul)

22 de Maio - Dia Internacional da Diversidade Biológica (IDB)

A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamaram o dia 22 de Maio como “O Dia Internacional da Diversidade Biológica” (International Day for Biological Diversity ou IDB) para incrementar os estudos e conservação da Biodiversidade. Quando foi criado pelo Segundo Comitê da Assembléia Geral da ONU em 29 de dezembro de 1993, data da primeira Convenção sobre a Diversidade Biológica. Em dezembro de 2000, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou o dia 22 de Maio como o Dia Internacional da Diversidade Biológica. Esta mudança ocorreu porque era muito difícil para a grande maioria dos países planejar ações e comemorar a data em 29 de dezembro por coincidir com as festas de fim de ano.

Todos os anos há um tema a ser discutido. Este ano, o tema escolhido para a comemoração do IDB será sobre “Espécies Exóticas Invasoras” (invasive alien species ou IAS). São chamadas de espécies exóticas aquelas que não são nativas de um ecossistema. Plantas, animais, patógenos ou qualquer outro tipo de organismo que possa causar algum tipo de prejuízo ambiental ou econômica e ainda causar algum tipo de dano à saúde humana. Particularmente, espécies exóticas causam um grande impacto ambiental, incluindo a eliminação das espécies locais, por meio de competição, predação, transmissão de patógenos, com conseqüência a destruição parcial ou total do ecossistema local.

Espécies exóticas, introduzidas pelo homem ou por migração dos seus ambientes naturais, têm afetado quase todos os ecossistemas terrestres e hoje é um dos grandes desafios para a manutenção da Biodiversidade. Desde o século XVII, as espécies exóticas invasoras, contribuíram aproximadamente com 40% de extinção da vida animal no planeta, com causas desconhecidas (CBD, 2006).

O problema continua a crescer, gerando custo socioeconômico, ecológico e a saúde humana ao redor do mundo. Espécies invasoras têm aumentado a pobreza e a destruição na agricultura, em florestas, redução da pesca e diminuição de espécies em todos os sistemas naturais, importante base de desenvolvimento dos povos em todos os países. Isso ainda é agravado pelas mudanças climáticas, poluição ambiental, redução e perda dos habitas e as diferentes ações antrópicas.

CBD, 2006. Panorama da Biodiversidade Global 2. Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica, ONU, Montreal, 81 + vii paginas.

Biodiversidade do Brasil –

O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta. Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba.

O Brasil abriga o maior número de primatas com 55 espécies, o que corresponde a 24% do total mundial; de anfíbios com 516 espécies; e de animais vertebrados com 3.010 espécies de vertebrados vulneráveis, ou em perigo de extinção. O país conta também com a mais diversa flora do mundo, número superior a 55 mil espécies descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Possui, por exemplo, a maior riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Possui também 3.000 espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer outro país do mundo.

O Brasil é agraciado não só com a maior riqueza de espécies, mas também, com a mais alta taxa de endemismo. Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies); juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de espécies corresponde a, pelo menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em todo o planeta.

A composição total da biodiversidade brasileira não é conhecida e talvez nunca venha a ser, tal a sua magnitude e complexidade. Entretanto, sabe-se que para a maioria dos seres vivos, o número de espécies no território nacional, na plataforma continental e nas águas jurisdicionais brasileiras é elevado; é fácil inferir que o número de espécies, tanto terrestres quanto marinhas, ainda não identificadas, pode alcançar valores da ordem de milhares no Brasil.

Fonte: IBAMA.


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